terça-feira, 3 de julho de 2012

Em Minas Aécio faz política em silêncio. Contra o PT



Uma reviravolta nos últimos dias da semana passada levou ao anúncio, de uma hora para outra, do rompimento da aliança PT-PSB para a reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB). Há manobras e manobras nessa história e elas têm o dedo e a mão toda do senador Aécio Neves (PSDB-MG), apesar de passarem para a imprensa que o PT é o responsável pelo rompimento.

O PT de BH anunciou a candidatura à Prefeitura do vice-prefeito Roberto Carvalho, rompido com Lacerda e defensor da postulação própria. O PT da capital mineira diz ter respaldo da executiva nacional do partido, escreveu em seu twitter a vereadora por BH Neusinha Santos. Fato consumado depois das manobras da dupla Aécio/Márcio de romper o acordo.

Se o prefeito Márcio Lacerda não cumprir o acordo que firmou com o presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, de o PT apoiá-lo agora e ele nos apoiar na eleição a prefeito em 2016, o ex-ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, será o nosso candidato a prefeito naquele ano. E vamos ganhar.

A quem interessa a ruptura? Ao senador Aécio Neves


As manobras que levaram ao rompimento na capital mineira têm um preço salgado. O fim da aliança PT-PSB (responsável pela eleição do Márcio em 2008) em BH, depois de ter ocorrido o mesmo em duas outras capitais, Recife e Fortaleza, põe em risco o acordo nacional entre os dois partidos. Nós nos empenhamos em mantê-la. Não podem acusar o PT de agir em sentido contrário.

A quem interessa isso? Ao senador Aécio Neves que, em sucessivas reuniões e articulações feitas na surdina, vetou a aliança com o PT e o nome do Patrus para vice do Márcio neste pleito em que o prefeito tenta a reeleição. E o fez com mão de gato, sem assumir e sem aparecer, a ponto de a mídia registrar que o rompimento foi obra do PT.

Agora que é candidato a presidente da República em 2014, Aécio não tem mais interesse pela continuidade da aliança PT-PSB e achou mais conveniente rompê-la desde já. Ele não quer que a aliança se mantenha até 2016 com o apoio do Márcio à  eleição do Patrus porque sabe que antes, em 2014, o PT em BH e em toda Minas apoiará à candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Não será nem tinha como ser diferente.

Rompimento em BH põe em risco alainça nacional PT-PSB

Daí o seu intenso rush de sucessivas reuniões e articulações para afastar desde já o PSB do PT em Minas e sacramentar este ano o apoio do futuro prefeito de BH - caso Márcio se reeleja - e do governador tucano Antônio Anastasia à sua candidatura presidencial de 2014.

Para tanto, dizem os mineiros, apesar de os tucanos fazerem parte da chapa pela reeleição do prefeito Márcio Lacerda agora pelo PSB-PSDB, ele articulou o apoio do DEM à candidatura de Délio Malheiros (PV) a prefeito de Belo Horizonte. Dessa forma, opera nos bastidores para enfraquecer Lacerda que, em troca do apoio petista agora, havia prometido apoiar o PT à sua sucessão em 2016.

(Foto: José Cruz/ABr)

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