sábado, 10 de setembro de 2011

Esse Brasil!!! Conab mantém safra de soja 10/11 e confirma recorde

Reuters
A safra de soja do Brasil em 2010/11 foi estimada em um recorde de 75,3 milhões de toneladas, estável na comparação com a previsão de agosto, informou nesta sexta-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), confirmando uma produção recorde de grãos e oleaginosas para a temporada.
Na safra passada, o Brasil (segundo produtor e exportador mundial de soja) colheu 68,7 milhões de toneladas de soja, produto que liderou o crescimento da produção agrícola nacional, graças a um tempo favorável na maioria das regiões produtoras, segundo a Conab.
A produção total de grãos e oleaginosas do Brasil foi estimada em 162,9 milhões de toneladas, confirmando o recorde durante o ciclo 2010/2011, segundo dados do 12o levantamento da companhia. Na estimativa de agosto, a safra havia sido estimada em 161,5 milhões de toneladas.
"Em relação ao resultado da pesquisa anterior, divulgado em agosto, houve aumento de 1,42 milhão de toneladas devido à confirmação da produtividade do milho segunda safra", afirmou a Conab em relatório.
A estatal acrescentou que a alteração no valor total da safra ocorreu também "por causa da revisão da área de milho no Nordeste e das áreas de soja sub-irrigada de Tocantins e de Roraima, que têm calendário semelhante ao do hemisfério Norte".
Na temporada anterior, o país colheu 149,2 milhões de toneladas.
A produção total de milho foi estimada em 57,5 milhões de toneladas, ante 56,3 milhões em agosto e contra 56 milhões de toneladas em 09/10.
O Brasil agora colhe a segunda safra de milho, que foi elevada para 21,6 milhões de toneladas, ante 20,5 milhões de toneladas em agosto e contra 21,9 milhões de toneladas na temporada anterior.
A safra de algodão, também sendo colhida, foi estimada também em um recorde de 1,95 milhão de toneladas, estável ante agosto, mas com um crescimento expressivo ante as 1,19 milhão de toneladas de 09/10, quando a área plantada foi bem menor.

Comissão da Verdade não tem prazo

Agência Estado
Após se reunir com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, a ministra-chefe da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, declarou que o governo não está estipulando prazo para que o Congresso aprove a Comissão da Verdade. "O ritmo de votações e o grau de celeridade dependem do Congresso", disse a ministra, observando, no entanto, que "a expectativa do governo é que os deputados e senadores trabalhem com prioridade em relação a essa matéria, mas que a coloque dentro do seu ritmo, como uma agenda de interesse nacional".

Maria do Rosário fez questão de ressaltar que "a Comissão da Verdade não está sendo tratada como uma questão de governo ou oposição, é tratada como uma questão da democracia do Brasil, de fortalecimento das instituições, da sociedade e dos movimentos". Para ela, o assunto "não está dividindo oposição e governo, porque é uma questão de interesse do País". Ela lembrou ainda que as lideranças de todos os partidos já avalizaram o texto e que este foi um diálogo construído ao longo de dois anos. "É um acordo nacional pela democracia", completou.

O projeto de lei que cria a comissão foi enviado ao Congresso em maio de 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aguarda aprovação. De acordo com o projeto de lei, a comissão terá a função de "promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no exterior".

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Rovai conversa com blogueira com quem a Rádio Globo fez falsa entrevista

do Blog do Rovai

Entrevista com Letícia, a jornalista do blog para transar com 100 homens


A partir do blogue da minha amiga Cynthia Semíramis tive contato com a história de Letícia Fernandez, uma jornalista de 30 anos que decidiu no começo do ano que iria tentar transar com 100 homens em 2011. E que contaria essas histórias num blogue. Claro, uma idéia tão curiosa como essa só poderia dar em grande repercussão. E o blog de Letícia se tornou uma sensação. Ela passou a dar várias entrevistas, até que a Rádio Globo sapecou uma exclusiva com ela. Mas sem que a pessoa entrevistada fosse ela. No post que linkei da Cynthia você pode ler melhor a história. Um absurdo sem tamanho. Que de alguma forma mostra o nível do jornalismo atual. Leia, a seguir, a entrevista que fiz por email com Letícia Fernandez.

Letícia, como foi a história da entrevista feita pela Radio Globo com uma pessoa que se passou por você?
Foi exatamente isso. Eles entrevistaram uma pessoa qualquer e disseram que era eu. Jamais fui procurada pela Rádio Globo.

Parece que isso levou você a ser atacada por uma série de pessoas no seu blog, pode contar melhor essa história?
Não, os ataques começaram bem antes disso. Na verdade, sempre fui xingada, desde o início do blog. Mas antes os acessos eram menores, então a quantidade de bobagens ditas por esses anônimos eram menores. Quando o blog começou a sair na mídia, a coisa se multiplicou. O ápice aconteceu quando a Globo.com fez uma chamada na home me nomeando como “a nova Bruna Surfistinha”. O blog chegou a 400 mil acessos naquele dia.
Como você teve a ideia de fazer esse blog? Por que 100 homens?
O blog é apenas uma espécie de diário. Ou, pelo menos, era. Os 100 homens é bem menos importante do que se imagina: nas minhas férias, no início do ano, eu estava transando com dois homens diferentes por semana. Pensei que se continuasse daquele jeito, eu chegaria aos 100 num ano, já que o ano tem 52 semanas. Mas nunca foi um projeto, uma meta. Isso está mais na cabeça das pessoas do que na minha. Eu estou muito, muito longe dos 100 e estou muito feliz.
]
Vi que você trata de temas tabus no blog, quais resultaram em mais comentários agressivos?
As agressões acontecem em qualquer post. São pessoas querendo que eu morra de AIDS, me xingando de vagabunda (e coisas piores). Basta eu colocar um post novo e lá vêm os xingamentos. Alguns deles eu compilei num Tumblr (http://cemhomenssemnocao.tumblr.com/). Tive de fazer piada a respeito disso.

Qual a sua opinião sobre o feminismo? Acha que seu blog contribua para uma outra visão da mulher?

Algumas feministas dizem que sim, outras dizem que não, que meu blog é uma grande bobagem. O que eu sei é que pelo menos levantamos discussões sobre a sexualidade feminina. E se uma única pessoa passou a enxergar as mulheres como indivíduos (e não como um “apêndice” do homem), já valeu.

Conte um pouco mais de sua história, tanto no blog como na vida pessoal?
Eu sou jornalista, tenho 30 anos e moro em São Paulo. Não sei mais o que você quer saber, mas posso dizer que sou uma garota normal. Gosto de sair com meus amigos, de jogar conversa fora em botecos, de ir ao cinema, de ouvir música. Sou bem normal, inclusive no meu desejo sexual



Nassif: Deu tilt no tradutor do Estadão


Sobre o texto “Carta de Embaixador dos EUA mostra preocupação com corrupção no governo Lula”, publicada pelo Estadão:

do viomundo


Por Andre Borges Lopes
no blog do Nassif


Nassif, usando a velha terminologia tipográfica, o texto da embaixada tem 8057 toques. O Estadão garimpou até achar o que lhe interessava. Ignorou quase todo o resto e fez o resumo do conteúdo com base nessa frase, de 77 toques:
Persistent and widespread corruption affects all three branches of government. Ao pé da letra: Corrupção persistente e generalizada afeta (ou atinge) todos os três poderes do governo.

