sábado, 1 de outubro de 2011

Serra e a reforma política. Por Marcos Coimbra

por Marcos Coimbra na Carta Capital

Em artigo, José Serra ataca à proposta
 de financiamento público,
 tal como está no anteprojeto do deputado FontanaFoto:
 Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
genda
Depois de ter sido premiado com a presidência do conselho político do PSDB, o ex-governador José Serra resolveu virar cientista político. E especialista em legislação eleitoral. Em um texto publicado há alguns dias na mídia paulista, ele expôs suas ideias sobre alguns pontos polêmicos da reforma política. (De -forma sintomática, apesar de presidir o conselho de seu partido, falou por conta própria.)

A hora é boa: as primeiras propostas de emenda constitucional estão chegando ao plenário do Senado, depois de saírem da comissão especial que José Sarney criou no início da legislatura e passarem pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Em paralelo, a Comissão de Reforma Política da Câmara, cujo relator é o deputado Henrique Fontana (PT-RS), também está prestes a apresentar seu anteprojeto.

No PT e nos principais partidos que formam a base de sustentação do governo, há muita movimentação. Quem a lidera é o ex-presidente Lula, que tem levado a sério o papel que ele mesmo se atribuiu, de “embaixador da reforma”. Desde a campanha eleitoral de 2010, repete que considera imprescindível promover nem que sejam algumas mudanças nas regras que organizam o -nosso sistema político.

Lula tem procurado fazer com que o PT e esses partidos se entendam a respeito de duas questões básicas: o financiamento exclusivamente público das campanhas e a manutenção do voto proporcional, mas com lista fechada, na eleição de deputados e vereadores. Com os partidos médios (PSB, PDT e PCdoB), a concordância parece viável. Com o PMDB, quase impossível.

São as mudanças relevantes que ainda podem ocorrer. Algumas foram descartadas, como a queda da obrigatoriedade do voto e o fim da reeleição no Executivo. Outras devem ser aprovadas sem maior discussão, pois são pouco significativas.

O artigo de Serra tem um título revelador, “O ruim pelo pior”, e é um ataque à proposta de financiamento público, tal como está no anteprojeto do deputado Fontana. Sua tese central é que ele é pior que o modelo vigente, de financiamento misto, mesmo que esse seja admitidamente ruim.

Na crítica à proposta, dois argumentos são usados. O primeiro diz respeito à previsão de que 80% dos recursos do fundo público de campanhas sejam distribuídos aos partidos de forma proporcional aos votos que obtiveram na eleição anterior, deixando 15% para reparte igualitário entre os que elegeram ao menos um deputado e 5% entre todos (mesmo os que não elegeram nenhum).

Parece que Serra considera errado levar em conta o desempenho dos partidos no acesso a um fundo como esse. Mas qual seria a alocação correta? A de um igualitarismo singelo, que faria com que legendas artificiais tivessem os mesmos recursos daquelas representativas?

Todo sistema de financiamento em que há algum tipo de recurso público estabelece a performance passada como critério de acesso. É assim no Brasil, onde o tempo de televisão depende do número de cadeiras conquistadas na Câmara na eleição anterior.

Serra diz que isso “congela a correlação de forças”, impedindo que “eventuais mudanças nas preferências dos eleitores” tenham “reflexos nos recursos disponíveis” na eleição seguinte. Ele mesmo expressa seu temor: “Que a proposta … beneficie diretamente os dois maiores partidos, PT e PMDB”.

Ou seja, é contra o financiamento público por conveniência, sem discuti-lo no mérito. Se contribui para a maior transparência na contabilidade dos partidos, se permite maior fiscalização ao explicitar o que cada um tem para gastar, se reduz a pressão por doações escusas, se fortalece os partidos, não importa: o que o preocupa é o risco de que seu partido seja “prejudicado”, recebendo menos dinheiro por ter tido menos votos que outros. (Ele parece não se lembrar que o PSDB perdeu votos, entre 2006 e 2010, na vigência do modelo atual, o que sugere que seu problema não se resolveria mantendo-o).

O segundo argumento é o mais usado pelos que preferem deixar tudo como está. Consiste em dizer que o financiamento público não impediria a arrecadação ilegal, pois os partidos continuariam a realizá-la.

É bem possível, mas isso não justifica considerar melhor o modelo vigente. Ou alguém acha que ele conduz à legalidade?

Não faz sentido a hipótese de que o financiamento público provoque mais problemas, que “empurre os candidatos para a ilegalidade”, como disse Nelson Jobim, citado por Serra. O que faz é reduzi-los, criando uma fonte legítima para os recursos necessários a uma campanha competitiva. Se empurra em alguma direção, é para a legalidade (o que não quer dizer que todos se comportarão da -maneira correta).

O texto termina com uma frase de pura fantasia: “A redução de custos, a transparência, a maior vinculação entre eleitor e eleito e o fortalecimento dos partidos, tudo isso pode ser alcançado… (com) o voto distrital”.

Com certo atraso, parece que Serra resolveu aderir a uma campanha que a direita brasileira faz há algum tempo.


O imã de Kassab

Com o PSD, Kassab reforça um espaço legítimo na política nacional, que é o centro

Por Leonardo Attuch no Brasil 247

Nada é tão vilipendiado na política quanto o centro. Os centristas, embora representem a maioria, são atacados tanto à esquerda como à direita pela suposta falta de consistência ideológica, pelo adesismo e pela postura fisiológica. Mas o que combina mais com uma sociedade plural e conservadoramente progressista como a brasileira? Os radicais de direita? Os radicais à esquerda? Ou será o centro?

A resposta é óbvia e, por isso mesmo, o PSD, criado pelo prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo, vem tendo tanto sucesso. O partido contribui para desanuviar o clima político e oferece, sim, uma possibilidade de arejamento, um ano depois de uma campanha presidencial marcada pelo radicalismo. Kassab hoje tem um ímã poderoso nas mãos. E seu magnetismo atrai tanto os descontentes da oposição como aqueles que, embora na base governista, enxergam no PSD um espaço mais fértil para seus projetos de poder.

A primeira vítima do PSD é o DEM, ex-PFL, que começou a morrer no dia em que o senador Agripino Maia acusou a presidente Dilma de mentir durante a ditadura – detalhe: ela estava em poder de torturadores. Depois daquele dia, políticos como Paulo Bornhausen, de Santa Catarina, passaram a incentivar Kassab a criar um partido menos radical e, ao mesmo tempo, independente. Ou seja: com o direito de aderir ao que considerar correto e discordar do que julgar inconveniente.

A segunda vítima pode ser o próprio PSDB, se não tiver a capacidade de reconhecer que o Brasil vive um bom momento – e que esse sucesso não foi fruto apenas do Plano Real, que logo atingirá a maioridade com seus 18 anos. No Brasil de hoje, que cresce e tem um governo aprovado pela ampla maioria da população, a oposição pela oposição é um erro de cálculo e um erro político. Apesar disso, engana-se quem acredita que Kassab fará de tudo para embarcar na base do governo Dilma, valendo-se dos escândalos que atingem praticamente todos os partidos da base aliada para ocupar um ou mais ministérios. O que torna o PSD valioso é justamente a sua independência.


sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O PSDB afunda. E agora Serra?

Pesquisas revelam descrédito da grande imprensa e da oposição



por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania

Na semana que termina, foram divulgadas duas pesquisas de opinião que permitem conclusões que vão além daquilo que pretenderam apurar. Uma delas foi feita pelo Instituto Análise, do sociólogo Alberto Carlos Almeida, autor do livro A Cabeça de Eleitor, e a outra é de autoria do sociólogo tucano Antonio Lavareda.

Ambas revelam um quadro desalentador para uma oposição que, a despeito de contar com um apoio propagandístico e estratégico da grande imprensa que dispensa maiores comentários, há quase uma década vem fracassando em voltar a ser uma real alternativa de poder, aos olhos da população.

O que mais chama atenção é a resiliência da popularidade do ex-presidente Lula. Nove meses após deixar o poder, período durante o qual tem sofrido uma campanha negativa na imprensa ainda maior do que a que permeou seus dois mandatos, e ainda não tendo mais os meios de se manifestar que a Presidência da República concede naturalmente aos seus ocupantes, sua popularidade está mais forte do que nunca.

A pesquisa do instituto Análise mostra que, após oito meses (foi fechada em agosto) de governo Dilma, a boa lembrança de Lula continua intacta entre o eleitorado e influenciando decisivamente o jogo político e eleitoral. Para Alberto Almeida, coordenador do instituto, um dos dados que chamam mais atenção é a permanência da popularidade de Lula – o que o torna um fator de extremo desequilíbrio no jogo presidencial.

Durante o seu governo, Lula alcançou 80% de aprovação (ótimo + bom). Agora, com a artilharia da mídia contra si, as teses sobre “herança maldita”, as “marchas contra a corrupção” convocadas pela mídia e que visam seu período de governo, a aprovação do ex-presidente subiu e chegou a 82%. Segundo Almeida, “Isso significa que o eleitorado está com saudades de Lula”.

Ironicamente, a pesquisa divulgada pelo jornal Valor Econômico revela ainda um fato que, analisado pelo prisma correto, mostra que a grande imprensa, além de não ter credibilidade para desmoralizar Lula, pode estar reduzindo a popularidade da presidente Dilma com sua tentativa de forjar uma suposta ruptura política e administrativa de seu governo com o de seu padrinho político.

A aprovação ao governo Dilma é exatamente a metade da de seu antecessor: 41% de “ótimo” e “bom”. E enquanto 3% dos entrevistados consideram que Lula foi ruim ou péssimo, 16% avaliam Dilma como tal. Nesse aspecto, as tentativas da presidente de tentar manter uma relação civilizada com a imprensa podem estar sendo vistas como “traição”.

A pesquisa também mostra que o governo Lula se tornou medida de comparação para o povo. Os que aprovam a administração Dilma Rousseff justificam a opinião com a percepção que têm de que a presidente está “dando continuidade ao que o Lula fez”.

Para os que previsivelmente dirão que a pesquisa do instituto análise é “comprada”, que o instituto é “petista” etc., vale analisar pesquisa levada a cabo pelo cientista político tucano Antonio Lavareda, pesquisa que, na semana que termina, pôs o PSDB em pânico.

Caciques tucanos se insurgiram contra a divulgação da pesquisa devido ao quadro tétrico que revelou, pois confirma todos os dados da pesquisa do instituto análise e mais alguns outros, todos altamente negativos para a oposição. Revela que, hoje, tanto José Serra quanto Aécio Neves não teriam a menor chance numa disputa com Dilma e muito menos com Lula.

Por fim, o PT pode dormir tranqüilo por conta da forma como o alto escalão tucano avaliou a pesquisa de Lavareda. Ao menos na visão do presidente do partido, Sergio Guerra, os tucanos devem insistir nas táticas de luta pelo poder que permearam a década passada.

Em primeiro lugar, a idéia “brilhante” dos tucanos é a de insistir ainda mais na teoria de que tudo que Lula realizou se deve ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Julgam que, apesar de a grande imprensa repetir essa teoria há quase 10 anos, ela ainda não se fixou na mente do eleitorado porque nas campanhas eleitorais o ex-presidente costuma ser “escondido” pelo seu partido.

