sexta-feira, 6 de abril de 2012

Por que o secretário da Fazenda de Perillo é indicação de Aécio?


Por Marcus Vinícius, no Brasil 247

O que faz em Goiás o senhor Simão Cirineu Dias? Ele foi secretário de Planejamento no Maranhão e da Fazenda em Minas Gerais, no governo de Aécio Neves (PSDB). Sua indicação à secretaria da Fazenda do Governo de Marconi Perillo (PSDB) está na cota do senador Aécio Neves e do governador Antônio Anastasia (PSDB), conforme registrou à época o periódico goiano Jornal Opção ( http://migre.me/8zuRz ):
“Tido como extremamente competente, Simão Cirineu Dias já foi investigado pela Polícia Federal na Operação Navalha, no Maranhão. A denúncia, de 2007, era de que ele, que integrava o governo de José Reinaldo Tavares (preso pela PF), do PSB, seria o elo da Construtora Gautama com a Secretaria do Tesouro Nacional, em esquema de favorecimento e lavagem de dinheiro. Mas o então secretário da Fazenda de Minas não chegou a ser acusado. Tudo indica que o problema era menos dele e mais do governador José Reinaldo, inimigo da família Sarney.

Simão Cinireu tem uma longa ficha de bons serviços prestados aos interesses de Aécio Neves e Minas Gerais, muitas vezes ao custo do prejuízo a Goiás. A assertiva é corroborada pelas declarações e compromissos de Aécio Neves (PSDB) quando foi governador de Minas Gerais. Compromissos que seu sucessor, Antônio Anastasia deve manter. Nos palanques de 2010 ambos deitaram falação contra a Guerra Fiscal promovida em desfavor de Minas Gerais por Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro.

O jornal O Globo registrou no dia 19/11/2009 a seguinte declaração de Aécio: “Não poderia permitir que esta guerra fiscal continuasse tirando empresas e empregos de Minas Gerais”. ( http://migre.me/3QIOW ). Nesta data Aécio e o então secretário da Fazenda Simão Cirineu assinaram decreto que reduziu o ICMS e concedeu a novas indústrias benefícios fiscais idênticos aos oferecidos por outros estados. Segundo análise do Globo, “O decreto também terá reflexos em Goiás, que oferece vantagens para setores como o farmacêutico e outro”. Não custa lembrar que em Anápolis está instalado o principal pólo farmoquímico do Centro-Oeste.

Uma ação do governo de Minas Gerais no STJ (Superior Tribunal de Justiça) ilustra como os interesses mineiros e goianos estão em conflito. Está registrado no portal do STJ ( http://migre.me/3QJ6V ):
“As decisões opostas do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF) em ações sobre a guerra fiscal entre os Estados de Goiás e Minas Gerais voltou a criar um clima de apreensão entre os empresários goianos (…) Há cerca de 45 dias, a ministra Ellen Gracie, do STF, concedeu uma liminar à Brasil Foods (BRF) contra uma execução fiscal do governo de Minas Gerais que tramita em Contagem (MG).

Mas enquanto não se desnuda o mistério de Marconi Perillo ter dado a chave do cofre de Goiás para um preposto de Aécio Neves, os empreendedores goianos sentem na pele a mão-pesada do Fisco dirigido por Cirineu. Empresários atacadistas e do setor de material de construção em Goiás reclamam contra os aumentos do ICMS, via substituição tributária, da Sefaz. De 7,3 mil empresas de material de construção entre 85% e 90% são micro e pequenas empresas. Para estas, o ICMS nesta semana passou de 12% para 17%. Vão repassar aos preços.

Duro com os micro e pequenos empresários, o governo Marconi Perillo e seu secretário da Fazenda são generosos com os grandes. A CAOA/Hyunday instalada na cidade de Anápólis e as futuras instalações da Suzuki na cidade de Itumbiara recebem vultuosos incentivos fiscais do governo goiano. O Produzir, programa de incentivos fiscais do governo goiano, beneficia ambas fábricas com cerca de 92% de isenção do ICMS devido.

Fica a pergunta? A quem serve Cirineu Dias?

Nenhum comentário: