sábado, 12 de novembro de 2011

Fiscalização do governo ou poder paralelo?


Será que estamos a assistir no Brasil à comprovação prática da afirmação de Paul Virilio: “A mídia é o único poder que tem a prerrogativa de editar suas próprias leis, ao mesmo tempo em que sustenta a pretensão de não se submeter a nenhuma outra”? A resposta a essa questão deve ser dada pela própria Justiça e pelas instituições políticas.
Data: 12/11/2011
(*) Artigo publicado originalmente na revista Teoria e Debate, n° 94

No clássico Four Theories of the Press, de Siebert, Peterson e Schramm – uma das consequências indiretas do longo trabalho da Hutchins Commission, originalmente publicado no auge da Guerra Fria (University of Illinois Press, 1956) –, uma das funções descritas para a imprensa na chamada “teoria libertária” era exercer o papel de “sentinela” da liberdade.

Em outro livro, também clássico, que teve uma pouco conhecida tradução brasileira (Os Meios de Comunicação e a Sociedade Moderna, Edições GRD, 1966), Peterson, Jensen e Rivers assim descrevem a função:

Os libertários geralmente consideravam o governo como o inimigo mais temível e tradicional da liberdade; e, mesmo nas sociedades democráticas, os que exercem funções governamentais poderiam usar caprichosa e perigosamente o poder. Portanto, os libertários atribuíam à imprensa a tarefa de inspecionar constantemente o governo, de fazer o papel da sentinela, chamando a atenção do público sempre que as liberdades pessoais estivessem perigando (p. 151-152).

Nos Estados Unidos, a teoria libertária foi substituída pela teoria da responsabilidade social, mas o papel de fiscalização sobre o governo permaneceu, lá e cá, geralmente aceito como uma das funções fundamentais da imprensa nas democracias liberais representativas.

Jornalismo investigativo
O chamado “jornalismo investigativo”, que surge simultaneamente ao “ethos” profissional que atribui aos jornalistas a “missão” de fiscalizar os governos e denunciar publicamente seus desvios, deriva do papel de “sentinela” e é por ele justificado. A revelação de segredos ocultos do poder público passou a ser vista como uma forma de exercer a missão de guardião do interesse público e a publicação de escândalos tornou-se uma prática que reforça e realimenta a imagem que os jornalistas construíram de si mesmos.

Com o tempo, a mídia passou a disputar diretamente a legitimidade da representação do interesse público, tanto em relação ao papel da Justiça – investigar, denunciar, julgar e condenar – como em relação à política institucionalizada de expressão da “opinião pública” pelos políticos profissionais eleitos e com cargo nos executivos e nos parlamentos. Tudo isso acompanhado de uma permanente desqualificação da Política (com P maiúsculo) e dos políticos.

Na nossa história política há casos bem documentados nos quais a grande mídia reivindica para si esses papéis. O melhor exemplo talvez seja o da chamada “rede da democracia” que antecedeu ao golpe de 1964 e está descrita detalhadamente no livro de Aloysio Castelo de Carvalho, A Rede da Democracia – O Globo, O Jornal e o Jornal do Brasil na Queda do Governo Goulart (1961-64); NitPress/Editora UFF, 2010.

Mais recentemente, a presidenta da Associação Nacional de Jornais (ANJ) declarou publicamente:

A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo, de fato, a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo" (“Ações contra tentativa de cercear a imprensa”, O Globo, 19/3/2010, pág. 10).

Poder paralelo
Como chamou a atenção o governador Tarso Genro, na abertura de um congresso nacional contra a corrupção, organizado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, em outubro passado:

Criou-se um jornalismo de denúncia, que julga e condena. Usam a corrupção como argumento para dizer que as instituições não funcionam e tentar substituí-las (...) atualmente, os casos mais graves são investigados pela mídia e divulgados dentro das conveniências dos proprietários dos grandes veículos (...) fazem condenações políticas de largas consequências sobre a vida dos atingidos, e tomam para si até o direito de perdão, quando isso se mostra conveniente (http://sul21.com.br/jornal/2011/10/grande-midia-quer-instituir-justica-p...).

Será que estamos a assistir no Brasil à comprovação prática da afirmação de Paul Virilio: “A mídia é o único poder que tem a prerrogativa de editar suas próprias leis, ao mesmo tempo em que sustenta a pretensão de não se submeter a nenhuma outra”? A resposta a essa questão deve ser dada pela própria Justiça e pelas instituições políticas. A ver.