A avaliação tucana não debita essa ocultação de FHC pelos seus pares à péssima lembrança que seu governo deixou nos brasileiros e que foi a responsável pela tentativa praticamente desesperada de votarem no enigma Lula em 2002, buscando como que uma última alternativa para um país que parecia não ter jeito antes de o PT chegar ao poder.

Por absurdo que pareça, a interpretação da oposição declarada e da dissimulada é a de que FHC só não desfruta de bom conceito por conta de não ser suficientemente exaltado e, assim, imprensa e oposição partidária podem passar a empreender uma forte campanha pela reabilitação de seu “legado”.

E não fica só nisso, o delírio conservador. Devido ao grande “sucesso” das campanhas moralistas que a direita empreendeu contra o governo Lula e que continua empreendendo contra o governo Dilma, a avaliação do presidente do PSDB e da parcela do partido que o apóia é a de que se deve insistir ainda mais na criminalização do PT e do ex-presidente Lula.

É possível prever, assim, que, nos próximos meses, oposição e mídia devem intensificar o denuncismo contra o legado de Lula e contra o governo Dilma, bem como a exaltação da era FHC e a difusão da tese de que tudo que está acontecendo de bom hoje no país se deve a um governo que terminou, em 2002, sob forte desaprovação da sociedade.

Dilma, Lula e o PT deveriam agradecer aos adversários. Se bobear, ainda farão com que Lula seja canonizado
 

O PSD recusa convite para participar de reunião de lideres da base

por Agência Brasil

O recém criado PSD respondeu com um não, com o argumento da independência em relação ao governo, ao convite feito para participar da reunião dos líderes da base governista na Câmara, prevista para a próxima semana, disse à Agência Brasil o futuro líder da sigla, deputado Guilherme Campos (SP).

Segundo Campos, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), lhe fez o convite para participar da reunião já na próxima terça-feira (4). “Agradeci a consideração do líder, o respeito e o carinho de fazer o convite, mas se nós estivermos presentes ao encontro, uma semana após o registro do partido, tudo aquilo que defendemos de independência ficaria sem sentido”, declarou.

O PSD teve seu registro aprovado na última terça-feira (27) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tornando-se o vigésimo oitavo partido no Brasil com registro definitivo. A legenda, segundo seu líder na Câmara, deverá iniciar sua atuação com uma bancada de cerca de 50 deputados, ocupando a terceira posição na Casa. No Senado, o partido tem dois senadores.

Campos, que foi eleito pelo DEM, disse ainda que o quadro inicial do partido deverá ser formado por 19 deputados eleitos pelo Democratas, oito do PP, quatro do PR, quatro do PMN, três do PPS, três do PMDB, dois do PTB, dois do PSC e um do PSDB, um do PV e um do PCdoB.

O líder do PP, deputado Agnaldo Ribeiro (PB), no entanto, não confirma a saída de oito deputados para o novo partido. Ele declarou que está trabalhando para a manutenção de todos os deputados nos quadros do PP, mas admite que o partido poderá perder de dois a três deputados para o PSD.

Os deputados que estão migrando para o PSD e que quiserem disputar as eleições municipais do ano que vem têm até os primeiros dias de outubro para pedirem a desfiliação das legendas pelas quais se elegeram e ingressarem na nova agremiação partidária.

Hoje, o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza, disse que vai convidar o PSD formalmente para fazer parte da base de apoio ao governo. Ele informou que já começou as conversas sobre o assunto com o deputado Guilherme Campos. “Minha expectativa é que eles façam parte da base de apoio ao governo, porque a maioria dos deputados votou conosco nas questões propostas pelo governo até o momento”.

