sexta-feira, 8 de junho de 2012

Marta virou a queridinha


Ilustração deste blog
Por Paulo Moreira Leite


Confesso que sempre achei uma baixaria quando chamavam Marta Suplicy de Martaxa.

Havia um preconceito óbvio, de teor sexista e reacionário, quando a frase “Relaxa e goza” foi transformada numa espécie de slogan permanente da então ministra do Turismo.

Também era uma indignidade reparar (quem esqueceu?) que as aplicações de botox, o figurino, a maquiagem e a tinta nos cabelos sempre foram assuntos prioritários em relação ao legado positivo de Marta em São Paulo, como o bilhete único, os Céus, e o Renda Mínima, embrião do Bolsa Família.

Mas confesso que a campanha atual de revalorização de Marta Suplicy é igualmente curiosa. Adversários que jamais a respeitaram e sempre retrataram sua herança de modo injusto e tendencioso agora tentam exibir a ex-prefeita como vítima de Lula.

Por que isso?

Porque se espera que Marta Suplicy auxilie a vencer o candidato escolhido por Lula. Querem que a ex-prefeita trabalhe para o adversário.

Essa é a questão que alimenta tanta hipocrisia.

Muitos adversários de Lula saíram humilhados da campanha de 2010, quando diziam que ele havia lançado um poste. Tentam, agora, uma revanche, capaz de lhes dar um pouco de oxigênio e voltar a fazer planos.

O próprio Lula tem boa parte da culpa, pois foi o primeiro a dizer que iria fazer de São Paulo sua prioridade, quebrando uma longa hegemonia que o PSDB construiu na cidade e também no Estado.
Não conseguiu unir o partido mas estimulou a união dos adversários.

Apostava-se no PT que Serra estaria fora da disputa, o que transformaria a eleição num concurso de novatos – o que seria favorável a Haddad. Mas o quadro mudou e não há como prever como o eleitor vai reagir a isso.

A possibilidade de derrotar um candidato com lastro presidencial tornou-se a prioridade número 1 da oposição em 2012.

Será a forma de tentar abrir caminho para 2014, até agora uma estrada íngrime, em que os presidenciáveis se mostram encolhidos diante da popularidade de Dilma.

O plano é transformar Marta Suplicy em cabo eleitoral de Serra, nem que seja pelo silêncio.
Essa é a discussão.


Augusto Nunes e a “honra” do PSDB

Por Altamiro Borges, no seu Blog

Augusto Nunes, o blogueiro da Veja que ama FHC e detesta Lula, não gostou nadinha do anúncio nesta semana do apoio do PR à candidatura de José Serra para a prefeitura de São Paulo. Na sua curiosa lógica, a aliança do tucano com a sigla de Valdemar Costa Neto atinge a “honra” do PSDB. Indignado, ele soltou os cachorros – não estou me referindo ao outro colunista da Veja:



“O PR é mais que uma quadrilha expulsa do Ministério dos Transportes graças às denúncias da imprensa independente (sic). É o atual codinome do bando que, disfarçado de PL, ajudou a fundar o mensalão em meados de 2002”. Augusto Nunes, que não escondeu o seu apoio a José Serra nas eleições presidenciais de 2010, parece preocupado com os reflexos negativos desta nova aliança.


"Em troca de 1 minuto e meio na TV"

“Em troca de 1 minuto e meio na TV, o PSDB andará de mãos dadas com o senador Alfredo Nascimento, despejado do Ministério dos Transportes por corrupção, fingir que o deputado Tiririca é intelectual desde bebê e, pior, amancebar-se com Valdemar Costa Neto, vulgo Boy. Hoje deputado federal e secretário-geral do PR, Boy é um prontuário ambulante de alta periculosidade”.

Para o jornalista da Veja, a aliança de Serra com o PR pode prejudicar o próprio julgamento do mensalão. Serra tenderia a retificar o discurso de campanha. “Costa estará no banco dos réus, e não convém melindrar um parceiro de palanque. Por 1 minuto e meio no horário eleitoral,  os tucanos paulistas se proibiram de transformar em trunfo político o mais vistoso desfile de larápios já transmitido ao vivo pela TV”.

