Paulo Bernardo cobra investimentos no Speedy para evitar panes
da Folha.com
O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) cobrou nesta terça-feira investimentos da Telefônica para evitar novas panes no serviço de internet banda larga Speedy, como ocorreu na última segunda-feira (13) e que atingiu consumidores do Estado de São Paulo.
O ministro disse que a empresa precisa investir em rotas alternativas e na gestão dos sistemas para evitar que os clientes fiquem sem acesso à internet.
Pane do Speedy foi em equipamento de conexão internacional
Banda larga Speedy deixa de funcionar, dizem clientes
Acompanhe a cronologia de panes nos serviços prestados pela Telefônica
“Acho lamentável [a pane], eles já tiveram problemas graves no passado. Esse tipo de pane ocorre, me parece que a empresa precisa criar formas de ter um imediato estabelecimento”, afirmou.
Segundo informou a Telefônica na segunda-feira, as instabilidades aconteceram entre 17h15 e 18h30 de segunda-feira nos aparelhos relacionados à saída internacional de tráfego. A empresa afirmou que o sistema já voltou ao normal.
A pane, de acordo com a empresa, foi causada por problemas em dois equipamentos (roteadores) que fazem a conexão da rede brasileira com sites internacionais.
O problema, ainda segundo a companhia, “impediu que alguns clientes do Speedy tivessem acesso a sites hospedados fora do Brasil. As equipes técnicas atuaram prontamente e às 18h30 o problema estava solucionado”.
A operadora informou que, com o grande volume de usuários tentando religar seu equipamento de conexão (modem do Speedy) simultaneamente, houve sobrecarga na rede, o que dificultou o acesso após o serviço ser restabelecido (grifo nosso).
“Mesmo com o restabelecimento do serviço, alguns usuários podem ter encontrado dificuldades para acessar a internet devido ao grande volume de internautas que, ao mesmo tempo, desligaram e voltaram acionar os seus modems”, informou a nota da Telefônica.
ANATEL
Bernardo ressaltou que, apesar de o sistema ter ficado inacessível por pouco mais de meia hora, na internet esse tempo “é uma eternidade”. O ministro disse que consultará o presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Ronaldo Sadenberg, sobre as providências que serão tomadas pela agência.
“Tem que fiscalizar, tem que cobrar. Em meia hora, ficam milhões de acessos prejudicados, tem uma repercussão econômica”, completou.
Procurada, a Anatel disse que os técnicos da agência estão analisando o ocorrido e deverão instaurar um processo administrativo para investigar a pane.
Na segunda-feira, entretanto, a Anatel disse que o problema aconteceu porque algumas estações de rádio da Telefônica sofreram pane. Problemas em outras regiões também estavam sendo investigados.
A reportagem entrou em contato com a Telefônica e aguarda o posicionamento da empresa.
HISTÓRICO
Problemas no Speedy ganharam destaque principalmente entre 2008 e 2009, quando diversas falhas comprometeram a conexão de usuários paulistas.
Em 2008, uma pane em um equipamento no interior de São Paulo deixou clientes residenciais e corporativos sem conexão por mais de 24 horas.
No início de 2009, até mesmo um incêndio num data center prejudicou as conexões, enquanto em junho, uma pane generalizada deixou boa parte dos 2,7 milhões de usuários sem internet.
A companhia chegou a ser proibida pela Anatel de comercializar os serviços entre junho e agosto de 2009, até que as falhas fossem apuradas e corrigidas.
PS do Viomundo: A Telefônica é uma das empresas que vão fazer a banda larga do ministro Paulo Bernardo, sob “supervisão” da Anatel, ou seja, de ninguém. Como escreveu faz tempo um comentarista deste site, especializado na área, é o serviço casca de noz: a Telefônica fica com o coração da operação, a área financeira, e terceiriza a casca para os clientes. É tudo terceirizado: do call center aos serviços mais prosaicos. Nem o robô que atende aos telefonemas é da Telefônica… Além de entregar a banda larga à Telefônica, o governo pensa em subsidiar o acesso à internet. É o Bolsa Telefônica…
PS do Viomundo2: A Folha vai ficar “no aguardo” de um “posicionamento” da Telefônica? Ou espera as respostas