O DEM e a cronologia da conveniência

por  da Carta Potiguar


A parasitologia explica perfeitamente a atual e constrangedora situação política e eleitoral do Democratas: o parasita, uma vez fora do seu hospedeiro, tende a agonizar até a morte devido à falta da fonte de que o mantinha vivo às custas de outro organismo. É o que vem acontecendo com o partido desde de que, há 8 anos, deixou de ser situação.
Se observarmos o histórico de tal sigla veremos que sua qualidade mais notória é, tão somente, a sanha metamórfica pela qual passou no decorrer dos anos; da golpista União Democrática Nacional (UDN) de Carlos Lacerda e Magalhães Pinto vieram os mais ilustres próceres do que se tornaria a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), principal sustentáculo político do regime militar. Regidos pela conveniência política de se desvincular de uma ditadura moribunda diante dos ventos da redemocratização iniciada por Geisel e tocada à frente por Figueiredo, sentiram que aquela era a oportunidade ideal de se afastar de um regime que, em que pese ter lhes gerado múltiplos dividendos políticos, acabaria por se tornar um engodo com as pressões populares pelo retorno da democracia e das eleições diretas. Eis que, de uma dissidência dos arenistas, surge o PDS – Partido Democrático Social -, composto por membros que se fartaram com o situacionista ônus político ditatorial e que, oportunistas, viram do convés desse barco em naufrágio o assustador tsunami da democracia se aproximar. Nele, então, pularam com suas pranchas antes mesmo que lhe atingisse o casco. Mas e a ditadura a que serviram tão caninamente? Procuraram ofuscar de forma singela no discreto “D” do PDS. Não era – mais – interessante do ponto de vista político e eleitoral ser relacionado a um regime que caminhava para o saco.
Algumas lideranças do PDS, empolgados, talvez, pela então ordem econômica ocidental implantada por Thatcher na Inglaterra e Reagan nos EUA e que com força ganhava cada vez mais adeptos ao redor do planeta, fundaram o Partido da Frente Liberal (PFL). Apoiar o civil Tancredo Neves, símbolo maior da redemocratização, contra o candidato dos militares (Paulo Maluf) era a única e inquestionável escolha se quisessem se afastar cada vez mais do seu passado antidemocrático e continuar gozando dos frutos propiciados pela confortável condição de governista como tão bem fizeram com os militares.
Da reabertura política aos dias atuais, a UDN/ARENA/PFL/DEM só não foi aliada de Lula e de Dilma: Sarney, Collor – cujo barco também fora abandonado às vésperas do Impeachment – Itamar e FHC, todos contaram com a vassalagem política incondicional de seus partidários. De 1964 a 2002, até a vitória de Lula, permaneceram entranhados nas vísceras da máquina política governista. Coadjuvantes por natureza, acostumaram-se a almoçar ao lado de quem estava no poder, estando agora – e talvez pela primeira vez na história política do país – longe da mesa governista. É o que afirma o insuspeito Cláudio Lembo, professor da tradicional Mackenzie, ex-governador de São Paulo e até recentemente integrante do DEM. Em entrevista concedida ainda em 2006, soltou o então pefelista que seu partido estava nas barbas do poder desde a chegada de Cabral. Obviamente, tal conclusão denota das históricas origens aristocráticas que a legenda possui.
O baque de estar na estranha, hostil e inédita condição de oposicionista foi notado já na expressiva diminuição de sua bancada no Congresso após as eleições de 2006. O que fazer então? “Mudar mais uma vez de nome”, bradaram as raposas pefelistas. Mas como? E para qual nome? Com o “D” do PDS buscaram expurgar os umbilicais laços com o regime. A preocupação agora, como esperado, era também expurgar as estridentes e neoliberais nódoas do passado consubstanciadas exatamente no “L” do PFL.  Expurgue-se, então, o “liberal” de sua sigla. Assim, o ex-arenista PFL transmuta-se ironicamente em Democratas (DEM). Seu passado, todavia, continuou o mesmo.
A atual agonia do DEM é paulatina, evidente e progressiva: na década de 90, o governista PFL chegou a ter uma bancada superior a 100 deputados e mais de 20 senadores, as maiores do parlamento. Hoje, possui 43 deputados e apenas 6 representantes no Senado Federal.
Esse número, é bom frisar, está desatualizado. Sua tendência é de franca diminuição em virtude do surgimento de mais uma dissidência do partido que, por sua vez, também criou uma sigla dissidente que, de seu turno, também teve como motriz a conveniência política de estar ao lado do governo. Trata-se agora do PSD, Partido Social Democrata (quero acreditar que a sarcástica semelhança como o antigo PDS seja involuntária). A quantidade de emigrantes do DEM inclui, além de seu idealizador Kassab, graúdos como a senadora Kátia Abreu e o próprio Cláudio Lembo. A sangria levantou, inclusive, a possibilidade de fusão com o PSDB, que também teve significativas baixas como a de Walter Feldman, um dos fundadores da agremiação e integrante do alto tucanato paulista.
Há uma máxima que afirma que para prever o futuro, basta olhar para o passado. Diante disso, resta apenas uma pergunta: irá o PSD se manter por muito tempo?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Dilma está satisfeita com o Brasil de Dilma

