Duas notícias nos bastidores da política envolvem Serra, Aécio e PSDB. Uma mais comenentada até o momento é a informação de que o tucano José Serra sairia sim candidato á prefeitura de São Paulo. E no caso de vitória, Serra abandonaria mais uma vez a prefeitura para concorrer a presiência
A segunda informação tem o todos os dedos do senador tucano Aécio Neves, que planeja tirar Serra do caminho do Palacio do PlanaltoSerra, como se sabe, gostaria de concorrer, pela terceira vez, à Presidência da República, em 2014.
É uma meta cada vez mais distante. A bola da vez - e, de novo, são seus correligionários, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que mandam avisar - é o senador mineiro Aécio Neves. Resta-lhe contentar-se em ser uma espécie de salvador do PSDB em São Paulo, uma vez que o partido não tem candidatos de grande densidade eleitoral. Será um instrumento regional a serviço dos planos de Alckmin e de preservação nacional dos tucanos. Serra tornou-se uma peça pequena mas importante para a sustentação do PSDB e da oposição. Caso a capital caia nas mãos do PT, a reeleição de Alckmin está ameaçada. E se os petistas controlarem o maior Estado do país, além do governo federal, a partir de 2014, os tucanos e a oposição estarão de vez encurralados.
Estimulada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), a cúpula nacional do PSDB montou ontem uma estratégia para facilitar a candidatura de José Serra à Prefeitura de São Paulo. Ela consiste em, primeiro, convencê-lo de que é melhor para o partido que ele seja candidato. Em seguida, convencer os atuais pré-candidatos a desistir pacificamente da disputa. E reaproximar o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) do partido; apaziguando ainda os ânimos no DEM, legenda que resiste a fechar aliança com Serra.
Ontem, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), almoçou com os deputados federais Walter Feldmann (PSDB-SP), Vaz de Lima (PSDB-SP) e o líder da bancada, Bruno Araújo (PE). Ali foram delineadas as principais frentes da nova estratégia da legenda para o embate com o PT no maior colégio eleitoral do país.
Nos próximos dias, os tucanos mais próximos a Serra farão uma operação para "cercá-lo". Cada qual terá a responsabilidade de expor os argumentos pró-candidatura que assim resumidos: a eventual perda de São Paulo para o PT é muito mais prejudicial para o PSDB do que Serra perder a chance de ser novamente candidato a presidente da República em 2014.
Aécio quer aproveitar a ampla maioria favorável a ele no partido para influenciar na decisão de Serra. O senador parte do princípio de que é melhor para ele atuar para que Serra seja candidato do que permaneça sendo uma sombra para o seu projeto nacional de 2014. Além disso, acha que conseguiria impedir que Kassab se afaste da oposição e formalize sua adesão ao governo, o que também prejudicaria seu projeto presidencial.
Nesse sentido, a Feldmann caberá buscar a reaproximação do PSDB com Kassab. O deputado é hoje um dos tucanos mais próximos ao prefeito. Foi seu secretário municipal e, nas eleições municipais de 2008, esteve à frente da ala tucana que atuava pela candidatura de Kassab. No encontro de ontem, ele entregou uma carta a Guerra, a mesma já entregue a Serra, a Kassab, ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nela, faz um apelo pela aliança PSDB-PSD, que será repetido nos próximos dias pessoalmente ao prefeito.
Em outra frente, será deslocado um grupo para manter conversas com o DEM, que já ontem reagia à aliança com Serra. "Não existe alinhamento automático nosso com o PSDB em nenhum lugar do Brasil. O Serra é candidato? Ok. Mas não podemos montar uma estratégia de um jeito e de repente ela ruir", disse ao Valor o deputado Rodrigo Maia (RJ), ex-presidente nacional da legenda, que rompeu com Serra na campanha de 2010 por não ser reconhecido como o principal interlocutor no partido. O presidente estadual do DEM, deputado Jorge Tadeu Mudalen (SP), afirmou que "ninguém está fechado para nada". "Estamos conversando com o PSDB, mas também com o PMDB de Gabriel Chalita", declarou.
A redução da resistência do DEM começou a ser trabalhada na noite de terça-feira, quando parlamentares dos dois partidos se reuniram em um jantar em Brasília. Do DEM, compareceram o líder do partido na Câmara, ACM Neto (BA), além dos deputados Pauderney Avelino (AM), Onyx Lorenzoni (RS), Mendonça Prado (PE) e Ronaldo Caiado (GO). Todos avaliaram que uma candidatura de Serra em São Paulo é importante para o PSDB e para a oposição, mas que ela não deve servir novamente como um passo para a candidatura a presidente. Até porque o DEM está fechado com Aécio em 2014.
Uma outra frente começará a conversar com os quatro pré-candidatos do PSDB em São Paulo: o secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo; o secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas; o secretário de Energia, José Aníbal; e o deputado federal Ricardo Trípoli. Ela será comandada por Alckmin, já que três deles são seus secretários. Quanto a Matarazzo, isso não seria necessário, uma vez que ele é o candidato de Serra nas prévias. (Informações do Valor)
Do Amigos do Presidente Lula