Medo dos reflexos eleitorais

Daí a sua magoada conclusão: “Para o PSDB paulista, a honra agora vale menos que 90 segundos na TV”. Estranho! Por que o indignado blogueiro da Veja nunca se indignou com a presença do PR em vários governos tucanos? Por que Augusto Nunes nunca criticou as alianças do PSDB com o DEM, bem menos ético do que o PR? O medo é da aliança ou dos reflexos eleitorais em outubro?


Por que a imprensa potiguar ignora as denúncias de caixa 2 do Democratas?


Governadora Roralba (Dem) e o Senador Agripino (DEM)
por Luis Fausto, no Portal Nominuto.com

Faço a pergunta e saio do ar por dois ou três dias, dando tempo - de sobra - para que todos pensem sobre o assunto constrangedor.

A mesma pergunta, por sinal, foi feita ontem pelo blogueiro mossoroense Carlos Santos - um dos poucos jornalistas do Rio Grande do Norte a não fechar os olhos para a verdade que dói e constrange entre os poderosos potiguares.

A denúncia feita há alguns dias por Daniel Dantas Lemos, em seu blog norte-rio-grandense, chegou a algumas mídias nacionais mas não teve qualquer eco nas mídias locais. Pelo contrário: foi quase inteiramente descartada, escondida.

Por quê?

Respondam se puderem.

Mas antes leiam abaixo o que contou em detalhes o conterrâneo do Rio Grande do Norte e chegou ontem a um outro blog nacional, o Viomundo:

As eleições de 2006 foram realizadas sob a égide do controle das contas de campanha e dos seus gastos. No ano anterior, o escândalo do chamado mensalão expôs as vísceras dos vícios e indícios de crimes de financiamento de campanha em cena no país.

Era de se esperar que os partidos tomassem mais cuidado naquela eleição com as práticas vedadas pela legislação eleitoral. No Rio Grande do Norte (RN), o PFL, atualmente DEM, não teve esse cuidado. É o que se depreende dos 42 áudios de interceptações telefônicas feitas pelo Ministério Público Estadual a que o blog teve acesso e publicou entre a segunda-feira (21) e o domingo (27).

No âmbito de uma investigação do Ministério Público estadual, o telefone celular de Francisco Galbi Saldanha, atualmente secretário-adjunto da Casa Civil do governo Rosalba Ciarlini (DEM), foi grampeado. E trouxe à luz conversas muito elucidativas, principalmente entre Galbi e Carlos Augusto Rosado, marido da atual governadora e então candidata ao Senado Federal.

Rosalba foi eleita em 2006, mas os telefonemas mostram esquemas de compra de apoio de políticos, compra de votos, fraude em prestação de contas com uso de notas fiscais frias e uma complexa rede de Caixa 2.

Por envolver políticos com o conhecido foro especial (o senador José Agripino, a então senadora Rosalba Ciarlini e o deputado federal Betinho Rosado), a investigação foi encaminhada pelo Ministério Público Estadual e também pelo Ministério Público eleitoral para a Procuradoria Geral da República (PGR), em janeiro de 2009. A PGR não conseguiu ainda esclarecer o que foi feito da investigação desde então.

Muitas conversas explicitam, por exemplo, o uso de dinheiro vivo para pagamento de gastos de campanha – enquanto a lei exigia o uso de cheques vinculados às contas.

Francisco Galbi Saldanha trabalha com Carlos Augusto Rosado desde os tempos em que o atual primeiro-cavalheiro era presidente da Assembleia Legislativa (1981-1983).

Até indícios do envolvimento com a máfia dos sanguessugas aparecem nessas ligações. Albert Nobrega, atual secretário de administração do estado, pede ajuda imediatamente a Galbi por causa de umas ambulâncias compradas pela prefeitura de Mossoró à época da máfia dos sanguessugas. Em 2006, Nobrega era presidente da Comissão de Licitação da prefeitura de Mossoró e é ele que diz que, sem ajuda de Galbi, “vai lascar Rosalba”, já senadora eleita.