Na sua “tradução”, o Estadão arranjou um jeitinho de colocar a expressão “governo Lula” na boca da diplomacia americana, para que o resultado ficasse assim:
A diplomacia americana considera que a corrupção durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva era “generalizada e persistente” e atingia todos os Três Poderes.

Na manchete, adiciona-se um pouco mais de veneno: há uma sutil substituição de “corrupção durante o governo” por “corrupção no governo Lula” e uma troca do neutro “considera” para uma ilação negativa de “mostra preocupação”. O resultado fica assim:
Carta de embaixador dos EUA mostra preocupação com corrupção no governo Lula
Curiosamente, na própria carta diplomática, o nome de Lula só aparece uma única vez, e dentro da seguinte frase:

While continuing to pursue stability among Brazil’s ten South American neighbors, President  Luiz Inacio Lula da Silva and Foreign Minister Celso Amorim have  spent seven years aggressively reaching out to Africa, the Middle  East, and Asia, as well as taking a prominent role in global trade,  climate change, nuclear non-proliferation, and economic  discussions.

Em tradução livre: “Ao mesmo tempo em que continuam a incentivar a estabilidade entre os dez vizinhos sul americanos do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler Celso Amorim passaram os últimos sete anos atuando de forma agressiva em direção a África, Oriente Médio e Ásia, bem como tendo um papel de destaque no comércio mundial, nas alterações climáticas, na não-proliferação nuclear, e nas discussões econômicas.”

Por motivos mais que óbvios, tal frase foi solenemente ignorada pelo jornal.
Essa matéria do Estadão merece ser emoldurada e pendurada ao lado do telegrama original na galeria dos “Anais do PIG”. É uma verdadeira aula de como funcionam os jornalões tupiniquins.

Para ler o documento, em inglês, conforme vazado pelo WikiLeaks, clique aqui.


Autoridades iranianas têm pedido à Síria que respeite as reivindicações reformistas da oposição.

por Franco Ahmad


O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pediu à sua aliada Síria que dialogue com a oposição, num sinal da preocupação do governo iraniano com um movimento que está exigindo o fim do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Em entrevista concedida na quarta-feira à emissora portuguesa RTP, Ahmadinejad disse que a repressão militar "nunca é a solução correta", segundo relato feito pela semioficial agência de notícias iraniana Fars.
"Os governos têm de respeitar e reconhecer os direitos das suas nações à liberdade e à justiça (...). Os problemas precisam ser resolvidos por meio do diálogo", afirmou Ahmadinejad, de acordo com a Fars.
Autoridades iranianas têm repetidamente pedido à Síria que respeite as reivindicações reformistas da oposição. Mas o regime de Bashar al Assad vem reprimido com dureza os protestos dos últimos meses, e a ONU diz que mais de 2.200 civis já foram mortos desde março. O governo sírio alega que as turbulências são promovidas por "terroristas".
No mês passado, o chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi disse que Assad precisa atender às reivindicações do seu povo, mas, ao contrário do que fizeram outros governos da região, não criticou o uso da força na repressão aos protestos.
Já Ahmadinejad disse que "os países da região podem ajudar a Síria resolver o problema".
Em 2009, o Irã reprimiu com violência manifestações decorrentes da polêmica reeleição de Ahmadinejad. Os EUA e outros países acusam o Irã de agora estar ajudando Assad a reprimir as dissidências. Teerã nega essa acusação, e acusa Washington e seus aliados de instigarem os protestos na Síria, por causa do contraponto que Damasco representa a Israel.
Autoridades iranianas, por outro lado, já chegaram a descrever as rebeliões da chamada Primavera Árabe como um "despertar islâmico" que prenunciaria o fim do domínio de elites pró-EUA na região.
Porém, analistas apontam para as preocupações do Irã com os protestos na Síria. "A Síria é uma aliada estratégia do Irã, e o colapso do regime de Assad irá enfraquecer a posição de Teerã no Oriente Médio contra rivais muçulmanos sunitas como a Arábia Saudita", disse o analista Hossein Heshmati.
Fonte: Reuters

Após feriado, apenas 6 deputados comparecem ao Plenário

por Rodrigo Cavalcante


Foto: Divulgação

No Senado, só nove dos 81 parlamentares frequentaram a sessão

As sessões do Congresso Nacional desta quinta-feira não eram deliberativas -- ou seja, não havia assunto importante a ser tratado. Em datas próximas a feriados, os senadores e deputados tendem a não marcar votações da importância, para o governo não correr o risco de uma derrota indesejada. Em semanas assim, alguns parlamentares aproveitam para partir em viagens internacionais (o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), por exemplo, está em Paris, para participar da Conferência de Presidentes das Assembleias do G8) e outros ficam em seus estados, com as bases. As possibilidades de explicação para as ausências em Plenário são infinitas, mas o fato é que abrir uma sessão com apenas 6 dos 513 deputados da Casa após um feriado não pega nada bem.

No Senado, onde o número de parlamentares é menor (são 81), os nove senadores que compareceram ao Plenário garantiram um papel um pouco melhor para a Casa, mas nada capaz de assegurar uma boa figura. No Plenário, o senador Álvaro Dias disse que fez questão de ficar em Brasília exatamente por respeito à população. “Eu poderia dizer: ‘Não, estou aproveitando o feriado na quarta para ficar no meu estado visitando os municípios e ouvindo a população’, mas a população não entenderia desta forma. Quer nos ver trabalhando”, disse o senador.

“O Brasil vai bem. O que não vai bem são as nossas instituições”, analisou, por sua vez, o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que aproveitou seu discurso para comentar as marchas contra a corrupção organizadas no feriado. Se quiser anotar, o outro senador que estava inscrito para discursar até as 15h30 era Cristovam Buarque (PDT-DF).

Também marcaram presença Eduardo Suplicy (PT-SP), Jorge Viana (PT-AC), Wellington Dias (PT-PI) e Waldemir Moka (PMDB-MS). Na Câmara, os parlamentares que iniciaram os trabalhos foram Izalci (PR-DF), Luiz Couto (PT-PB), Osmar Terra (PMDB-RS), Augusto Carvalho (PPS-DF), Sandra Rosado (PSB-RN) e Átila Lins (PMDB-AM). Eles se revezaram na presidência da sessão.

Fonte 247

Em site oficial, PT apóia marcha contra Veja

por Rodrigo Cavalcante



Imagem - divulgação

Extraido do 247

Menos de uma semana depois de aprovar proposta de regulação da mídia em seu congresso nacional, o Partido dos Trabalhadores (PT) promove no site de seu diretório de São Paulo uma manifestação contra a revista Veja, que publicou matéria recente acusando o ex-ministro José Dirceu de articular contra o governo Dilma Rousseff. O site Linha Direta, administrado pelo PT-SP, estampa em sua página principal uma ilustração com um boneco pendurado por cordas no logo da revista ao lado das inscrições: “Você quer ver um jornalismo de mentira e falta de ética? Não seja manipulado. Não leia a Veja.”

Um clique no panfleto virtual leva ao convite para uma manifestação que será realizada no dia 17 de setembro, com mobilização marcada para as 14h no vão do Masp. O site atribui a convocação a um “convite postado no Facebook”. “Veja caminha longe da Ética e da democracia, não leva o jornalismo a sério e engana a população”, diz o convite. Até as 20h desta quinta-feira, a convocação tinha sido curtida por 25 pessoas no Facebook.

