domingo, 1 de abril de 2012

Aécio Neves (PSDB-MG) declara sua admiração pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO)


No dia 06/03/2012, Demóstenes Torres (DEM-GO) proferiu um discurso no Senado Federal, no qual ele tentou, sem sucesso, se eximir das acusações de corrupção. Num aparte, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) saiu em defesa do colega e declarou todo o seu respeito e admiração por aquele que estava sendo acusado de colocar o mandato de senador a serviço das atividades criminosas de um bicheiro:

do Senado Federal

 O Sr. Aécio Neves (Bloco/PSDB – MG) – Ilustre Senador Demóstenes, para nós que o conhecemos e o conhecemos em profundidade talvez soasse desnecessária sua presença hoje na tribuna do Senado Federal para tratar dessa questão. Compreendo a iniciativa de V. Exª de falar ao Brasil, de prestar os devidos esclarecimentos aos brasileiros, em primeiro lugar, porque V. Exª é uma figura nacional; aos goianos que, por duas vezes, o trouxeram a esta Casa; e, por último, a seus pares. A serenidade, Senador Demóstenes que V. Exª demonstra, acompanhada da clareza de seu pronunciamento e da firmeza com que se coloca perante seus Pares só confirmam o caráter de V. Exª e isso torna-se ainda mais relevante porque vem emoldurado pela unanimidade das manifestações dos seus Pares de todas as vertentes políticas. V. Exª é um homem digno, sempre agiu dessa forma em todos os cargos públicos que ocupou. E digo mais, V. Exª, Senador Demóstenes, é dos mais preparados e destemidos homens públicos deste País e, por isso mesmo, dos mais respeitados. Esteja seguro, V. Exª, a sua família, aqueles que como eu tanto o admiram, de que será desta forma que V. Exª continuará a ser visto pelos brasileiros, pelos goianos e pelos seus Pares: com respeito e enorme admiração.


Esta é a prática de Aécio Neves: quando a corrupção bate à porta do PT, ele levanta o discurso da “honestidade”, da “moralidade”, da “ética” e da “transparência”. Mas quando a corrupção está do seu lado, o discurso muda.

Para Aécio Neves, o senador Demóstenes Torres nem precisava tentar explicar as gravações feitas pela Polícia Federal e que revelaram suas negociações com um bicheiro. O ex-governador mineiro se dispôs a abrir mão das investigações e a absolver Demóstenes sem maiores problemas, pelo simples fato de ambos fazerem parte de partidos aliados.

A mesma coisa aconteceu quando um suplente de senador do Rio Grande do Norte, João Faustino (PSDB-RN), estava sendo investigado e chegou a ser preso pela Polícia Federal. Aécio Neves se mostrou indignado com as acusações de corrupção envolvendo seu aliado. Leia aqui.

Depois, quando as escandalosas denúncias de corrupção envolvendo o PSDB vieram a tona com o livro “A Privataria Tucana”, o senador mineiro também não deu importância e até pareceu conivente com as falcatruas do PSDB durante a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso. Leia aqui.

Sua atuação como governador de Minas Gerais durante dois mandatos também não foi nenhum exemplo de transparência ou combate à corrupção: sua gestão guarda a triste marca de ser o período em que menos se apurou denúncias de irregularidades. Leia aqui.

Com uma prática política caracterizada pelo afago dos aliados encrencados, Aécio Neves não tem nenhuma credibilidade para empunhar a bandeira contra a corrupção.

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