por Ricardo Kotscho no seu  Balaio do Kotscho

Serena e firme, muito à vontade e cheia de boas notícias, a presidente Dilma Rousseff parecia satisfeita ao fazer um balanço dos seus primeiros nove meses de governo na manhã desta quinta-feira.
Em entrevista aos apresentadores Celso Zucatelli e Chris Flores, do programa Hoje em Dia, durante café da manhã no Palácio da Alvorada, transmitida ao vivo pela TV Record, Dilma mostrou-se confiante nas condições que o país reúne hoje para enfrentar a crise econômica mundial, anunciou um aumento de 14% no salário mínimo em 2012 e prometeu melhorar a gestão da saúde pública antes de se discutir um novo imposto.
"É mais do que bom", respondeu na lata, no começo da descontraída conversa de uma hora com os dois jornalistas, quando Zucatelli lhe perguntou se é bom governar o Brasil. "É uma honra e um orgulho governar o Brasil neste bom momento que o país vive, crescendo e distribuindo renda".
Não, ela não sonhava em ser presidente da República numa época em que as mulheres nem pensavam nisso. Queria ser bailarina e bombeiro, mas agora se mostra contente com o papel que o destino lhe reservou, e nem piscou o olho quando entrou no ar uma reportagem sobre a sua trajetória de vida até chegar à Presidência.
Vendo-se na tela ao fazer o discurso de abertura da Assembléia Geral da ONU na semana passada, a presidente se lembrou de milhões de mulheres que ainda são vítimas da segregação em várias partes do mundo, destacou "a fase de extrema valorização internacional" que o país atravessa e reconheceu o mérito dos seus antecessores para que o Brasil ganhasse uma posição de destaque na ONU.
A entrevista-conversa, em que os entrevistadores deixaram o papo fluir sem querer aparecer mais do que a entrevistada, foi intercalada por reportagens. Após ouvir o depoimento de três "mulheres guerreiras" contando histórias de superação, em que elas afirmam ter-se inspirado na presidente, Dilma comentou que "elas também me inspiram".
Mais desenvolta do que em entrevistas anteriores, Dilma dirigiu-se principalmente ao público feminino, predominante nas manhãs da televisão, e nem tocou na comida da mesa farta à sua frente. Só tomou alguns goles de suco de laranja.
Sempre citando números, falou de aposentados, emprego, saúde, impostos e mostrou-se otimista com o futuro: "A expectativa de vida está aumentando, mas antes da população ficar mais velha, o país vai ficar mais rico. Temos uma população economicamente ativa numa faixa etária boa para darmos um salto de crescimento e cuidar melhor dos nossos aposentados. ".
Entre as boas notícias, a presidente contou que em Manaus, no dia anterior, durante reunião com sete governadores da região, lançou a Bolsa Verde, que dará uma ajuda de R$ 100 por mês e crédito a juros mais baixos para quem preservar a floresta, beneficiando 4 milhões de pessoas. "Vocês sabiam que 62% dos pequenos empreendedores no Brasil são mulheres?", fez questão de destacar.
Quando lhe perguntaram se o Brasil estava livre da crise, foi realista. "Nenhum país está livre das conseqüências, mas o nosso país está hoje mais protegido do que na crise de 2008". Para ela, "no momento em que os Estados Unidos e a Europa compram menos produtos brasileiros, o mercado interno, com a força do consumo e a renda melhorando", dá mais confiança ao país.
As reservas brasileiras também lhe dão tranqüilidade. "Nós temos hoje um pé de meia de US$ 351 bilhões", contou com orgulho, como fazem os síndicos na prestação de contas em reuniões de condomínio.
Sobre o aumento de IPI nos carros importados, a presidente foi dura: "Precisamos proteger o emprego dos brasileiros, fui eleita para isso. Qualquer empresa estrangeira, para não pagar imposto maior, vai ter que gerar empregos aqui. Este governo não vai deixar que ameacem os nossos empregos".
"Compromisso tem que virar idéia fixa, vou fazer de tudo para melhorar a saúde", prometeu, ao falar da saúde pública, lembrando os tempos de campanha eleitoral. Admitiu "problemas sérios de gestão" e a falta de médicos em várias especialidades, mas deu esperanças de que o quadro pode melhorar.
Dilma anunciou que o governo vai financiar cursos para formar 4.500 médicos e quem se comprometer a trabalhar por pelo menos dois anos no SUS não terá que devolver o dinheiro. Depois de lembrar que os vizinhos Chile e Argentina investem mais em saúde pública do que nós, deixou claro que vai buscar novas formas de financiamento para aumentar os recursos nesta área.
"A saúde no Brasil precisa de mais dinheiro. Não estou pedindo hoje mais impostos porque precisamos melhorar primeiro a gestão. O governo tem que provar que tem condições de melhorar o atendimento ao público antes de pedir mais recursos".
Na parte final do programa, Dilma viu a apresentação sobre a cobertura que a TV Record fará dos Jogos Pan-Americanos, que começam daqui a 15 dias, com a participação de 250 profissionais, em Guadalajara, no México. E ainda teve tempo para brincar com o chef Edu Guedes, que entrou no ar dos estúdios de São Paulo com sugestões para o almoço.
"Eu quero saber é a receita do sorvete... Tem que socializar o sorvete..."
Desta vez, ninguém falou de faxina nem de malfeitos. Cada coisa tem sua hora e lugar. Dilma chega aos nove meses de governo agradando até quem não votou nela.

Lula doa prêmio de US$ 100 mil a país africano

por Everton Araújo
Ao receber nesta quinta-feira, 29, o prêmio Lech Walesa, na Polônia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que decidiu doar os US$ 100 mil a um país africano. O país que receberá o valor será escolhido pelos diretores do Instituto Lula e pelos membros da fundação criada por Walesa. Lula também se encontrou em Gdansk com o sindicalista e ex-presidente polonês.
Walesa, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, lembrou que quando conheceu Lula, em 1980, acreditou que estavam em caminhos diferentes. 'Deixamos o comunismo e o senhor queria introduzir o socialismo. Parecia que estávamos em caminhos opostos, pois parecia não haver terceira via', comentou. 'O senhor não tinha razão há 30 anos, mas hoje mostrou que tinha razão.'
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que Lula e Walesa fizeram mudanças radicais sem promover o caos em seus países. Para Tusk, os dois líderes promoveram o crescimento econômico e o bem-estar para as populações.
O prêmio Lech Walesa foi criado em 2008 pela fundação do ex-presidente polonês para reconhecer personalidades destacadas por seu apoio à liberdade, democracia e cooperação internacional. A fundação informou em nota que Lula foi escolhido 'em reconhecimento por seus esforços para conseguir uma cooperação pacífica e a compreensão entre as nações, especialmente para reforçar o papel dos países em desenvolvimento no mundo dos negócios, e por sua contribuição para reduzir a desigualdade social'.

Fonte: Agência Estado

Criação do PSD enfraquece oposição


A criação do PSD vai alterar a atuação da oposição na Câmara e deixar as votações no plenário mais confortáveis para a presidente Dilma Rousseff. O DEM, partido que faz oposição mais firme nas votações, perderá prerrogativas com a migração de deputados para o novo partido.

Caso se confirme a previsão de a bancada perder de 15 a 17 deputados para o PSD, o partido não poderá sequer exigir sozinho votações nominais e terá reduzida a cota para pedir análise separada de pontos dos projetos, instrumentos regimentais largamente usados pelo partido para obstruir as sessões.

O líder do DEM perderá também tempo para discursar nas sessões e, administrativamente, ainda ficará com menos cargos para contratar assessores. As mudanças podem parecer “detalhes” fora do ambiente parlamentar, mas são essas questões regimentais que definem o ritmo do dia a dia do funcionamento da Câmara e das votações e demonstram o poder de cada legenda na Casa. Os espaços políticos da atividade legislativa são divididos entre os partidos proporcionalmente ao tamanho das bancadas.