O site do PT conversou com Adolfo Pinheiro, um dos organizadores da atividade, que disse trata-se de um protesto em favor da verdade, ética e cidadania. "Vamos combater a farsa, mentira e manipulação da mídia. Levem seus cartazes e suas bandeiras", convida o militante. Ainda de acordo com o site do PT, Pinheiro se diz indignado com os ataques permanentes da publicação da Editora Abril e cita como o mais recente desserviço aquele que escolheu “como alvo o petista José Dirceu”.

Padrão Globo de "Qualidade"

por Flavia Mello - Entretenimento

Falha grave em "Fina Estampa" rende puxão de orelha na Globo

por Keila Jimenez - Outro Canal

Com direito ao barraco do ano, o capítulo de quarta-feira (7) de "Fina Estampa" rendeu recorde de audiência e confusão na produção.
Tudo porque a cena emocionante de Griselda (Lilia Cabral) desmascarando o filho teve uma falha grave de produção.
Repare na cena a baixo. A mãe falsa de Antenor (Caio Castro), Gisela (Angela Vieira), aparece sentada, com as pernas cruzadas, em um papo animado com a família rica da noiva do rapaz. O problema é que a câmera captada com precisão o pé da atriz, que está sem um dos sapatos. Para uma mulher fina como a personagem se propõe a ser, totalmente sem sentido.
A produção da novela e a direção só perceberam o deslize em cima da hora do capítulo  ir ao ar  e a cena não pode ser refeita. A falha rendeu puxão de orelha para todos os lados. E uma busca pelos culpados.
Confira a cena e repare no pé de Angela Vieira.
Foi ou não foi uma falha grave?

http://finaestampa.globo.com/videos/t/cenas/v/cena-79-antenor-fica-satisfeito-com-a-falsa-mae/1622887/

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A imprensa surtou

Por Luciano Martins Costa


Uma semana depois de ser surpreendida pela queda da taxa básica de juros, a imprensa brasileira coleciona um relicário de análises nas quais se evidencia que o noticiário econômico também foi contaminado pelo viés político ou, no mínimo, anda fragilizado por excessivas influências emocionais.
Na quinta-feira da semana passada, dia 1º, a reação dos chamados jornais de circulação nacional dava como certo que os dias de autonomia do Banco Central haviam acabado e que a “mão pesada” do governo havia imposto a decisão da queda dos juros.
O ex-ministro e consultor Mailson da Nóbrega, figura onipresente na mídia, pontificou em praticamente todos os jornais e em todos os meios para decretar que “a decisão foi imprudente, temerária, sem correspondência com a realidade, e deve refletir uma pressão política da presidência, do ministro da Fazenda. O Banco Central, submisso, não soube resistir”, decretou.
O mínimo que se disse foi que o presidente do BC, Alexandre Tombini, não tinha porte para o cargo.

Opinião contrariada
Os diários especializados de maior destaque, Valor Econômico e Brasil Econômico, reagiram de maneiras diversas à decisão que não apenas surpreendeu os especialistas, mas sobretudo contrariou a maioria das opiniões avalizadas pela mídia sobre o que deve fazer o governo para contornar os riscos da crise nos países desenvolvidos.

Valor decidiu absorver aos poucos o impacto da notícia, repassando aos seus leitores uma variedade de interpretações, não arriscando uma aposta elevada na condenação da decisão do BC.
Brasil Econômico fez um esforço de reportagem para tentar revelar as razões pelas quais o Banco Central havia decicido baixar os juros.

Os jornais genéricos, que apostam mais na política do que na economia, foram os mais agressivos. Folha,Estadão e Globo não apenas deram voz às opiniões mais contundentes como referendaram o veredito segundo o qual o Banco Central havia cedido sua autonomia ao comando econômico do governo.
Passada uma semana, a imprensa passou a dar espaço a opiniões divergentes, admitindo que, afinal, o Banco Central agiu de maneira independente e que, no fim das contas, a decisão não era assim tão estapafúrdia.
Mas o que explica o surto que tirou a imprensa brasileira de seu prumo na semana passada?


“Irresponsável, injusta e arrogante”

Na sexta-feira, dia 2, quando os jornais especializados colhiam outras reações do mercado – registre-se, por exemplo, que o Brasil Econômico foi ouvir os empresários da indústria, que comemoravam a queda dos juros –, os jornais genéricos esqueciam o assunto ou ainda pipocavam artigos retardatários insistindo na tecla da quebra de autonomia do Banco Central.
No rádio e na televisão, desenhava-se a imagem da presidente Dilma Rousseff como a de um “trator” a passar por cima de qualquer dissidência.
Enquanto isso, o britânico Financial Times publicava um artigo – reproduzido pelo Valor Econômico – no qual se afirma que a ação do BC brasileiro provocava admiração, medo e inveja nos dirigentes de outros Bancos Centrais por todo o mundo.

O texto elogia a ousadia das autoridades monetárias do Brasil, teme pela autonomia das autoridades de bancos centrais em suas disputas com autoridades políticas e agências reguladoras, e mostra admiração pela batalha do Brasil contra a tradição da inflação elevada. “As autoridades de outros bancos centrais estão perdoadas por invejar a liberdade da autoridade brasileira”, conclui o texto.

Na lista dos artigos mais assertivos que se contrapõem ao viés imposto pelos jornais, destaque para a manifestação do ex-ministro Antonio Delfim Netto, na qual afirma que a acusação de subserviência do Banco Central foi “irresponsável, injusta e arrogante”.
O decano dos economistas brasileiros criticou ferinamente seus colegas que se haviam indignado com a decisão sobre os juros, dizendo que eles só reconhecem a independência do Banco Central quando este decide de acordo “com os conselhos que eles, paciente, gratuita e patrioticamente, lhe dão todos os dias, através da mídia escrita, radiofônica e televisiva”.

Delfim destacou ainda que considerou injustas as críticas que encheram as páginas dos jornais porque, na sua opinião, “pela primeira vez, em quase duas décadas, o Banco Central mostrou que é, efetivamente, um órgão de Estado com menor influência do setor financeiro privado”.
Este é, exatamente, o ponto central da polêmica: afinal, a serviço de quem estão os articulistas, comentaristas, analistas, colunistas e demais proprietários de fatias da mídia que, em coro, trataram de desmoralizar o Banco Central?

Que interesses representam, e por que motivo contam com tanto espaço nos jornais?
Além do evidente complexo de vira-latas, não há como ignorar que o insistente viés político que contamina o noticiário econômico pode estar a serviço de algum interesse nebuloso.

Que tal a marcha contra escravocratas?


Por Altamiro Borges do Blog do Miro

Neste 7 de setembro, Dia da Independência, a Juventude do PSDB, os chefões demotucanos e alguns “calunistas” da mídia deram apoio às chamadas “marchas contra a corrupção”. O motivo é nobre e seduziu algumas pessoas contrárias aos “malfeitos” com o dinheiro público. Já os animadores dos protestos não são tão nobres assim. Muitos deles são mais sujos do que pau de galinheiro.

