quarta-feira, 4 de julho de 2012

Ciro acusa Zé Dirceu e seu grupo de intrigar Lula contra o PSB

da Folha.com

O ex-ministro Ciro Gomes acusou, nesta quarta-feira (4), o ex-ministro "José Dirceu e sua banda" de superestimar a disputa entre PT e PSB para levar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva às ruas para sancionar "as maluquices que o PT fez" na costura de alianças.

"Não somos subalternos", reagiu.

Segundo ele, "há uma intriga em curso".

Afirmando que aliados, como o PCdoB e PDT são hoje "um pote até aqui de mágoas", Ciro disse que o PSB não permitirá que o PT o aniquile a exemplo do que faz com os demais aliados.

"Existem grupos de petistas muito maliciosos que não têm nenhum compromisso com o Brasil com a presidente Dilma para intrigar o Lula para ver se ele desequilibra os absurdos que estão fazendo pelo país afora", disse.

"Essa história de que tem ruptura é criação do Zé Dirceu e sua banda para ver se o Lula rói a corda e sanciona o petismo de qualquer natureza, sem qualquer nuance, e delicadeza. As coisas não são assim. Temos dignidade. Somos parceiros. Não somos subalternos, nem vassalos, nem sublegenda. Não vão fazer conosco o que fizeram com o PCdoB e o PDT".

Ao listar as brigas internas do PT, como as manifestações às portas do senador Humberto Costa (PE), chamado de sanguessuga pelos petistas, Ciro ironizou: "Depois somos nós os acusados de deslealdade".

Críticas


Instantes antes de participar de uma reunião da Executiva Nacional do PSB para discutir a situação do partido em Belo Horizonte, o ex-ministro Ciro Gomes (CE) fez duras críticas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), com quem sempre teve uma relação próxima, e ao PT, um aliado nos últimos anos.

Ciro declarou-se decepcionado com o comportamento do tucano nas costuras locais para definir um arco de alianças à Prefeitura de Belo Horizonte --onde PSB e PSDB alijaram o PT de uma aliança que já vigorava há quatro anos. Tratava-se de um caso raro na política, com petistas dividindo com tucanos não só o palanque, mas também o governo.

"Se Aécio tem essa missão histórica [de herdeiro de Tancredo Neves], não pode ficar botando faca no pescoço para cuidar de aliança para vereador", disse Ciro.

Ciro disse que Aécio deveria agir como líder nacional, e não discutir alianças locais. O PT saiu da aliança justamente porque Aécio Neves foi contrário à composição de uma chapa conjunta de vereadores na capital mineira.

Sobre o PT, Ciro Gomes disse que o partido trabalha para "aniquilar" os companheiros, como PDT e PC do B. "O PSB não pode se prestar a esse papel".

Em outro momento fez uma crítica cara ao petismo: disse que a legenda está perdendo interlocução com os movimentos sociais ao tentar se comparar ao PSDB.

Lembrando a campanha de 2010, quando retirou sua pré-candidatura a favor de Dilma, Ciro sugeriu que o PT tivesse o mesmo desprendimento em Belo Horizonte.

"Eu tinha mais intenção de votos que a Dilma em 2010. Mas sacrifiquei a candidatura. Agora, o partido espera que o PT retribua o sacrifício."

O ex-ministro é padrinho político do atual prefeito Márcio Lacerda, que concorrerá à reeleição com apoio do PSDB e, agora, sem o PT. Após o racha, o PT decidiu lançar Patrus Ananias à sucessão local.


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