O PSD pode nascer já na terceira posição, com 50 deputados, atrás do PT, do PMDB e do PSDB. Caso o DEM caia dos atuais 43 deputados para 28 deputados, na avaliação mais positiva para a legenda, o líder do partido perderá dois minutos dos 5 minutos que tem para discursar na sessão e terá de recorrer a deputados de outros partidos para pedir verificação de uma votação e exigir que os deputados registrem os votos no painel eletrônico.

Urnas definem bancadas

“O que se está fazendo desde o começo é dar um golpe na oposição”, avalia o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA). Encaminhou uma nota técnica ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), sustentando a regra de que as urnas é que definem o tamanho das bancadas e os espaços políticos e os físicos na Casa. O DEM não está sozinho nessa disputa e um movimento suprapartidário na Câmara busca limitar a atuação dos deputados do novo partido.

“O partido ficará como zumbi pelos quatro anos. Para ter funcionamento parlamentar terão de esperar as próximas eleições”, afirmou o líder do PTB, Jovair Arantes (GO). As bancadas não aceitam perder posições e presidências nas comissões, por exemplo, para o novo partido. “Vão ter de esperar as urnas de 2014 para pleitear assento e tempo de TV”, afirmou o líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP).

Os líderes avisaram o presidente da Câmara ue não aceitam ceder seus próprios espaços para o novo partido. O deputado Guilherme Campos (SP), escolhido líder do PSD, quer a legenda representada de acordo com o tamanho da bancada. Argumentou que o regimento não se refere a partido fundado durante o mandato. “A presença do PSD vai dar uma desbalanceada. Queremos que todos os critérios de proporcionalidade sejam respeitados”, disse Campos.

‘Vassouras contra a corrupção’ são roubadas em frente ao Congresso


 
Protesto contra a corrupção na política esbarrou na falta de consciência da própria população, ontem (28), na Capital Federal. Ambulantes, servidores e até mesmo seguranças dos prédios da Esplanada dos Ministérios roubaram muitas das 594 vassouras nas cores verde e amarelo foram ficadas no gramado em frente ao Congresso Nacional em um ato simbólico para “varrer” as más práticas no parlamento.

Simbolizando os 513 deputados federais e os 81 senadores, as vassouras foram instaladas pela ONG Rio da Paz pela manhã, mas não resistiram muito além do horário de almoço dos funcionários dos prédios públicos próximos ao local.

No início da tarde, era possível observar pessoas entrando com vassouras nos ministérios ou colocando-as nos porta malas de carros estacionados nas redondezas do protesto.
A mesma manifestação já havia sido feita na semana passada na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Em Brasília, a intenção era entregar os objetos para cada parlamentar ao fim do dia, mas organização do protesto optou por retirar o restante das vassouras após perceber que todas acabariam sendo mesmo arrancadas.
Ainda assim, outra grande parte delas foi doada às pessoas que pediram para levar para casa uma vassoura novinha em folha.

do Diário Regional

Fruet anuncia entrada no PDT

por Rodrigo Cavalcante

O ex-deputado federal Gustavo Fruet fez do anúncio de sua opção por entrar no PDT um primeiro comício visando a conquista da prefeitura de Curitiba nas eleições do próximo ano. Sobre um palanque montado em frente às escadarias do histórico prédio da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde se reuniram mais de cem pessoas, ele disse que quer discutir o futuro da cidade e não deixou de criticar o prefeito Luciano Ducci (PSB), que concorre à reeleição. Sobre o mesmo palanque, ele respondeu, ao microfone, os questionamentos feitos pela imprensa.
"O prefeito Luciano e o Derosso (João Cláudio Derosso, do PSDB, presidente da Câmara que responde a CPI sob acusação de ter direcionado licitação de publicidade) são a face da mesma moeda" disse.
Crítico do governo federal durante o mandato como deputado, Fruet agora passa a pertencer a um partido que faz parte da base do mesmo governo. "Mantenho a mesma posição crítica, reafirmando todos os compromissos e posições adotadas, mas agora profundamente focado com a questão local, com o tema local e com o futuro de Curitiba", acentuou. Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff tem uma "postura muito mais de gestora do que propriamente política". "Parece até que ela não tem tanta paciência para esse debate com o mundo político, ela tem tomado algumas posições de afastamento de ministros, que tem um custo político muito elevado", disse.
Fruet afirmou que as negociações para uma aliança visando as eleições ficará com a direção partidária. E adiantou que devem ser procurados os partidos que não estão na base do governo municipal, especialmente PV, PC do B e PT. "Mas é preciso ter um período de reflexão, temos que respeitar o tempo dos partidos", ressaltou. Segundo ele, a opção pelo PDT deve-se à história junto aos movimentos sociais e à estrutura mínima que lhe permite tempo de televisão.

fonte: Agência Estado

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Descanse em paz, DEM


Imagem blog do Saraiva


Encolhendo a cada eleição, o partido que deveria sustentar a bandeira do conservadorismo no Brasil leva seu golpe de misericórdia com a criação do PSD de Gilberto Kassab, que lhe tomou, entre outras coisas, 17 deputados e o posto de sexta maior bancada da Câmara Federal


