Lupi voltou a desafiar acusadores a apresentar provas |
Cinco dias depois da publicação de acusações de cobrança de propina de ONGs que possuem convênios com o Ministério do Trabalho e Emprego, o titular da pasta, Carlos Lupi, participa, na manhã desta quinta-feira (10), de audiência na Câmara dos Deputados. Ele compareceu voluntariamente à sessão da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Casa, mesmo sem que um convite formal tenha sido aprovado. Ele voltou a rechaçar as denúncias de corrupção mas pregou punição caso se confirmem irregularidades.
Ele mantém a linha de defesa adotada desde que a revista Veja e o portal IG divulgaram a informação de que três ONGs teriam recebido pedidos de pagamento de propina para ter liberadas verbas de convênios do ministério. O presidente licenciado do PDT repetiu ainda qualificações de "vazias" às acusações, por considerar que não há provas nem indícios claros de que houve pagamentos ilegais, já que as empresas denunciantes não receberam dinheiro do ministério.
"Apareça a prova, apresente-se quem levou dinheiro", desafiou Lupi. "Eu não compactuo com a corrupção. Quero corruptor e corrupto na cadeia", disse. E ainda: "Se alguém fez algo no Ministério do Trabalho é individual e que pague".
Lupi pediu desculpas à presidenta Dilma Rousseff pelo teor das declarações feitas na terça-feira (8), quando disse que só sairia do ministério "à bala". "Eu gosto de fazer o debate, às vezes exagero", admitiu. "Peço desculpas públicas. Presidente Dilma, me desculpe, eu te amo", disse.
A participação de Lupi ainda segue. Em breve, mais informações.
A suspeita divulgada é de que haveria um esquema de cobrança de propina envolvendo convênios com ONGs e a pasta. No sábado (5), Lupi divulgou nota na qual informou o afastamento do assessor especial e coordenador-geral de Qualificação, Anderson Alexandre dos Santos, e o pedido de providências para investigar o caso. Na segunda-feira (7), o ministro desqualificou as organizações ouvidas.
Desde junho, seis ministros do governo Dilma deixaram seus postos – cinco deles após acusações de corrupção envolvendo as pastas por eles comandadas. Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo) e Orlando Dias (Esporte) caíram nesse contexto. Nelson Jobim (Defesa) foi o único a deixar o posto por desgaste político. Uma reforma ministerial é esperada para o início de 2012, em função das eleições municipais e de eventuais insatisfações de Dilma com a condução do governo.
A decisão de ir à Câmara apresentar esclarecimentos sobre as acusações que cercam o ministério segue o roteiro de outros dos acusados, que terminaram por cair. Rossi, Novais e Orlando Silva compareceram diante de deputados, mas acabaram por deixar o governo. Nascimento chegou a agendar sua ida, mas renunciou antes e faltou àudiência.
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