Por Franco
Eq. Fatos e versões
No dia em que a presidente Dilma Rousseff completa seis meses no cargo, o candidato derrotado José Serra, após longa reflexão, reuniu o PSDB em Brasília para apresentar seu julgamento: o governo foi condenado.
Para surpresa de ninguém, Serra apareceu na reunião com um envelope na mão direita e uma cara de quem chega ao velório, ao lado do governador paulista Geraldo Alckmin.
Entre outros mimos, Serra qualifica o governo Dilma como "incompetente" e "autoritário", segundo apurou a "Folha", ao contrário do que vêm dizendo outros líderes tucanos, como Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso, que têm elogiado o desempenho da presidente.
Por isso mesmo, seu documento nem foi divulgado após a primeira reunião do Conselho Político do PSDB, uma gazua que o partido arranjou para colocá-lo em alguma presidência _ ele sempre quis ser presidente _ depois de ser derrotado nas últimas eleições internas tucanas pelo grupo do senador Aécio Neves.
"O governo não tem um rumo claro ainda", proclamou à saída da reunião, como se ele e seu partido tivessem em algum momento apresentado um rumo claríssimo para o país.
Participaram do convescote de Serra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os governadores Geraldo Alckmin e Marconi Perillo e o presidente reeleito do partido Sergio Guerra.
O único ausente foi Aécio Neves, que se recupera do acidente da queda de cavalo. Foi este o motivo alegado para manter em sigilo a "análise" de Serra. O documento, segundo Guerra, precisa ser aprovado pelo ex-governador mineiro antes de ser divulgado, como se isto não pudesse já ter sido feito via e-mail ou telefone.
FHC levou tudo na brincasdeira. Primeiro, não quis comentar nada; depois, disse "eu sigo o Serra" e, por último, mangou com os repórteres: "Vocês querem que eu fale mal da minha presidente?".
Ainda não foi desta vez que José Serra voltou às manchetes.
Fonte: Balaio do Kostcho
Quando o São Paulo parecia ter se recuperado em campo da goleada sofrida diante do Corinthians, Rogério Ceni falhou. E deu início à segunda derrota seguida do São Paulo, desta vez por 2 a 0, para o Botafogo, no Morumbi, que custou a liderança do Campeonato Brasileiro.
Aos 36 minutos do primeiro tempo, o goleiro do Tricolor aceitou um chute fraco de Elkeson, que abriu o placar na fria noite desta quarta-feira. Aos sete minutos da etapa final, coube ao jovem zagueiro Luiz Eduardo cometendo em Maicosuel um pênalti que Herrera converteu para definir o marcador.
Sob intensas vaias e gritos de burro para Paulo César Carpegiani, o São Paulo termina a sétima rodada estacionado nos 15 pontos conquistados com cinco vitórias nos primeiros jogos. Já os cariocas reforçam sua posição dentro da zona de classificação para a Libertadores, de olho na ponta, agora ocupada pelo Corinthians.
O jogo - Quando o sistema de som anunciou a escalação do São Paulo, a esperança era de que o intensamente vaiado Paulo César Carpegiani tinha achado como solução à goleada sofrida no domingo, contra o Corinthians, um time mais solto na frente, com Ilsinho, Marlos e Fernandinho se mexendo com o também pouco paralisado Willian José como referência. Tudo isso sem a inexperiência de Rodrigo Caio na cabeça de área.
Toda a leveza e toque de bola esperados do lado do Tricolor nem puderam ser vistos. Com cinco homes no meio-campo, o time carioca logo percebeu que não precisava se retrair e usou a superioridade no setor para abrir seu jogo, aproveitando-se da confusa marcação dos laterais Ilsinho e Juan.
Por quase 25 minutos, os alvinegros chegaram a deixar o anfitrião com seus 11 atletas atrás do meio-campo, trocando passes com tranquilidade. Herrera, solto na frente e centralizado entre Xandão e Luiz Eduardo, criou três oportunidades de abrir o placar, mas ambas pararam nas mãos de Rogério Ceni. O goleiro foi pelo menos duas vezes ao banco para discutir o posicionamento do time com Carpegiani.
O São Paulo, então, resolveu deixar para trás o baque ainda existente pela goleada. Ilsinho cansou de se preocupar tanto e em vão na proteção da lateral direita e passou a carregar a bola até o ataque. Mesmo sem muitos acertos, o camisa 77 acabou incentivando os colegas, chamando Casemiro, Marlos e Fernandinho para a partida.
Parecia que o Tricolor estava finalmente reerguido. Até que o seu maior ídolo falhou. Aos 36 minutos, Elkeson dominou no bico esquerdo da grande área são-paulina e chutou sem força. Nem o meia do Botafogo nem o próprio Rogério Ceni acreditou quando o goleiro foi com a mão mole e deixou a bola entrar.
Toda a evolução do São Paulo na partida se perdeu com o segundo gol seguido nascido por erro de seu capitão. A bola de novo estava por muito mais tempo nos pés do Botafogo, em supremacia que continuou mesmo depois do intervalo. Sem Rivaldo que tanto pediu, a torcida ainda viu Luiz Eduardo cometer pênalti em Maicosuel aos sete minutos. Herrera converteu, ampliando no placar a superioridade carioca.
Com 2 a 0 a favor, a equipe carioca já não precisava de muito. Posicionou-se com dez jogadores atrás do meio-campo, sem tanto ímpeto para buscar a bola. Bastava assistir ao intensamente nervoso São Paulo tocá-la sem saber o que fazer e, rapidamente, entregá-la no pé de um adversário. Foram quase 40 minutos de frio e raiva para os são-paulinos e de sorriso antecipado e até gritando "olé" para os botafoguenses, à espera do final de um jogo já decidido.