Mas já que decidiram deixar suas mansões e ir às ruas para protestar, aproveito para fazer uma sugestão. Por que não convocam também atos contra as empresas corruptoras ou contra os empresários que sonegam impostos e desviam grana para os paraísos fiscais? Já que estão tão indignados, por que não protestam contra os escravocratas, que crescem como praga no país?

A “lista suja” da escravidão

No final de julho, o Ministério do Trabalho divulgou o seu Cadastro dos Empregadores. Ele mostra que o uso do trabalho escravo tem crescido no país. A “lista suja” do governo traz 251 nomes de empresários do campo e das cidades – o maior número desde a criação da lista, em 2004. Em julho do ano passado, ela continha 151. Em cerco de um ano, o salto dos criminosos foi de 65%.

Segundo o ministério, esse aumento decorre do aperto na fiscalização. Ela hoje seria mais eficiente, como comprovou o recente escândalo do uso de trabalho escravo nas oficinas subcontratadas pela multinacional espanhola Zara. Será que o correspondente do El País, Juan Arias, que adora falar besteiras sobre o Brasil, toparia participar de uma “marcha contra os escravocratas”?

Cadê os indignados demotucanos?

A “lista suja” também confirma que a maioria dos escravocratas explora na zona rural – são os velhos latifundiários, alguns deles travestidos de modernos barões do agronegócio. Dos 251 criminosos listados, 183 infrações foram cometidas no campo. O total de trabalhadores resgatados nestes locais foi de 7.963. O Pará é o estado que concentra o maior número de escravocratas (62).

Será que o senador tucano Álvaro Dias, muito ligado aos ruralistas, toparia convocar uma marcha contra o trabalho escravo? Pelo twitter, ele foi um dos entusiastas dos protestos de ontem. O “indignado” demo ACM Neto também poderia ser acionado. Alguns tucaninhos, filhinhos de papai de ruralistas, poderiam até usar seus carrões para agitar a “marcha contra os escravocratas”.

Desarquivar a PEC do trabalho escravo

Esta marcha não teria somente um caráter de denúncia, não seria apenas um oba-oba oposicionista. Ela serviria para pressionar os deputados a desarquivarem a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) contra o trabalho escravo. Até hoje o DEM e o PSDB, além dos ruralistas de outros partidos, bloqueiam a tramitação deste projeto civilizatório. Será que rola dinheiro dos escravocratas?

Ela também poderia exigir maior fiscalização do Estado. Afinal, os escravocratas são notórios corruptores. Eles corrompem fiscais, juízes, policiais e... parlamentares. A bancada ruralista no Congresso Nacional é expressiva e atuante. Para peitar os escravocratas corruptores é urgente aumentar a fiscalização e endurecer as punições. Quem topa a marcha contra os escravocratas?

Juíza extingue ação de Dantas contra PHA



Daniel Dantas, além de não ter pedido de indenização atendido, ainda tomou um 'pito' da juízaA juíza de direito Andrea Quintela, da 23ª Vara Cível do Rio de Janeiro, extinguiu, na segunda-feira 5, um processo movido pelo banqueiro Daniel Dantas contra o jornalista Paulo Henrique Amorim. A ação pedia reparação de danos materiais e morais em razão de críticas feitas pelo o jornalista em relação às atividades do banqueiro, preso e investigado durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

No processo movido contra Amorim, Dantas afirmava que era alvo de “campanha política”, “murmurações” e “assacadilhas”, além de “apelidos pejorativos” em notícias veiculadas no programa dominical comandando por Amorim na TV Record e no site “Conversa Afiada”. O banqueiro se queixava também do teor dos comentários dos leitores no site mantido pelo jornalista.

Em seu despacho, a juíza minimizou a queixa do banqueiro, afirmou que o réu somente “opina, critica, debate e instiga” a opinião pública sobre notícias de interesse público e lembrou que a “imprensa digital está em franco crescimento no País”. O acolhimento do pedido, escreveu, revelaria um “tipo de censura, um retrocesso inadmissível e que está magistrada não endossará”.

A magistrada citou o direito fundamental da liberdade de expressão e defendeu o exercício crítico do jornalismo. “A imprensa que se limita a noticiar sem, contudo, fazer avaliação crítica, sem emitir conclusões e, sobretudo, sem levar os leitores a pensar é uma imprensa desqualificada, que não informa, que não leva ao debate, que não auxilia no desenvolvimento da cidadania, que mantém os leitores na ignorância”. Ela defendeu o direito do articulista de fazer certo deboche do réu.

Na decisão, Quintela puxou a orelha de Dantas ao dizer que o réu “não pode se esquecer de que participa dos noticiários constantemente, sendo em razão disto uma pessoa pública, envolvida que está em atividades empresariais, e em algumas vezes em casos que repercutiram e repercutem até hoje muito negativamente para ele, estando no cenário do país ao lado de autoridades importantes com as quais não se sabe exatamente que relações possuem”. Portanto, disse ela, o banqueiro deveria “suportar as críticas”.

A juíza considerou também improcedente um pedido de Dantas, contido na mesma ação, para que o jornalista identificasse a origem dos computadores de onde foram postadas mensagens supostamente ofensivas ao banqueiro no site. Quintela afirmou que o pedido demonstrava uma tentativa de intimidar os leitores, e não simplesmente identifica-los.

Por fim, a magistrada condenou Dantas ao pagamento das custas e honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da causa e extinguiu a ação.


O documento foi publicado na quarta-feira 7 no site “Conversa Afiada”. Na nota, Amorim lembrou das 37 ações movidas contra ele na Justiça e comemorou a decisão de 23ª Vara Cível do Rio. “Juíza Quintela se recusa a fazer censura e derrota Dantas”, escreveu o jornalista, no título da nota.

Redação Carta Capital

Há censura contra debate de regulação da mídia, diz petista


A presidente Dilma participou do congresso do PT, em Brasília (Foto: Reuters)


Por Claudio Leal, na Terra Magazine

O 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília, no último final de semana, reforçou a defesa da regulação da mídia, que costuma crispar os grupos empresariais do setor. A partir de uma moção sobre a "agenda estratégica" do partido para as telecomunicações, os petistas pretendem influenciar a discussão do tema no Congresso.

Alguns dos pontos não constituem novidade, a exemplo de: "Vedar a concessão e permissão de outorgas de radiodifusão a políticos e ocupantes de cargos públicos em exercício da função bem como formas de concentração empresarial, a exemplo da propriedade cruzada, que levem ao abuso de poder econômico". Em 2008, a 1ª Conferência Nacional de Comunicação do PT já defendia "um novo marco regulatório".
"Nós temos, desde 1989, o debate da democratização do acesso à informação. Isso evoluiu para uma conferência nacional do PT. Não temos uma lei de imprensa, uma lei federal de direito de resposta e os mesmos grupos concentram", diz o deputado federal André Vargas, secretário nacional de comunicação do PT, um dos defensores da ideia.

Para Vargas, "é preciso ter um marco regulatório, um conselho nacional, um espaço de discussão da mídia". Indagado sobre as críticas dos principais grupos midiáticos à proposta, estimada como autoritária, o petista acrescenta: "O que está havendo é uma censura e estigmatização do tema. Seria ótimo se eles debatessem. Por que a Globo não debate? Por que os grandes meios de comunicação não discutem? Os países civilizados têm uma lei de imprensa. Tem que ter o marco, ainda mais com a convergência de mídia e a nova lei de TV a cabo".

