por
Luiz Carlos Azenha
Às vezes é preciso relembrar mesmo o passado recente para avaliar a conjuntura política brasileira.
Vocês ainda se lembram de Dilma Rousseff, a guerrilheira?
Vocês ainda se lembram de Dilma Rousseff, o poste de Lula?
Vocês ainda se lembram de Dilma Rousseff, a mentirosa que encontrou Lina Vieira?
É só consultar as edições dos jornais de 2010 para ler os copiosos textos e análises definitivas sobre a incapacidade política de Lula e de sua “criatura”.
Bem, Dilma Rousseff venceu a eleição.
Sem corar de vergonha, os analistas que produziram os textos supra-citados passaram a pregar o rompimento entre Lula e Dilma.
As teorias são crescentemente sofisticadas.
Uma delas sugere que, ao combater a corrupção, Dilma estaria carimbando negativamente o governo anterior.
É uma teoria estúpida, já que Dilma foi um quadro importante do governo anterior.
Mas os jornais não só insistem na teoria, como “repercutem” as próprias besteiras que escrevem.
É a ficção 2.0, turbinada. Mentira sobre mentira, com a esperança de que a repetição tenha algum impacto na realidade.
A realidade é que, gostem ou não, Lula continua o principal personagem da política brasileira. Não só elegeu a sucessora, como pode voltar ao poder pelo voto, em 2018 (o único risco para Dilma em 2014 é a crise econômica atropelar o Brasil).
Peço a quem tiver tempo que consulte os arquivos e aponte, nos comentários, os copiosos exemplos de textos que falavam sobre o fracasso de Lula e de Dilma, a — na linguagem deles — “criatura” que até recentemente diziam ser um zero à esquerda.
Por Franco Ahmad
Por sugestão do Azenha (acima), não foi difícil a caça aos copiosos textos que a "mídia limpa" se lambuzava. Abaixo, alguns textos pesquisados por seu leitores:
FrancoAtirador
MERVAL PEREIRA, 15/06/2010 - Meu nome é Dilma
Os discursos nas convenções do PT e do PSDB, no fim de semana passado, revelam com clareza qual será o tom da campanha presidencial daqui para a frente, quando já temos candidatos oficiais e não simples pré-candidatos, como a esdrúxula legislação eleitoral definia até então. De um lado, a candidata oficial, Dilma Rousseff, transformada pelo próprio Lula em sua "laranja" eleitoral; de outro, o tucano José Serra atacando o PT, a falta de experiência da adversária, mas só se referindo a Lula de maneira indireta.
MERVAL PEREIRA, 06/07/2010 - Contradições
A verdade, porém, é que mesmo que a candidata oficial Dilma Rousseff alegue que não compartilha essas propostas, elas fazem parte de uma espécie de código genético da ala mais radical do petismo, da qual ela já era figura proeminente antes mesmo de surgir do bolso do colete de Lula para ser impingida ao eleitorado como sua "laranja eleitoral"
MERVAL PEREIRA, 11/08/2010 - Quem é Quem
Serra está à procura de temas que sirvam para atacar o governo Lula sem atacar o próprio, enquanto Dilma a cada dia valoriza mais o papel de "laranja eleitoral" de Lula, recusando-se a aprofundar o debate de políticas governamentais, passando apenas a única mensagem que interessa, a da continuidade do governo Lula.
Nisso eu posso ajudar, fiz uma coletânea com frases do PIG durante os 8 anos Lula. Colarei algumas aqui:
“A adversária com que sonham todos os candidatos do mundo“. (Augusto Nunes, título de post no site da “Veja” 7/2/2010)
“O PT vai pensar com mais cuidado na escolha de seu candidato para a Presidência. Será mesmo a Dilma Rousseff? Se alguém quiser dar nome a um poste, pode chamá-lo de Dilma. Ela nunca foi eleita para um cargo representativo, não tem experiência eleitoral. Como pretendem jogá-la na eleição de 2010, que se anuncia como a mais disputada da história republicana do Brasil?” (Marco Antonio Villa, no “Estado de S. Paulo” 28/10/2008)
“Dilma não é uma ameaça ao vernáculo ─ mas à segurança nacional. Essa mulher evidentemente não tem a menor condição de representar um único brasileiro ─ sequer seu neto Gabriel, ainda ‘unborn’. (…) No dia em que o Criador, depois da última cinzelada na criatura, ordenou ‘Fala Dilma’, o mito começou a ruir.” (Celso Arnaldo, no site da “Veja”, 16/5/2010)
“Dilma parece estar no seu inferno astral. Além da radioterapia, ela enfrenta a entrada em cena de Marina, o empate com Ciro nas pesquisas, o envolvimento desgastante de Lula e do PT com a defesa de Sarney e, enfim, a cristalização da imagem de mentirosa (diploma, dossiê contra FHC, embate com Lina Vieira, versões divergentes de sua ação no caso Varig)” (Eliane Cantanhêde, Pulverização Governista, agosto de 2009)
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende se licenciar do cargo, nos meses de agosto e setembro, para participar ativamente da campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência” (Ilimar Franco, O Globo, 03 de março de 2010)
“O programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ chega ao final de 2009 em má circunstância. Até 21 de dezembro, atingiu-se apenas 22,9% da ambiciosa meta de erigir 1 milhão de casas sob Lula. (…) mantido o ritmo de 2009, não parece factível (atingir a meta). Depois do PAC, o ‘Minha Casa, Minha Vida’ é a principal peça de propaganda da campanha de Dilma Rousseff, a presidenciável de Lula. Gestora do programa, a ministra deixa a Casa Civil no final de março. Dispõe, portanto, de mais três meses para levar o pé ao acelerador. O calendário parece conspirar contra o marketing.” (Josias de Souza, 26 de dezembro de 2009)
http://frasesdadilma.wordpress.com/partido-da-imprensa-golpista/frases-nesses-8-anos/
Alexei_Alves