Ouve-se também a voz de José Agripino Maia negociando com Galbi Saldanha o repasse de uma verba de R$ 60 mil (em três parcelas de R$ 20 mil) ao ex-vereador natalense Salatiel de Souza.

Carlos Augusto também orienta Galbi a repassar dinheiro para o ex-vereador de Natal, Renato Dantas (R$ 50 mil) e para o atual presidente da Câmara Municipal de Natal, Edivan Martins (R$ 25 mil). Tudo em troca do apoio dos políticos à candidatura de Rosalba ao Senado e Garibaldi Filho ao governo do estado.

Outro grave crime foi confessado nos áudios: Carlos Augusto Rosado informou à tesoureira da campanha do irmão que iria cair R$ 100 mil na conta de campanha de Betinho. Mas o dinheiro era de Rosalba. Depois, Carlos e Galbi tentam articular uma forma de, com uso de notas frias, justificar a retirada do dinheiro da conta de Betinho. Utilizam-se, inclusive, de notas frias do posto de combustível Leste-Oeste, de propriedade do irmão caçula de Carlos Augusto. O deputado federal Betinho Rosado é irmão de Carlos Augusto Rosado e atualmente ocupa o cargo de secretário de Agricultura.



quinta-feira, 7 de junho de 2012

Repórter de Época denuncia “imprensa que estupra”


Brasil 247 Quem é o estuprador: o jovem acusado de um crime na Bahia ou a repórter que o entrevista. Leia artigo de Eliane Brum e entenda:

A imprensa que estupra - parte 1

A repórter que condenou e humilhou um suspeito não é exceção. O episódio mostra a conivência histórica entre parte da imprensa, da polícia e do sistema penitenciário na violação dos direitos de presos pobres (ou presos e pobres) 

ELIANE BRUM

  – Não estuprou, mas queria estuprar!

A frase foi dita pela repórter Mirella Cunha, no programa “Brasil Urgente”, da Band da Bahia, a um jovem de 18 anos, preso em uma delegacia desde 31 de março. Algemado, ele diz que arrancou o celular e a corrente de ouro de uma mulher, mas repete que não a estuprou. Na reportagem, a jornalista o chama de “estuprador”. Pergunta se a marca que ele tem no rosto é resultado de um tiro. Ele responde que foi espancado. A repórter não estranha que um homem detido, sob responsabilidade do Estado, tenha marcas de tortura. O suspeito diz que fará todos os exames necessários para que seja provado que ele não estuprou a mulher. Ele não sabe o nome do exame, não sabe o que é “corpo de delito” e pronuncia uma palavra inexistente. Ela debocha e repete a pergunta para expô-lo ao ridículo. Ele então pronuncia uma palavra semelhante à “próstata”. A jornalista o faz repetir várias vezes o nome do exame para que ela e os telespectadores possam rir. Depois, pergunta se ele gosta de fazer exame de próstata. No estúdio, o apresentador Uziel Bueno diz: “Tá chorando? Você não fez o exame de próstata. Senão, meu irmão, você ia chorar. É metido a estuprador, é? É metido a estuprador? É o seguinte. Nas horas vagas eu sou urologista...”.  


A chamada da reportagem era: “Chororô na delegacia: acusado de estupro alega inocência”. A certa altura, a jornalista olha para a câmera e diz ao apresentador, rindo:

– Depois, Uziel, você não quer que o vídeo vá pro YouTube...

Ela tinha razão: o vídeo foi postado no YouTube. A versão mais curta dele já foi vista por quase 1 milhão de pessoas. Aqui neste link, se quiser, você pode assistir a uma versão um pouco mais longa, de quase cinco minutos.