Vargas reconhece que as deliberações do PT podem ser refugadas pelo governo federal. "O governo tem que saber até onde vai. Tem quer uma noção. Não temos a pretensão de que a presidenta Dilma e o ministro Paulo Bernardo sigam as deliberações do partido. Queremos influenciar o debate", afirma o secretário petista.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Soninha, a rainha da SUTACO


 
por Rodrigo Vianna do Blog o escrevinhador 

Soninha faz pose para a revista "Mymag";
 e a SUTACO?
Acho certa graça quando os tucanos falam em “aparelhamento” do Estado.
Primeiro, porque o povão não entende direito. O eleitor tende a achar que aparelhamento é bom. O administrador está “aparelhando”, ou seja, colocando aparelho novo pra funcionar. Aparelho de música? Computador na escola? Ou, como diz um amigo jornalista, aparelho novo pro locutor da SUDERJ anunciar gol no Maracanã?
Segundo, porque o tal “aparelhamento” (uso da máquina para alojar aliados e companheiros de partido) é prática comum nos governos demotucanos. As estatais paulistas serviram de cabide pra gente que nem em São Paulo vivia. Leia mais aqui. Não houve escândalo por causa disso. Ninguém pediu “faxina” nas estatais paulistas.

Agora, leio matéria no site da “Folha”, por indicação do leitor Marcelo de Mattos. O assunto: Soninha (PPS) posou (de novo?) para uma revista, fazendo tipo de moça marota. E deixou no ar a história de que ela e Serra teriam tido um relacionamento íntimo. Isso pouco me interessa. O importante mesmo é a informação que vem no pé da matéria da ”Folha”:
“Atualmente, a ex-vereadora [Soninha] é superintendente da Sutaco (Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades), uma autarquia de artesanato no governo de São Paulo. Soninha, que foi coordenadora da campanha virtual do tucano José Serra nas eleições presidenciais, recebeu o convite de Davi Zaia (PPS), secretário do Emprego e Relações de Trabalho. Presente na cerimônia de posse, Zaia assumiu a secretaria para preencher a cota do PPS na gestão Geraldo Alckmin (PSDB).”

A Soninha é especialista em artesanato? Uma carreira brilhante no serrismo: da MTV para a SUTACO!
Se fosse num governo do PT, seria “aparelhamento” do Estado. Mas como é governo tucano, fica tudo por isso mesmo.

A SUTACO está aí pra isso mesmo!!!
Viva a SUTACO!!!

P.S.: o título desse post foi sugerido pelo Gilberto Maringoni, que faz jus ao nobre cargo de “professor de jornalismo”!

Marcha contra corrupção”. Quem agita?



Por Altamiro Borges do Blog do Miro



Estão previstas para este 7 de setembro, Dia da Independência, “marchas contra a corrupção” em capitais e importantes cidades do país. O objetivo até parece nobre, mas seus organizadores são mais sujos do que pau de galinheiro. Visam utilizar a bandeira da ética para esconder sua frustração com a derrota nas eleições presidenciais de 2010. O intento é desgastar o governo Dilma.

Entre os promotores do “protesto espontâneo” estão os velhacos tucanos. “No 7 de setembro, a Juventude do PSDB-SP realizará atos contra a corrupção. Aproveitando as comemorações da data, a JPSDB-SP reunirá os jovens do Estado de São Paulo para se manifestar contra as sucessivas denúncias de corrupção que atingem membros do governo federal”, revela o sítio dos tucaninhos.

O cinismo dos tucaninhos

O cinismo dos organizadores é escancarado. Para enganar os ingênuos, eles generalizam as críticas à corrupção, citando inclusive a deputada federal Jaqueline Roriz, que acaba de escapar de um processo de punição na Câmara Federal. Só deixaram de avisar os incautos que a parlamentar foi eleita pela primeira vez pelo PSDB e que ela foi flagrada com dinheiro no bolso no famoso “escândalo do mensalão do DEM”, liderado pelo ex-governador José Roberto Arruda, o “vice-careca” do tucano José Serra.

“Em um dia histórico para o nosso país, as juventudes municipais do PSDB de todo o Estado estarão reunidas por um único motivo: pedir um basta à corrupção”, agita Paulo Mathias, presidente da Juventude do PSDB de São Paulo. Ele poderia aproveitar para pedir a apuração das denúncias de desvio do dinheiro público na prefeitura de Pindamonhangaba, lideradas pelo cunhado do governador Geraldo Alckmin, ou para exigir que a mídia demotucana dê mais notícias sobre Paulo Preto, o “caixa” de Serra.

O patético blogueiro da Veja

Outro “agitador” das marchas é o blogueiro da Veja, Reinaldo Azevedo. Ele até publicou um roteirinho dos protestos. “Diversos grupos espalhados por todo país preparam pelo menos 38 manifestações contra a corrupção em 35 cidades. Milhares de pessoas já confirmaram presença nos eventos por meio das redes sociais”, comenta, excitado, o patético capacho da famiglia Civita.

Nos últimos dias, ele ficou meio atordoado com as denúncias sobre os crimes da Veja para espionar o ex-ministro Dirceu. Ele até reclamou do restante da mídia demotucana, que preferiu não apoiar as ações mafiosas da sua empregadora. Daí sua agitação em defesa da “marcha contra a corrupção” para desviar a atenção. Se Dilma fosse mais ousada, a famiglia Civita seria processada e o seu blogueiro predileto até poderia perder sua boquinha!

Os aliados perigosos

Por último, entre os apoiadores do “marcha”, vale citar a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Nesta terça-feira, dia 6, ela homenageou com a “medalha do mérito” os senadores que lutam contra a corrupção. A Firjan só não falou nada sobre os empresários que sonegam impostos, que desviam dinheiro para os paraísos fiscais ou que abocanham bilhões de subsídios públicos.

Entre os homenageados, a senadora ruralista Ana Amélia, do PP – que nada falou sobre o trabalho escravo no campo brasileiro – e o senador Pedro Simon, do PMDB gaúcho. Este aproveitou para elogiar a convocação da “marcha contra a corrupção”. “Esta é a primeira vez em que atos são convocados no país, através das redes sociais e, pelo resultado verificado nos países árabes, estamos esperançosos”.

O senador, que gosta de se apresentar como um ético franciscano, só não explicou porque nunca apoiou os protestos contra as maracutaias descaradas da ex-governadora Yeda Crusius, a quem deu apoio até a última hora. Como se observa, a “marcha contra a corrupção” no 7 de setembro tenta se aproveitar de um mote aparentemente justo, o da ética na política, com interesses mais sujos do que pau de galinheiro.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Dilma ensaia sua "independência" Uma análise em tom Pastel

Por Franco Ahmad



Pastel é tom do papel que a repórter Vera Magalhães da folha faz em sua análise sobre o pronunciamento da Presidenta Dilma em rede nacional de rádio e TV por conta do 7 de Setembro.

Na insistência de criar um fantasioso rompimento entre a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, a militante do PIG diz em seu blog que Dilma ensaia  sua "independência".

Confira abaixo:








Por Vera Magalhães - Folha online

Num excepcionalmente longo e superproduzido pronunciamento em rede nacional de rádio e TV por conta do 7 de Setembro, a presidente Dilma Rousseff fez uma inusual citação nominal ao presidente antecessor, mas dedicou a maior parte dos quase 11 minutos a dar seu próprio "grito de independência".

