quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ex-governadores do RN são acusados de integrar quadrilha


Ministério Público Estadual descobre fraude no contrato de inspeção veicular ambiental do Rio Grande do Norte; consórcio teria pagado propina a ex-governadores Wilma de Faria e Iberê Paiva e suplente de senador João Faustino Ferreira Neto, que foi preso

 

A inspeção veicular – análise da emissão de poluentes de motos e automóveis – foi o processo em torno do qual uma quadrilha foi formada no Rio Grande Norte com a participação de poderosos figurões da política potiguar. O Ministério Público Estadual do RN descobriu o esquema bilionário, que incluía fraude em licitação e pagamento de propina aos ex-governadores Wilma de Faria e Iberê Paiva, ambos do PSB, e a João Faustino Ferreira Neto, suplente do senador Agripino Magia, do DEM. Faustino foi preso na manhã desta quinta-feira. A Polícia Federal cumpre outros 13 mandados de prisão, como parte da Operação “Sinal Fechado”. 

A organização criminosa começou em 2008, quando a legislação sobre inspeção veicular ambiental no Rio Grande Norte ainda estava sendo formulada. Para montar a mutreta, o bando deu um jeitinho de definir em lei até o modelo de prestação de serviço que seria empregado pelo governo. Ao optar por concessão, os legisladores possibilitavam a obtenção de lucros elevados com a contratação da empresa concessionária. Depois, a licitação do serviço foi fraudada – com o Detran/RN elaborando o edital e anexos de forma a direcionar o contrato para o Consórcio INSPAR.

De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Norte, o faturamento da quadrilha no período da concessão (20 anos) seria de R$ 1 bilhão. O chefe do bando é George Anderson Olímpio Silva, presidente de uma das empresas que formam o Consórcio INSPAR – a GO Desenvolvimento de Negócios. De acordo com o MPRN, o esquema de George teve a condescendência de Wilma de Faria e Iberê Paiva, além do apoio do então diretor-geral do Detran, Carlos Theodorico de Carvalho.

Para manter o contrato que lhe abastecia de recursos públicos do Rio Grande do Norte, George Olímpio teria pagado propina a: Iberê; Faustino; Lauro Maia – advogado e filho da ex-governadora Wilma; e Marcos Vinicius Furtado da Cunha, procurador-geral do Detran/RN na época que a quadrilha começou a agir.
Uma entrevista coletiva dos promotores responsáveis pela Operação “Sinal Fechado” está prevista para a tarde desta quinta-feira. Na ocasião, será o nome de todas as pessoas presas. O MP vai analisar os documentos apreendidos e deve oferecer denúncia à Justiça Estadual. Os bens dos investigados já estão bloqueados – um total de R$ 35 milhões, valor estimado da fraude até o momento.

Fonte Brasil 247

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