A onda de denuncismo se tornou perigosa para o governo Dilma

por Franco Ahmad

Imagem: Conversa Afiada
Causa-nos um enorme espanto o momento pelo qual passa o país, assolado por uma onda sem fim de denuncismo, onde o objetivo de parte da mídia é bombardear e derrubar ministros para desestabilizar o governo Dilma. A partir daí, preparar o terreno a fim de derrotar as forças progressistas em 2014.

Não podemos negar que o governo Dilma Rousseff se tornou refém da mídia, que não esconde sua satisfação a cada ministro que deixa o cargo acusado - com provas ou não - de praticar ou compactuar com corrupção.

É notório que no atual sistema político brasileiro, onde o governo precisa formar uma ampla base de  apoio para não se tornar inerte, o loteamento de cargos e ministérios traz problemas. Muitos nomes são indicados pelos partidos aliados e nem todos são confiáveis.  Cabe aos órgãos responsáveis apurar e punir irregularidades.

Neste momento, diante os ataques da grande mídia, é necessário para o bem do PDT e as centrais sindicais, uma união de forças que seja capaz de defender o ministro Carlos Lupi (trabalho) com unhas e dentes. Para a mídia o que interessa é apenas a queda do ministro. Depois disso, assim como nos casos anteriores, certamentente não veremos grandes manchetes sobre as investigações das tais acusações. Partem para o próximo.
Em nota, as centrais já se juntam ao ministro contra esta batalha. “Não podemos nos calar diante desses ataques, que estão eivados de interesses políticos inconfessáveis e estão surgindo no momento em que demandas e os direitos dos trabalhadores estão avançando no Brasil”, ressalta.

Verdade ou não, o Partido não tem se mostrado unido em uma defesa ao Ministro Lupi.

Já a presidenta Dilma Rousseff precisa ficar atenta, já que jogar sempre para a torcida pode ser perigoso. Acreditava-se que no caso do ministro Lupi, Dilma já tinha colocado um ponto final. “Que crise no Ministéro Trabalho?”, disse quinta-feira, quando abordada por repórteres. Ledo engano. Diante das novas denúncias neste final de semana, Dilma enfrentará mais uma semana recheada de bombardeio por parte da mídia e da oposição que pega carona nas manchetes da mídia golpista.

Até quando presidenta?


Haddad critica governo de Kassab após ser confirmado candidato do PT



O ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), agora também candidato do PT à prefeitura de São Paulo para as eleições de 2012, criticou a atual gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e se colocou como uma oposição ao governo. O partido de Kassab faz parte da base aliada do governo de Dilma Rousseff no nível federal. A candidatura de Haddad foi garantida depois que o PT se mobilizou para entrar em um acordo com outros integrantes que pretendiam lançar pré-candidatura e realizar prévias. 

“O sentimento da militância do PT é de mudança, e não de continuidade. O que caracteriza o partido quando ele se apresenta à cidade como de oposição ou de situação é isso: o sentimento de continuidade ou de mudança. As coisas precisam mudar em São Paulo,” defendeu Haddad. Para o atual ministro, São Paulo vive em um descompasso em relação ao restante do país. 

A campanha de Haddad vai enfatizar o plano de melhorar a condição de vida dos moradores da cidade “da porta para fora”. “Da porta para dentro, o governo Lula já provocou uma mudança na vida das pessoas. Queremos fazer chegar a São Paulo os principais programas do governo federal”, explicou Haddad. O candidato do PT listou uma série de projetos federais que nunca foram implementados em São Paulo. 

Uma das exigências dos outros integrantes do PT que lançariam candidaturas próprias era que Haddad fizesse o discurso da oposição. O ministro da Educação foi questionado por jornalistas sobre uma possível aliança com Kassab, mas a resposta foi “deixa isso para a próxima”.

Com as informações do NoticiasBr. 



FHC é o novo marqueteiro do PT



Fernando Henrique Cardoso abandonou de vez as articulações políticas para se dedicar ao marketing político. Em sua primeira peça de campanha do PSDB, intitulada “Yes, We Care”, FHC promete reeleger sua amiga Dilma em 2014. “Se o povão não entender nada, tudo bem, pois o importante é manter Serra e Aécio na oposição, para que o governo Dilma transcorra sem sobressaltos”, afirmou o ex-presidente.