Com um visual que remetia imediatamente à fase "Celso Kamura" da campanha, Dilma apareceu sorridente, em tons pastel e maquiada numa ensolarada sala do Palácio da Alvorada. O programa foi produzido pela Propeg, agência de publicidade baiana que é uma das três detentoras da conta da Presidência.

Mas todos os detalhes da produção tinham a cara do marqueteiro da campanha, João Santana, que, segundo o blog apurou, supervisionou o texto e os detalhes da gravação.

Em letras brancas garrafais, palavras-slogans como "segurança", "qualificação profissional" e "208 escolas" ajudavam a pontuar a fala de Dilma, que, embora tenha feito a mesura a Lula, fez questão de dar ênfase especial a programas de sua própria gestão.

A tônica do discurso foi descolar o Brasil da crise econômica mundial, que, segundo Dilma, é "mais complexa" que a de 2008. Ela louvou a redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, disse que o país tem reservas sólidas e afirmou que não deixará que a "concorrência desleal" de produtos estrangeiros prejudique a indústria nacional.

Na transição para a parte do discurso voltada para os programas sociais veio a menção ao "governo Lula" --numa clara transgressão à regra de impessoalidade na publicidade institucional, da qual as cadeias nacionais são uma das formas.

Mas, depois, foi Dilma 100% dedicada a "bombar" as novas marcas de seu governo, ao lado das já conhecidas, como ProUni, Minha Casa Minha Vida e PAC.

Ela apresentou com detalhes programas como o Brasil Maior, de política industrial, Pronatec (o "ProUni do ensino médio"), e Brasil sem Miséria, uma espécie de fase 2 do Bolsa Família e que ela pretende transformar em sua marca de gestão.

Até programas que ainda não foram lançados, como o plano de combate ao crack, ganharam longos minutos no pronunciamento de Dilma, que defendeu tratamento para dependentes, desde que atendendo a certos protocolos clínicos e de acompanhamento psicológico, como já fizera o ministro Alexandre Padilha.

Assessores da presidente comemoraram o resultado. Avaliações colhidas a quente pelo blog foram de que a fala foi "vigorosa", e que Dilma retomou a pauta da "faxina" ao dizer que o governo não se "acumplicia com o malfeito" e que não tolera corrupção.

Dilma falou por quase 10 minutos. No 7 de Setembro de 2010, seu último pronunciamento da Independência, Lula foi bem mais modesto: usou a rede nacional por 3 min 43 seg.

A presidente também inovou na forma: trocou a contagem regressiva por uma abertura em que as letras da palavra "Brasil" saltam uma a uma na tela.

A vetusta biblioteca do Alvorada deu lugar a uma sala ampla, com esculturas desfocadas ao fundo. E o brasão da República apareceu grande, ao lado do nome de Dilma e da forma como ela faz questão de ser chamada: "presidenta da República.

Hebe pode ter perdido jóias no roubo ao Itaú

Por Flavia Mello


Em ação cinematográfica, quadrilha disfarçada em equipe de manutenção limpa 170 cofres particulares de clientes ricos do Itaú; apresentadora pode ter sido vítima; bandidos passaram 10 horas 'trabalhando'; até comeram sanduíches na área que deveria estar blindada; banco não comenta


Extraido do 247

Um a um, 170 cofres particulares mantidos por clientes milionários da agência do banco Itaú na avenida Paulista, em São Paulo, foram roubados no melhor estilo cinematográfico. Os bandidos passaram nada menos que 10 horas dentro do ambiente que deveria ser uma fortaleza, mas cujo esquema de segurança caiu, aparentemente, sem que eles precisassem fazer um grande esforço. Pelo pouco que se tem como reconstuição até aqui, bastou dominar um segurança para a quadrilha, que usava jalecos cinza para simular uma equipe de manutenção, agir com liberdade no primeiro subsolo da agência. Sabe-se que até sanduíches foram servidos entre os comparsas, como forma de apoiar o trabalho de limpeza da riqueza alheia.
Estima-se que os cofres tinham como conteúdo pequenas fortunas em moedas estrangeiras, jóias valiosas, títulos ao portador e documentos confidenciais. Tudo somado, um butim incalculável, diversificado e difícil de ser rastreado, com liquidez imediata e a prazo. Como é praxe nesse tipo de guarda, os bens ali reunidos não costumam fazer parte de declarações formais de patrimônio, constituido-se em reservas pessoais das quais os clientes não prestam contas nem mesmo aos responsáveis pelo banco. Apenas três clientes registraram queixa formal do roubo. Nos meios artísticos, circula o rumor de que a apresentadora de tevê Hebe Camargo, de notória riqueza, teria perdido algumas de suas jóias mais caras.
Divulgado apenas agora, em reportagem veiculada no domingo pela TV Record, o assalto ainda é cercado de muito mistério. A ação dos bandidos aconteceu entre a noite de 27 de agosto e a madrugada seguinte, até o início da manhã. Foram dez horas de 'trabalho' a partir das 23h50, quando o grupo dominou o vigia e ultrapassou todas as barreiras que deveriam existir até o cofre que guardava as caixas fortes. Na manhã de domingo, bastou, outra vez, render o vigia que iria iniciar o turno para completar o serviço.
A polícia ainda parece confusa pelo verdadeiro baile patrocinado pela quadrilha. Na sexta-feira, à reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a Secretaria de Segurança informou desconhecer a ocorrência do assalto. Mais tarde, com a divulgação da notícia, manifestou estranheza pelo fato de o Deic – Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado – só ter sido comunicado uma semana após o fato. O Banco Itaú não quer comentar a ação. Para a instituição, que tem apoiado suas propagandas nas bandeiras da sustentabilidade, a devassa dos cofres particulares de seus clientes chega a ser humilhante, uma vez que revela uma falha de segurança num setor que, em tese, deveria ser o mais blindado.

PSD hoje faz de Kassab, “o fraco", o mais forte da política brasileira.