Evam Sena e Rodolfo Borges_247 - O Democratas tentou. Em 28 de março de 2007, o antigo PFL foi refundado com novo nome, Democratas, e prometia recuperar o protagonismo da década de 1990, quando o ex-senador Marco Maciel ocupou a vice-Presidência da República do governo Fernando Henrique Cardoso, mas a relutância em sustentar as bandeiras do liberalismo e do conservadorismo em um país governado há nove anos por partidos historicamente de esquerda enfraqueceu a legenda, que recebe sua pá de cal com a fundação do PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
O ocaso do DEM começou com o fim do governo Fernando Henrique, mas pode ser localizado simbolicamente no dia 7 de maio de 2008, quando o senador Agripino Maia (hoje presidente nacional do partido) botou em questão a índole da então ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff logo na abertura de reunião da Comissão de Infraestrutura do Senado, baseado no relato de que Dilma mentiu sob tortura durante a ditadura (assista ao vídeo). “Me orgulho muito de ter mentido, senador. Porque mentir na tortura não é fácil”, respondeu a hoje presidente Dilma, sob aplausos – para o constrangimento de Agripino e de toda a oposição –, fortalecendo, naquele momento, a candidatura que venceria as eleições presidenciais de 2010.
Foto: Wilson Dias/ABr
A partir dali, Kassab começa a se articular, sob os olhos atentos do ex-senador e ex-presidente de honra do DEM Jorge Bornhausen (SC), que deixou o partido em maio último, anunciando o fim de sua vida política, pouco depois do anúncio da desfiliação de seu filho, o deputado licenciado Paulo Bornhausen, que aderiu ao PSD. É no estado de Bornhausen, Santa Catarina, que o PSD ganhou seu primeiro governador – Raimundo Colombo também trocou o DEM pelo PSD, dizendo que o Democratas “ficou sem futuro”.
É fácil traduzir a impressão de Colombo em números. Nas últimas eleições, o DEM elegeu apenas dois governadores – como um deles já pulou fora, resta apenas Rosalba Ciarllini, no Rio Grande do Norte. O último pleito também reduziu as bancadas da Câmara (de 65 para 43 deputados) e do Senado (de 13 para 6 senadores). A migração de 17 deputados e uma senadora para o PSD diminui ainda mais um partido que já perdera espaço nas últimas eleições municipais – em 2008, o DEM elegeu 500 prefeitos, ante 792 eleitos em 2004, quando ainda era PFL.
As sucessivas derrotas parecem ter abalado as convicções do partido e levaram o senador Agripino a declarar em entrevista que o DEM não era de direita, mas adepto do “liberalismo moderno”. Por mais que o termo “direita” tenha se desgastado desde a redemocratização, a declaração não pegou bem e colaborou para o enfraquecimento do partido e, consequentemente, do debate político no país, cujo contraponto perdeu a força.
O último golpe no DEM chegou com requintes de crueldade, diante das declarações de Agripino que, confiante no fracasso do PSD, dizia nesta terça-feira que a Executiva Nacional democrata iria analisar caso a caso a volta de seus parlamentares. Confrontados com a derrota, dirigentes do DEM já discutem a possibilidade de abortar o planejado questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que acatou a criação do partido. A ideia seria evitar ainda mais constrangimentos.

Problema tucano não é Serra vs. Aécio. É São Paulo

por Fernando Brito no Tijolaço

A polêmica em torno da divulgação de uma pesquisa interna do PSDB que minguaria para 25% o apoio a uma candidatura José Serra a presidente, hoje – Dilma teria 59% e Marina, 15% – é só mais um round da disputa entre Aécio Neves e José Serra.
Mas a batalha verdadeira é a disputa pela prefeitura de São Paulo, onde tucanos de todos os tons estão num mato sem cachorro. O artigo de Maria Inês Nassif, no site Carta Maior, é leitura obrigatória para entender o que se passa no ninho tucano.
“O ex-governador não tem mais espaço nacional no PSDB. E o seu “Plano B”, o PSD do prefeito Gilberto Kassab, alçou voos próprios que não credenciam seu criador a ir além da capital paulista no apoio a Serra. Integrantes do novo partido consideram que o prefeito pode cumprir seus compromissos passados com o ex-governador se ele decidir disputar as eleições para prefeito. Para aí. A vocação governista com que nasce o PSD não aconselhariam a apoiar Serra contra o governador Geraldo Alckmin, numa disputa pelo governo do Estado, ou ir na direção contrária a da presidenta Dilma Rousseff, na disputa pela reeleição.
No PSDB paulista, Serra perdeu terreno na capital, onde tinha mais influência que Alckmin, e não expandiu seus domínios para o interior, reduto alckmista. A avaliação no núcleo tucano paulistano é que o PSDB não pode recusar a Serra a legenda para a prefeitura, se ele quiser, mas nem o partido gostaria que isso acontecesse, dado o alto grau de rejeição ao seu nome acusado por pesquisa do instituto DataFolha há duas semanas, nem o próprio ex-governador parece disposto a correr o risco de uma derrota municipal num momento em que está particularmente fraco. Isso inviabilizaria por completo qualquer tentativa futura de retomar uma carreira política nacional.”
Serra está num dilema atroz. Não pode perder a eleição para prefeito e também muito dificilmente pode ganhá-la. Portanto, é quase impossível que saia candidato. Kassab também não tem candidato além de Serra, mas precisa ter um, com um mínimo de viabilidade eleitoral para já não começar o PSD com uma derrota acachapante. Geraldo Alckmin terá candidato – possivelmente um nome novo, como Bruno Covas, que o preserve de responsabilidades maiores . O candidato de Serrabem…
Quem leu com atenção o parágrafo anterior já entendeu porque o ex-presidente Lula colocou o ministro Fernando Haddad debaixo do braço e carrega a sua candidatura ainda incipiente.
O barbudo manja do assunto…