O vídeo foi divulgado nas redes sociais, na semana passada, com grande repercussão e forte pressão por providências. Um grupo de jornalistas fez uma carta aberta: “A reportagem de Mirella Cunha, no interior da 12ª Delegacia de Itapoã, e os comentários do apresentador Uziel Bueno, no estúdio da Band, afrontam o artigo 5º da Constituição Federal: ‘É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral’. E não faz mal reafirmar que a República Federativa do Brasil tem entre seus fundamentos ‘a dignidade da pessoa humana’. Apesar do clima de barbárie num conjunto apodrecido de programas policialescos, na Bahia e no Brasil, os direitos constitucionais são aplicáveis, inclusive aos suspeitos de crimes tipificados pelo Código Penal”.
E, mais adiante: “É importante ressaltar que a responsabilidade dos abusos não é apenas dos repórteres, mas também dos produtores do programa, da direção da emissora e de seus anunciantes – e nesta última categoria se encontra o governo do Estado que, desta maneira, se torna patrocinador das arbitrariedades praticadas nestes programas”. Em 23/5, o Ministério Público Federal abriu representação contra a jornalista. Em nota, a Band afirmou que tomaria “todas as medidas disciplinares necessárias” e que “a postura da repórter fere o código de ética do jornalismo da emissora”.

Em visita ao suspeito, a Defensoria Pública assim o descreveu: “É réu primário, vive nas ruas desde criança, apesar de ter residência em Cajazeiras 11. Tem seis irmãos, é analfabeto e já vendeu doces e balas dentro de ônibus. Ao ser questionado sobre como se sentiu durante a entrevista, ele diz: ‘Eu me senti humilhado, porque ela ficou rindo de mim o tempo todo. Eu chorei porque sabia que eu iria pagar por algo que não fiz, e que minha mãe, meus parentes e amigos iriam me ver na TV como estuprador, e eu sou inocente’”.

A reportagem é um exemplo de mau jornalismo do começo ao fim. E, para completar, ainda presta um desserviço à saúde pública, ao reforçar todos os clichês e preconceitos relacionados ao exame de próstata. Por causa dessa mistura de ignorância e machismo, homens demais morrem de câncer de próstata no país. Os abusos cometidos pela repórter e pelo apresentador foram tantos, porém, que esse prejuízo passou quase despercebido. 

Por que vale a pena refletir sobre esse episódio? Primeiro, porque ele está longe de ser uma exceção. Se fosse, estaríamos vivendo em um país muito melhor. O microfone (e a caneta) tem sido usado no Brasil, assim como em outros países, também para cometer violências. Nestas imagens, se observarmos bem, a repórter manipula o microfone como uma arma. (Outras interpretações, vou reservar para os psicanalistas.)  
Muitos passam mal ao assistir ao vídeo porque o que se assiste é uma violência sem contato físico, sem marcas visíveis. Uma violação cometida com o microfone e uma câmera, exibida para milhões de pessoas, contra um homem algemado (e, portanto, indefeso), sob a responsabilidade do Estado, que, em vez de garantir os direitos do suspeito, o expõe à violência.  

O suspeito é humilhado por algo que deveria ser uma vergonha para o Estado e para todos nós: a péssima qualidade da educação. E, no caso dele, o analfabetismo de um jovem de 18 anos no ano de 2012, na “sexta economia do mundo”. Ao afirmar que o rapaz era um estuprador, a repórter colocou em risco também a vida do suspeito, já que todos sabem – e muitos toleram – o que acontece dentro das cadeias e prisões com quem comete um estupro. 

A repórter e o apresentador, porém, são apenas a parte mais visível da rede de violações. Estão longe de serem os únicos responsáveis. Para que esse caso se torne emblemático e para que a Justiça valha é preciso que todas as responsabilidades sejam apuradas, a começar pela do Estado. Tanto em permitir que alguém sob sua custódia fosse exibido dessa maneira, e possivelmente contra a sua vontade, numa rede de TV, quanto nas marcas de tortura no seu rosto. As marcas e o relato de espancamento, aliás, seriam objeto da apuração de qualquer bom jornalista. No caso, não suscitaram nenhuma surpresa.


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Situação de Serra se agrava na CPMI de Cachoeira


A anunciada decisão de abrir mais um processo contra as várias acusações de corrupção e enriquecimento ilícito, tráfico de influência e formação de quadrilha que pesam desde o livro A Privataria Tucana contra o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, não reduz o risco dele se explicar junto à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a rede criminosa do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Serra, desta vez, promete levar o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot às barras dos tribunais, pela denúncia formulada em entrevista sobre a distribuição de propina para a campanha derrotada do tucano à Presidência da República, em 2010.