Por Leonardo Attuch_247



Gilberto Kassab está fraco. Essa é a leitura imediata da pesquisa Datafolha, que aponta um índice de 24% de "ótimo e bom" nas avaliações do prefeito da maior cidade do País. É o índice mais baixo desde que ele assumiu o comando da prefeitura de São Paulo, em 2006. Mas será que esses números são mesmo tão importantes?
Foto: ANTÔNIO MILENA/Agência Estado
Ontem mesmo, no dia em que a pesquisa foi divulgada, Kassab participou de um seminário organizado pela candidata do PT à sucessão municipal, Marta Suplicy, a convite dela. O que indica que Marta, apesar de seus 31% no Datafolha, não parte para o confronto direto com o prefeito. Sabe que o apoio dele, num eventual segundo turno, não deve ser menosprezado.
Sim, Kassab, embora tenha chegado à prefeitura pelas mãos de José Serra, hoje se aproxima cada vez mais do bloco governista. E é justamente isso que faz dele uma das peças centrais da política brasileira. Seu recém-criado PSD, que ainda depende do aval do Tribunal Superior Eleitoral, deve nascer com quase 50 deputados e a terceira maior bancada do Congresso Nacional, atrás apenas de PT e PMDB. É o "partido-ônibus", que abriga todos aqueles dispostos a aderir ao bloco governista -- que não são poucos. E, num momento em que a presidente Dilma enfrenta dificuldades com todos os partidos aliados, como PMDB, PP e PR, a força de Kassab se torna ainda maior. Não por acaso, no seu último congresso, realizado no fim de semana, em Brasília, o PT recomendou alianças regionais com o PSD.
Força regional
Kassab hoje sonha com um ministério de peso para o seu PSD, que poderia ser, por exemplo, o das Cidades, atualmente comandado pelo PP. Isso pode ser decisivo, inclusive, na construção de apoios à sucessão municipal em várias capitais. Em São Paulo, o atual prefeito torce para que José Serra, a quem seria obrigado a apoiar, não saia candidato. E conta, a seu favor, com os números decepcionantes de Serra na pesquisa Datafolha: 18% apenas e uma rejeição superior à de Marta. Com Serra fora do páreo, Kassab poderia apoiar um candidato de menor expressão, como o atual secretário Eduardo Jorge, do Meio Ambiente, e negociar melhor seu apoio no segundo turno. Regionalmente, os adversários dele são o governador tucano Geraldo Alckmin -- Kassab quer ser candidato ao Palácio dos Bandeirantes em 2014 -- e o candidato do PMDB, Gabriel Chalita.
E não se deve desprezar o fato de que a Prefeitura de São Paulo tem R$ 7 bilhões em caixa, o que pode ajudar a reverter o quadro de desaprovação num ano eleitoral.
Em outros estados, o quadro do PSD é também animador. No Rio de Janeiro, por exemplo, o partido, comandado por Índio da Costa, terá a segunda maior bancada da Assembléia Legislativa. Na Bahia, onde tem o vice-governador Otto Alencar, será a segunda força política. No Distrito Federal, conta com o ingresso da deputada distrital Eliana Pedrosa, que pode ser candidata ao Palácio do Buriti em 2014. E já administra os governos de dois estados importantes: Amazonas e Santa Catarina.
Kassab perdeu pontos no Datafolha porque, aos olhos da população, dedicou-se menos à administração de São Paulo e mais à construção de seu partido nos últimos meses. Mas o

Privatas do Caribe: Amaury vem aí!

Por Rodrigo Vianna - O Escrevinhador



Uma das fotos que Amaury deve utilizar no livro...
Na tela do computador, o título chamativo:  “A GRANDE LAVANDERIA”. Logo abaixo, um pequeno resumo explica o que são ”as ilhas que lavam mais branco…”. Ilhas do Caribe. É o capítulo 4, de um total de 15, que já seguiram para a editora. Agora, falta a revisão final. E depois tudo vai para a gráfica. À frente do computador, o jornalista responsável pela investigação: Amaury Ribeiro Júnior. “Olha essa frase, tá bom isso, ocê não acha? Hem, hem?” Ele saboreia cada capítulo como se fosse um filho.
“Siga o dinheiro, ele sempre conta a história”, diz Amaury, resumindo o foco de uma apuração que durou 10 anos. O repórter premiado começou a investigar os caminhos (e descaminhos) do dinheiro das privatizações da Era FHC quando ainda era repórter de “O Globo”. Pergunto se conseguiu publicar alguma coisa no jornal carioca: “ocê é doido, rapaz, eles não mexem com isso não”.

O Amaury tem um jeito de matuto. Numa profissão em que jovens jornalistas gostam de se vestir como se fossem executivos do mercado financeiro, ele  prefere a simplicidade. E com esse jeito de mineiro que não está entendendo bem o que se passa em volta, consegue tudo: papéis, documentos, informações. Sobre a mesa de trabalho, o caos criativo. Parte daquela papelada vai parar no livro, na forma de anexos: são documentos que ajudam a contar a história.  ”Tá bom o livro, não tá? Hem, hem?”. Quase todas as frases do Amaury terminam com esse “hem, hem!”.

Um outro colega passa em frente à mesa do Amaury, e finge que vai levar parte dos documentos: “Ocê é doido, faz isso não”. Depois, emenda uma frase meio enrolada. Parece que ele usa aquela tática do velho Miguel Arraes: metade do que o Amaury diz a gente não entende. Mas o que ele escreve é fácil de entender.
O capítulo 4 conta a história da Citco, empresa com sede nas Ilhas Virgens Britânicas. “E o que é a Citco?” eu pergunto. “A Citco é uma espécie de barco dos corsários, é por ali que o dinheiro circula”. Segundo Amaury Ribeiro Junior, a Citco é especializada em abrir empresas “offshore”. O termo vem da época dos corsários de verdade: “eles saqueavam os mares, e depois escondiam o fruto dos saques ’offshore’, ou seja, fora da costa, longe dos olhos das pessoas”, explica o repórter.

Em setembro de 2010, publiquei aqui no
Escrevinhador um aperitivo sobre o tema: “Citco, esse é o mapa da mina” . Agora, recebo mais mais detalhes, que estarão no livro. Quem já usou esse esquema, Amaury? “Os doleiros do Banestado usavam, a turma da Georgina usava nas fraudes da Previdência, e a turma que faturou com as privatizações também usou”. É o que Amaury vai explicar (e provar, ele garante) no livro “OS PRIVATAS DO CARIBE”. Hoje, ele me mostrou alguns capítulos. Já estão todos prontos. Os títulos dão uma pista do que vem por aí:

- “OS TUCANOS E SUAS EMPRESAS-CAMALEÃO”
- “OS SÓCIOS OCULTOS DE SERRA”
- “MISTER BIG, O PAI DO ESQUEMA”
- “A FEITIÇARIA FINANCEIRA DE VERÔNICA”   
- “DOUTOR ESCUTA, O ARAPONGA DE SERRA”.

Quais são as empresas camaleão? Quem administrava as empresas? Quais foram as feitiçarias de Verônica? E quem é o “doutor escuta”? Tudo isso o Amaury promete  contar em detalhes.
Aqui, no “VioMundo” do Azenha, você lê um dos capítulos.

Vocês se lembram que, durante a campanha eleitoral de 2010, Amaury foi acusado de quebrar o sigilo da família de Serra, num esquema que serviria ao PT. Amaury nega tudo. Ele tem certeza que as acusações – publicadas com destaque na imprensa serrista – eram uma retaliação: “os tucanos sabiam que eu tinha investigado isso tudo, e que a investigação ia virar livro, tentaram me queimar”. Na reta final da eleição, um emissário de Serra chegou a procurar Amaury. Ligou até na redação da Record atrás dele. Amaury acha que os tucanos queriam propor algum tipo de acordo…

Ao fim da campanha, com Serra derrotado, muita gente chegou a duvidar da existência do livro sobre as privatizações. ”O Amaury blefou”, diziam alguns leitores. A turma do PSDB mesmo deve ter achado que ele não teria coragem de publicar os resultados da investigação de uma década. Agora, podem ter uma surpresa.
Mas não pensem que o livro ficará barato para o PT. Amaury mostra como ele virou pivô de uma luta interna nos bastidores da campanha de Dilma. Um capítulo inteiro é dedicado a essa história: “COMO O PT SABOTOU O PT”.

 Amaury só não explica uma coisa: como é que consegue escrever livro sobre dinheiro no Caribe, produzir reportagens especiais pra TV em São Paulo e ainda administrar “a melhor pizzaria do Brasil”. A pizzaria fica em Campo Grande (MS).
“Mas Amaury, repórter dono de pizzaria é piada pronta”, provoco. “Ocê precisa experimentar minha pizza, é a melhor do Brasil”, ele diz, maroto. E emenda mais uma frase incompreensível sobre mussarela e calabresa.

