terça-feira, 6 de setembro de 2011

Hebe pode ter perdido jóias no roubo ao Itaú

Por Flavia Mello


Em ação cinematográfica, quadrilha disfarçada em equipe de manutenção limpa 170 cofres particulares de clientes ricos do Itaú; apresentadora pode ter sido vítima; bandidos passaram 10 horas 'trabalhando'; até comeram sanduíches na área que deveria estar blindada; banco não comenta


Extraido do 247

Um a um, 170 cofres particulares mantidos por clientes milionários da agência do banco Itaú na avenida Paulista, em São Paulo, foram roubados no melhor estilo cinematográfico. Os bandidos passaram nada menos que 10 horas dentro do ambiente que deveria ser uma fortaleza, mas cujo esquema de segurança caiu, aparentemente, sem que eles precisassem fazer um grande esforço. Pelo pouco que se tem como reconstuição até aqui, bastou dominar um segurança para a quadrilha, que usava jalecos cinza para simular uma equipe de manutenção, agir com liberdade no primeiro subsolo da agência. Sabe-se que até sanduíches foram servidos entre os comparsas, como forma de apoiar o trabalho de limpeza da riqueza alheia.
Estima-se que os cofres tinham como conteúdo pequenas fortunas em moedas estrangeiras, jóias valiosas, títulos ao portador e documentos confidenciais. Tudo somado, um butim incalculável, diversificado e difícil de ser rastreado, com liquidez imediata e a prazo. Como é praxe nesse tipo de guarda, os bens ali reunidos não costumam fazer parte de declarações formais de patrimônio, constituido-se em reservas pessoais das quais os clientes não prestam contas nem mesmo aos responsáveis pelo banco. Apenas três clientes registraram queixa formal do roubo. Nos meios artísticos, circula o rumor de que a apresentadora de tevê Hebe Camargo, de notória riqueza, teria perdido algumas de suas jóias mais caras.
Divulgado apenas agora, em reportagem veiculada no domingo pela TV Record, o assalto ainda é cercado de muito mistério. A ação dos bandidos aconteceu entre a noite de 27 de agosto e a madrugada seguinte, até o início da manhã. Foram dez horas de 'trabalho' a partir das 23h50, quando o grupo dominou o vigia e ultrapassou todas as barreiras que deveriam existir até o cofre que guardava as caixas fortes. Na manhã de domingo, bastou, outra vez, render o vigia que iria iniciar o turno para completar o serviço.
A polícia ainda parece confusa pelo verdadeiro baile patrocinado pela quadrilha. Na sexta-feira, à reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a Secretaria de Segurança informou desconhecer a ocorrência do assalto. Mais tarde, com a divulgação da notícia, manifestou estranheza pelo fato de o Deic – Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado – só ter sido comunicado uma semana após o fato. O Banco Itaú não quer comentar a ação. Para a instituição, que tem apoiado suas propagandas nas bandeiras da sustentabilidade, a devassa dos cofres particulares de seus clientes chega a ser humilhante, uma vez que revela uma falha de segurança num setor que, em tese, deveria ser o mais blindado.

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