domingo, 4 de setembro de 2011

Congresso do PT termina sem moção de apoio a Dirceu

Segundo Rui Falcão, o partido entendeu que, depois das declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura do congresso, não seria necessário apresentar a nota de apoio

Por Evam Sena_247, em Brasília – O 4º Congresso Nacional do PT, realizado em Brasília, terminou neste domingo, 4, sem nota de desagravo ao ex-ministro José Dirceu, ao contrário do que foi ventilado no início do evento. O PT aprovou, em bloco, sete moções, mas nenhuma tratou de apoio ao petista em resposta à matéria da revista Veja da semana passada, que o acusa de montar um poder paralelo ao Planalto e conspirar contra o governo Dilma Rousseff.
Segundo o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o partido entendeu que não seria necessário apresentar nota de apoio a Dirceu, depois das declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura do congresso, na sexta-feira.
Durante discurso, Lula defendeu o ex-ministro e deu seu aval para a apresentação da moção. A presidente Dilma Rousseff cumprimentou Dirceu em nome de todos os ex-presidentes do PT e foi aplaudida. Dirceu foi ovacionado de pé pela militância, que gritou: “Dirceu guerreiro / Do povo brasileiro”.
Em resposta principalmente à Veja, a resolução política do PT aprovada hoje trouxe dois artigos sobre regulamentação da mídia. Dirceu acusa o repórter Gustavo Ribeiro de tentar invadir o seu quarto no Hotel Naoum, em Brasília. O hotel registrou boletim de ocorrência na 5ª Delegacia de Polícia do DF, cujo delegado-chefe, Laércio Rosseto, comanda o inquérito. O Naoum também acusa a Veja de ter instalado câmera no corredor.
Na resolução, o partido condena a concentração de veículos em grandes grupos, a posse de meios de comunicação por parlamentares, além de apoiar o maior acesso à informação.
“O jornalismo marrom de certos veículos, que às vezes chega a práticas ilegais, deve ser responsabilizado toda vez que falsear os fatos ou distorcer as informações para caluniar, injuriar ou difamar. A inexistência de uma Lei de Imprensa, a não regulamentação dos artigos da Constituição que tratam da propriedade cruzada de meios, o desrespeito aos direitos humanos presente na mídia, o domínio midiático por alguns poucos grupos econômicos tolhem a democracia, silenciam vozes, marginalizam multidões, enfim criam um clima de imposição de uma única versão para o Brasil”, diz o texto aprovado.


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