A pizza eu não quero. Prefiro o livro.

Ministro pede reciprocidade para candidatura do PDT

Tribuna do Norte - RN

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi (PDT), pediu reciprocidade ontem, durante visita a Natal, dos partidos da base aliada da presidenta Dilma Rousseff (PT), sobretudo do Partido dos Trabalhadores, no apoio à candidatura de Carlos Eduardo Alves (PDT) à Prefeitura de Natal, em 2012. "O PT tem contado com o nosso apoio em muitos municípios. Espero correspondência em Natal", assinalou o ministro. A orientação do PDT nacional, segundo ele, deverá ser no sentido de somar forças, mesmo que estas não estejam inseridas no bloco de sustentação do Governo Federal.

Carlos Lupi destaca que o PDT apoia o PT nas
 cidades em que o partido tem candidato mais viáve
Ele registrou que o ex-prefeito figura na ponta de todas as análises de intenção de votos informalmente realizadas até agora e cobrou que, assim como faz o PDT em outras localidades, haja um esforço para unir o grupo aliado em Brasília em torno do nome que apresentar mais viabilidade eleitoral. "A candidatura de Carlos Eduardo é prioridade nacional para o PDT. E nós esperamos, assim como está ocorrendo em várias capitais do Brasil, que esse grupo se una em torno dele que é o nome disparado com as maiores chances de disputa", destacou o ministro.

Carlos Lupi assinalou ainda que será incoerente por parte dos partidos aliados no cenário federal almejar o apoio do PDT em Natal quando todos estão mostrando um menor grau de viabilidade. O ex-prefeito Carlos Eduardo Alves reforçou, ao acompanhar o ministro durante visita às novas instalações da Superintendência Regional do Trabalho do Rio Grande do Norte (SRTE/RN), que não há veto no PDT no que concerne às conversas sobre eleições 2012 com os variados  partidos em atuação no estado. Mas ressaltou que a prioridade permanece no campo da base aliada da presidenta Dilma.

"Eu acredito que o partido não vai eliminar ninguém. Eu já tive conversas informais e muitos partidos do bloco de sustentação no governo federal já sinalizam para candidaturas próprias, então ele leque de diálogo precisa ser aberto", destacou o ex-prefeito. Carlos Eduardo Alves, que também é presidente estadual do PDT, já iniciou conversas preliminares o ministro Garibaldi Alves e os deputados Henrique e Walter Alves, do PMDB; com Antenor Roberto e Sávio Hackradt, do PC do B; a ex-governadora Wilma de Faria, do PSB; a deputada federal Fátima Bezerra, do PT; com o vereador Raniere Barbosa, do PRB; e com o vice-governador Robinson Faria, que comandará o PSD. "Não há maiores ou menores afinidades, conversaremos de maneira igualitária com todos, sobretudo com os da base aliada do Governo Federal. Mas esse leque se abre também na medida em que muitos desse grupo apresentam projetos próprios e sequer sinalizam para a boa aceitação popular que nossa pré-candidatura vem apresentando", concluiu o ex-prefeito.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A oportunidade de Marta

Por Marco Damiani_247
O sonho de uma noite de inverno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – o de fazer o PT paulistano engolir a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, a prefeito de São Paulo – foi interrompido por dois alarmes estridentes que soaram, respectivamente, no domingo 4 e na segunda-feira 5. Primeiro, na contra-mão do desejo de Lula, o PT aprovou em seu IV Congresso a inclusão do mecanismo de prévias eleitorais para definir candidatos a cargos majoritários onde houver mais de um postulante. O ex-presidente preferia pular essa parte e levar o partido, pela cúpula, a aceitar suas indicações. Menos de 24 horas depois da votação entre os petistas, a primeira pesquisa Datafolha sobre a sucessão municipal paulistana tirou definitivamente a cabeça de Lula do travesseiro. Contra 1% e 2% de intenções de voto para o seu pupilo Haddad, dependendo do cenário traçado, a senadora Marta Suplicy surgiu com entre 29% e 31% das preferências.
Depois de se declarar “sensibilizada” pelo resultado – Marta apareceu na frente dos adversários em todas as simulações realizadas, tanto espotâneas quanto estimuladas –, ela alfinetou sem muita dó: “Eu sempre tive 30 por cento, ele (Haddad) sempre teve 2 por cento”, cravou.
Os aliados da senadora, como o líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza, esfregaram as mãos com a notícia. “A pesquisa foi boa para desmistificar a impressão de que Marta tem rejeição alta”, destacou ele. De fato, a senadora, nesse quesito, obteve um desempenho melhor do que o ex-governador José Serra, a quem bateu por 14 pontos porcentuais na pesquisa.
Marta, que usa a estratégia de se colocar como candidata natural do partido e disse ao 247 que irá “até o fim” com sua intenção de concorrer, inicialmente não queria as prévias. Porém, se não ocorrerem as desistências dos pré-candidatos Jilmar Tatto e Carlos Zaratini em seu benefício – o que não está no horizonte agora –, ela aceita enfrentar esse julgamento partidário. E também desta vez como favorita. “Não acho que o resultado tenha se dado por recall, mas sim porque eu deixei uma obra nessa cidade, que muitas pessoas percebem em seu dia-a-dia”, afirmou ela.
Adversário da senadora dentro do PT, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aluizio Mercadante, ainda tentou, logo após a divulgação do Datafolha, suavizar os efeitos do levantamento dentro do partido em São Paulo, mas não pareceu ter sido muito convincente. “A pesquisa é um ponto importante, mas a sensibilidade do presidente Lula, a visão dele, a longa experiência de disputa de eleição, isso é uma coisa que a nossa militância respeita muito", disse Mercadante. Mas as alterações no estatuto do partido, aprovadas no último fim de semana em Brasília, mostram o contrário. Embora Lula tenha articulado para que o novo texto determinasse o fim das prévias, o partido decidiu manter as consultas internas em caso de mais de um candidato a cargo majoritário e só abriu a possibilidade para que 2/3 do diretório decida se haverá prévias. Ainda assim, nesse caso, quem decide são os delegados do partido, e não os dirigentes.
O próprio presidente do diretório paulistano do PT, vereador Antonio Donato, acredita que o candidato será definido por prévias. A primeira disputa interna está agendada para 27 de novembro. “Tem muita conversa e muita possibilidade de evoluir (para uma indicação única), mas o cenário hoje é de prévia", avaliou. Embora afirme que a pesquisa Datafolha não tira nenhum pré-candidato da disputa, Donato comemorou o resultado como “uma situação muito boa” para o PT.
Não se conhecia, até o final do dia, nenhuma declaração do ministro Haddad sobre o resultado da pesquisa. De Lula, igualmente não se ouviu frase, ficando no ar sua iniciativa de, a exemplo do que pretende fazer em São Paulo, tirar do bolso do colete o nome do economista Marcio Pochman como candidato do PT em Campinas. Logo em Campinas, onde o partido tem o atual prefeito em exercício, Demétrio Vilarga, entre seus quadros. Pelo jeito, a continuar com esses sonhos, Lula corre o risco de passar a ter pesadelos em torno das eleições municipais do próximo ano.