Encantado com a campanha, Barack Obama demitiu toda sua equipe de marketing e agora negocia com FHC antecipar o uso do slogan já na campanha americana em 2012.Do Humor, Politicalha



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"Folhateen" acaba e vira página na "Ilustrada"; sindicato protesta contra "recusa de diálogo"


Imagem Internet
Desde a última quinta-feira (10), a Folha de S.Paulo promove uma série de cortes de funcionários da Redação, da área Administrativa e Classificados. Além das demissões, há uma reformulação na editoria de "Suplementos", com a saída de Patricia Trudes.

No rastro das mudanças, o caderno "Folhateen" foi extinto e passa a integrar a "Ilustrada", em formato de página.

Segundo apurou o Portal IMPRENSA, foram demitidos, até o momento, jornalistas das editorias "Cotidiano", "Saúde", "Esporte", "Poder", "Mercado", "Fotografia", "Ilustrada", "Arte", além de profissionais das sucursais de Brasilia, Rio de Janeiro, bem como a extinção da sucursal de Cuiabá, da Agência Folha.

O motivo das demissões, segundo apurou a reportagem, foi um ajuste no balanço da empresa. Editores, repórteres especiais, fotógrafos e funcionários, com mais de 20 anos de casa, estão entre os demitidos.

Procurada pelo Portal IMPRENSA, a Folha não se pronunciou sobre os cortes.

Sindicato

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo emitiu uma nota, na tarde desta sexta-feira (11), em manifesto contra as demissões de funcionários da Folha, além da postura da empresa de "se recusar a abrir um canal de diálogo entre as partes". Ainda de acordo com o comunicado, "as estatísticas apontam que há crescimento no faturamento da empresa", o que não justificaria a dispensa de profissionais em massa.

Leia a nota na íntegra:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo protesta contra a atitude da direção da empresa Folha da Manhã, detentora dos títulos da Folha de S.Paulo e Agora São Paulo de se recusar a abrir um canal de diálogo entre as partes.

O Sindicato dos Jornalistas entrou em contato na tarde de quinta-feira (dia 10) com a direção da empresa Folha da Manhã, com o objetivo de apurar a veracidade das informações que dão conta que a empresa pretende demitir 40 profissionais, ou cerca de 10% da redação.

Na ocasião, o departamento Jurídico da empresa afirmou desconhecer qualquer processo de demissão e que entraria em contato com o Sindicato no dia seguinte. Na sexta-feira, como não houve retorno do setor jurídico, a diretoria do Sindicato entrou em contato com o departamento de RH que afirmou "não ter informação" sobre o caso.

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas afirma que não existem motivos que justifiquem demissões desta natureza. Na verdade, o jornal trabalha com um número limitado de profissionais, que acumulam horas-extras excessivas, "pescoções" intermináveis e multiplicidade de funções, como trabalhar para o impresso e também para o Portal.

Todas as estatísticas apontam que há crescimento no faturamento da empresa o que não justifica tal "intenção". "Todo o final e início de ano presenciamos a mesma postura da empresa, que na intenção de alcançar suas metas de faturamento não pensa duas vezes para demitir trabalhadores. A recusa de dialogar com o Sindicato demonstra o total desrespeito com a entidade e com os jornalistas. Tal atitude é uma contradição a tão divulgada "democracia" do jornal, que na prática é apenas uma estratégia de marketing", afirma o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto).


As informaçõe são do Portal Imprensa

Serra mostra arrogância e desprezo pelo povo paulista



Imagem Ilustrativa (observatório)
O ex-governador José Serra (PSDB) disse nesta sexta-feira que está preocupado com as questões "do país" e não do município. "Minha preocupação é com relação ao Brasil, eu estou focado na questão na questão brasileira, não municipal", afirmou.

Com a declaração, Serra deixa claro que vai  disputar com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) a candidatura tucano à Presidência em 2014.

A declaração de José Serra mostra mais uma vez desprezo pelo povo paulista e arrogância quando diz não estar interessado no cargo de prefeito.

Não faz muito tempo que Serra abandonou o cargo de prefeito mesmo tendo registrado em cartório um documento asssinado de que cumpriria os quatro anos na prefeitura de SP, e não deixará o cargo para concorrer a governador do Estado ou à Presidência da República,

José Serra abandonou a prefeitura para se candidatar ao governo de São Paulo.E Em 2010, José Serra abandonou o governo do Estado de São Paulo para concorrer a Presidência da República.

Serra não conseguiu ser presidente do partido e quer ser presidente da República

A vida de Serra está complicada no plano da política nacional. Em maio, o PSDB elegeu uma nova direção e Serra via ali na presidência do partido como o único caminho para mantê-lo em evidência.