Pastor Jabes de Alencar avisa que se Marta Suplicy for candidata, a Assembléia de Deus fará campanha contra

por Flavia Mello

A disputa pela prefeitura de São Paulo já começa a acirrar os ânimos e posicionar pastores e líderes. Pastor Jabes de Alencar, da Assembleia de Deus do Bom Retiro, já deu o tom do quadro que irá se desenhar na cidade nos próximos meses.
 Durante a Expocristã, que terminou em São Paulo no último domingo, o líder disse por duas vezes que se Marta Suplicy, do PT, for candidata, ele fará campanha contra. A medida pessoal, segundo ele deve-se por sua gestão em seu primeiro mandato e pelo fato da senadora ter apoiado criação da PL 122/06.
“É uma medida pessoal. Marta já esteve na prefeitura e não fez uma boa gestão. Sem contar que ela já mostrou que não tem simpatia dos evangélicos. Foi uma das maiores defensoras do PL 122/06. Não faço campanha para ninguém, mas se ela for candidata peço voto contra”, criticou.
Marta segundo as pesquisas tem 15% da preferência do eleitorado, mas encontrará uma muralha pela frente. O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva quer que Fernando Haddad seja o candidato do partido. Haddad, atual secretário de eduacação, foi um dos grandes defensores da distribuição do Kit Gay nas Escolas do Brasil.

O DEM vai tentar derrubar a decisão que concedeu o registro ao PSD

por Everton Araújo

O DEM anunciou que recorerrá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar a decisão que concedeu o registro. A legenda afirma não haver comprovação de que as assinaturas foram coletadas de forma correta.
O Partido Social Democrático (PSD) será legenda de centro, afirmou nesta quarta-feira, 28, o prefeito de São Paulo e um dos fundadores da sigla, Gilberto Kassab. Em entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, Kassab, que até então afirmava que a sigla não seria de direita, esquerda ou de centro, definiu a linha partidária do PSD.
Em março, com o partido ainda em fase de formação, Kassab afirmou à Rádio Estadão ESPN que o PSD não seria “de direita, nem de esquerda, nem de centro”. “É um partido que terá um programa a favor do Brasil”, disse na ocasião. Na entrevista desta quarta, um dia depois de o PSD ter a criação aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Kassab tentou explicar o posicionamento da sigla. “A questão de centro é ideológica. Está desvinculada da questão da relação do apoio ou não ao governo federal. Nossa posição em relação ao governo federal será de independência”, afirmou.

Kassab e integrantes comemoram "nascimento" do novo partido, o PSD

por Franco Ahmad

Por 6 votos a 1, o tribunal aprovou o registro da legenda Partido Social Democrático (PSD), que passa a ser a 28ª em funcionamento no Brasil.
A decisão, que encerra uma novela que se arrastava desde o começo do ano, acarretará mudanças profundas no tabuleiro político nacional.

Idealizador do Partido Social Democrático (PSD),
Gilberto Kassab

Durante o julgamento, o ponto mais polêmico do debate entre os juízes foi a validação das assinaturas certificadas pelos cartórios eleitorais, mas que não foram carimbadas pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).

Os ministros Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani, Teori Zavascki, Carmem Lúcia, Nancy Andrigui (relatora da matéria) e Ricardo Lewandowski (presidente do TSE) votaram a favor do PSD. Apenas Marco Aurélio Mello foi contra.

O PSD já nasce com 40 deputados federais em exercício --representando a sexta maior bancada da Câmara dos Deputados, ao lado do PP --mas planeja chegar a 52. Com a criação do novo partido, o DEM perde 17 dos 44 deputados em atividade, ficando com uma bancada de 27. Maior alvo do PSD, o DEM cai um ponto no ranking de bancadas, passando de sexta para sétima maior da Casa.

Oficialmente, o PSD tem 43 deputados eleitos e mais quatro suplentes. Mas sete de seus titulares estão licenciados para ocupar cargos de secretários em seus Estados. Por isso, na atual configuração da Câmara, ele fica com 40 deputados federais em exercício.
O maior prejudicado será o DEM, que perde 17 dos 44 deputados em atividade, ficando com uma bancada de 27. Com isso, o DEM cai da sexta para sétima maior bancada da Casa e terá que abrir mão de espaços físicos e cargos em relatorias.

O PSD tem mais deputados eleitos que estão licenciados para ocupar cargos em seus Estados. A legenda nasce politicamente híbrida. Nos 27 estados, o arco de alianças vai do PT ao PSDB, passando até pelo DEM.
Em São Paulo, o PSD deve apoiar o PSDB se José Serra ou Aloysio Nunes Ferreira forem candidatos. Caso contrário, o partido pode apoiar o PV ou lançar um candidato próprio.
Kassab já disse que seu partido não é de esquerda, nem de direita, nem de centro.

deputado federal Fábio Faria
No twitter, o prefeito de São Paulo e idealizador do Partido Social Democrático (PSD), Gilberto Kassab, comemorou:  "Nasceu o PSD! Parabéns a todos os brasileiros que participaram das diversas etapas da sua criação", afirmou. "Cumprimento a Justiça Eleitoral brasileira por sua eficiência e seriedade", disse.
Em outra postagem  serviu para marcar a primeira reunião após a oficialização. "Amanhã às 09:00h faremos a 1ª reunião da Executiva Nacional, na sede do PSD, em Brasília".

Outros Integrantes do PSD utilizaram o microblog Twitter para comemorar a decisão, como o deputado federal Fábio Faria (ex-PMN -RN),  que aproveitou para mobilizar os apoiadores. "4 x ZERO!!! O PSD está pronto!! Viva a DEMOCRACIA!!! Vamos as filiações no Brasil por todo o final de semana!! Valeu Brasil!! Valeu RN!!".
No Rio de Janeiro, o candidato do partido deve ser o ex-deputado Indio da Costa, que foi candidato a vice-presidente na chapa de José Serra. "TSE votou favoravelmente: nasceu o PSD!!", postou no twitter.