Na sessão da CPMI desta terça-feira, no entanto, segundo levantamento realizado pelo Correio do Brasil, a maioria absoluta dos parlamentares é favorável ao depoimento de Pagot. É a oportunidade esperada para o executivo complementar as denúncias de corrupção na campanha tucana, com a participação da empreiteira Delta Construções S/A e de Paulo Vieira de Sousa, vulgo Paulo Preto, homem de confiança de Serra na estatal Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), responsável pela construção do Rodoanel. Pagot foi demitido do cargo há um ano, após matéria publicada na revista semanal de ultradireita Veja, fornecida por agentes do bicheiro Cachoeira, conforme indícios obtidos pela Polícia Federal em escutas telefônicas legais.

A decisão de adiar o depoimento de Pagot apenas oferece mais tempo para, nos bastidores, as forças políticas que integram o Congresso conhecerem melhor o teor dos documentos a que o denunciante teve acesso para afirmar que a divisão da propina gerada nas obras do Rodoanel era distribuída na proporção de “60% para o Serra, 20% para o Kassab e 20% para o Alckmin”. O vice-presidente da CPMI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), preferiu não votar requerimentos nesta semana, enquanto o titular do cargo, senador Vital do Rego Filho (PMDB-PB), estiver de licença por problemas cardíacos.
– Não há urgência. Se as pessoas querem falar, elas serão ouvidas, mas decidir na próxima semana não atrapalha nossos trabalhos – disse o parlamentar.

Até lá, com tempo suficiente para esmiuçar as denúncias de Pagot, os integrantes da CPMI avaliarão da necessidade de convidar o candidato Serra para uma possível acareação com o denunciante, possivelmente também na presença do ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish.

– Estávamos aqui lidando com tantas pessoas que não querem falar, mas o Pagot quer colaborar e podemos convocá-lo – ressaltou o senador Pedro Simon (PMDB-RS).

Presença garantida

Apesar do adiamento, o senador Pedro Taques (PDT-MT) já garantiu que Pagot faça as suas denúncias de maneira oficial ao protocolar, na noite passada, uma representação na qual pede ao Ministério Público Federal (MPF) que tome o depoimento dele nas próximas horas. Segundo o senador, Pagot possui “informações relevantes” sobre a organização criminosa de Cachoeira e tem todo o interesse em depor à CPMI e às demais autoridades.

– Não é crível ou razoável que um cidadão há mais de um mês venha dizer que possui fatos graves a revelar em favor da nação e ninguém queira ouvir este cidadão. Todos nós estamos desejosos de ouvi-lo – disse Taques na reunião desta terça-feira.
Em sua representação, Taques acrescenta que as investigações realizadas pela Polícia Federal e os trabalhos da CPMI no Congresso revelaram a existência de uma profunda conexão entre as obras tocadas pelo Dnit, a Construtora Delta e o grupo de Carlinhos Cachoeira. Ele pontua que somente no Dnit foram realizados pagamentos da ordem de R$ 2,75 bilhões à Delta entre 2009 e 2011.
Em outra entrevista, Pagot afirmou que Cachoeira atuava associado ao Diretor da Delta – Cláudio Abreu – na prospecção de negócios em todo o território nacional, atuando, inclusive, dentro do Dnit. Ele afirmou, ainda, que algumas de suas exigências desagradaram à Delta, motivo que o levou a ser alvo de uma conspiração de Cachoeira para derrubá-lo do cargo. Na representação, Pedro Taques também citou a entrevista concedida à revista semanal de centro Istoé, na qual Luiz Antônio Pagot denuncia a formação de caixa dois em favor do PSDB.

“Diante do exposto, considerando que os fatos acima narrados caracterizam, em tese, a prática de inúmeros crimes contra o patrimônio público da União, além de outros delitos, requer-se ao Ministério Público Federal no Distrito Federal que sejam tomadas todas as providências cabíveis, de índole investigatória e judicial, no sentido de que todos os envolvidos sejam punidos, na medida da sua culpabilidade, começando pela oitiva do Sr. Luiz Antonio Pagot”, conclui Taques.

Correio do Brasil

Extraído do Blog Haddad 13