quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Folha de S. Paulo: Um jornal a serviço de chutar cachorro morto


Ilustração do Blog
A Folha de S. Paulo poderia deixar de ser um jornal diário e passar a ser semestral. Aí faria sentido a manchete de primeira página desta quarta-feira (15) sobre Ricardo Teixeira, em que o tardio periódico paulista acusa o presidente da CBF de superfaturar um jogo da seleção brasileira realizado em 2009, em Brasília.

A Folha ainda se vangloria de obter documentos que comprovam as ligações suspeitas entre Teixeirão e a empresa Ailanto que, uma semana antes da partida, foi fundada especificamente para cuidar da organização do evento, mediante contrato de R$ 9 milhões assinado com o governo do Distrito Federal, à época sob o comando do famigerado José Roberto Arruda. Sim, aquele mesmo, preso e depois afastado do cargo por corrupção.

Mas quanta agilidade! Que faro jornalístico! Que furo de reportagem! Não fosse um detalhe singelo: a Record já havia denunciado essa fraude seis meses atrás, com as mesmíssimas informações que a lenta redação da Folha ignorou solenemente até hoje. Ignorou. Por seis meses. Duvida? Então veja esta reportagem e vídeo aqui.

O esforço investigativo do jornal da família Frias surge no exato momento em que, tudo indica, o Teixeirinha vai pedir demissão do cargo, após ser abandonado em praça pública até pelos seus comparsas da Fifa, por conta de dezenas de outras acusações de fraude e roubalheira. O cara já era. Acabou. Está com seus dias contados.

Além de se tornar semestral, a Folha poderia adotar um novo slogan: “Um jornal a serviço de chutar cachorro morto”. Em julho próximo, é capaz de informar seus leitores que 2012 começou.

Nem dá pra dizer que essas denúncias contra a CBF foram feitas por oportunismo. É pouco. Isso tem outro nome. É safadeza mesmo. A Folha acaba de instituir o jornalismo covarde.

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