Acontece que parlamentares ligados ao senador mineiro Aécio Neves e ao governador Geraldo Alckmin isolaram José Serra da direção partidária. Eles conseguiram aprovar uma moção, subscrita por 54 deputados e suplentes, com a recondução de Sérgio Guerra à direção nacional do partido.

José Serra acabou ocupando um cargo decorativo, de consolo, no Conselho Político do PSDB 


A Globo, a velha senhora, é maior que o Brasil?

O Provocador, no R7

Eu nem deveria me espantar mais. Mas ainda me assusto com o despudor da Globo em negar a verdade ao público brasileiro.

Após esconder as vitórias do Brasil durante o Pan, a Velha Senhora colocou-se  uma vez mais acima dos interesses do povo brasileiro, acima da pátria, ao negar a exposição da visita que os bravos atletas de nosso país fizeram à presidente da República, Dilma Rousseff.

Em outras palavras, a personificação da instituição máxima da República, ou seja, a presidente, abre com prazer um horário em sua atribulada agenda para parabenizar nossos 80 heróis, e a Globo não consegue um segundo sequer de espacinho em seus telejornais para mostrar o fato jornalístico. Repito: jornalístico.

O Jornal Nacional não deu uma linha ao assunto. Idem para o Jornal da Globo. Sobrou tempo para assuntos mais importantes, com certeza, como pautas de comportamento, variedades e outras tantas, mas para a presidente e nossos atletas, não.

E por quê? Por que teria que exibir com o logotipo da Record, por que teria que escrever "imagens cedidas pela Rede Record"? Não. Desta vez, as imagens seriam deles mesmos. O credenciamento era aberto a qualquer emissora.
Não mostraram porque não ganhavam nada com isso? Porque o acontecimento reforçava a importância de uma competição cujos direitos foram da Record? Porque a verdade fica menor quando confrontada com interesses comerciais?
Ou seria porque quem assiste à Globo só pode ver o que serve à família Marinho e seus executivos?
Todas as alternativas acima seriam uma boa resposta, caso isso fosse uma questão de vestibular.
Mas a questão aqui é outra: é de honra e compromisso com a verdade. Coisa que parece andar bem distante dos estúdios globais.

Ações contra Agnelo não tinham "provas cabais", diz Câmara do DF


Terra 
 
O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Patrício (PT), justificou nesta sexta-feira a ausência de "provas cabais" para arquivar os cinco processos de impeachment do governador do DF, Agnelo Queiroz (PT). 

"É preciso que haja uma investigação, que tenha materialidade, uma prova cabal para você abrir um impeachment de cassação de um governador", disse Patrício a jornalistas.
Segundo ele, é necessário que haja "comoção social" para tirar do posto um político "eleito democraticamente". 

Com base em pareceres da Procuradoria Legislativa, o presidente decidiu arquivar na quinta-feira os pedidos formulados pelo PSDB e pelo DEM, sob o argumento de que partidos políticos não têm a prerrogativa de apresentar requerimentos de impeachment. 

Dois outros pedidos oferecidos pelo presidente do DEM-DF, Alberto Fraga, e pelo presidente do PSDB-DF, Raimundo Ribeiro, foram recusados por falta de "materialidade".
O quinto pedido foi negado porque o advogado que o apresentou não anexou seu título de eleitor ao processo, documento necessário para a comprovação da qualidade de cidadão, segundo Patrício.
Patrício, aliado de Agnelo, afirmou que teria a mesma postura —de arquivar os pedidos— se o governador fosse de outra legenda política. 

Agnelo possui ampla maioria na Câmara Legislativa —19 dos 24 deputados apoiam seu governo.
Como fatos, os pedidos de impeachment incluíram vídeo em que um lobista declara ter pago propina a Agnelo, quando ele ocupava diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e um outro em que o mesmo lobista nega a denúncia e afirma que o dinheiro era fruto de um empréstimo.
Patrício encaminhou os vídeos à Polícia Federal e à Polícia Civil para investigação. 

Agnelo é citado em um inquérito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que investiga supostas irregularidades em programa do Ministério do Esporte, pasta que ele chefiou entre 2003 e 2006.
As denúncias de que haveria um esquema de desvio de recursos destinados a organizações não governamentais (ONGs) conveniadas com a pasta respingaram em Orlando Silva, que deixou o cargo de ministro do Esporte há duas semanas. 

Patrício afirmou que se essa investigação trouxer fatos novos, a Câmara pode abrir processo de impeachment do governador. 

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)