O ex-governador José Serra (PSDB),não tem palavra. Nunca teve. Não seria agora que cumpriria alguma coisa que falou. Depois de ter perdido a disputada á presidência, Serra jurava que estava fora da disputa pela prefeitura de São Paulo. Comunicou sua decisão de forma categórica ao presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), e ao ex-presidente Fernando Henrique. O gesto significava que não abriria mão de se candidatar a presidente da República, mesmo que tenha que migrar para outra legenda....Mas...o jornal Folha de São Paulo, informa nessa terça feira (14), Serra negocia com tucanos condições para ser candidato
O ex-governador José Serra já negocia com o governador Geraldo Alckmin condições para se candidatar a prefeito de São Paulo pelo PSDB.
Serra, que antes dizia não ter interesse em disputar novamente a prefeitura nas eleições deste ano, conversou com Alckmin na semana passada e afirmou que estava reconsiderando sua decisão.
Depois dessa conversa, o ex-vice-governador Alberto Goldman foi ao Palácio dos Bandeirantes para levar a Alckmin as condições de Serra para aceitar entrar no páreo.
O ex-presidenciável tucano quer que o governador mobilize sua tropa para "aparar as arestas" internas com os quatro pré-candidatos inscritos para a prévia do partido, marcada para 4 de março.
Quer, ainda, garantia de que o governador atuará para costurar um consistente arco de alianças que dê suporte à sua postulação.
Tucanos que acompanham as negociações acreditam que a aproximação entre o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o PT foi determinante para que o ex-governador passasse a avaliar a candidatura.
Há pelo menos três semanas, emissários de Alckmin e aliados do próprio Serra tentam persuadi-lo a ser o candidato do PSDB.
A avaliação no entorno de Alckmin é que a decisão de Serra tem de ser rápida, porque a realização das prévias levaria a um fato consumado, que seria difícil reverter sem desmoralizar o partido.
Um dos argumentos usados para convencer o ex-presidenciável a reavaliar a candidatura foi que o maior derrotado de uma eventual aliança entre Kassab -sucessor do tucano na prefeitura- e o PT seria o próprio Serra.
Além disso, a saída do PSD da órbita dos tucanos seria um revés importante para as pretensões que Serra ainda alimenta para a eleição presidencial de 2014.
Enquanto trabalhava para convencer Serra, Alckmin passou a atuar para garantir um arco de alianças que sustentasse outra candidatura tucana menos robusta.
Na quinta-feira, por exemplo, será anunciada a entrada do PDT no governo.
O deputado Paulinho da Força, presidente do PDT paulista e que tem se apresentado como pré-candidato, passou a não descartar apoio ao PSDB no primeiro turno.
O PSB também negocia com os tucanos, a partir da promessa de apoio do PSDB ao seu candidato em Campinas, Jonas Donizette.
Serra e Alckmin atuaram para que o PSDB desistisse de ter candidato na cidade.
A eventual reviravolta no PSDB paralisaria as negociações entre Kassab e o pré-candidato do PT, Fernando Haddad, que ganhavam corpo.
O prefeito tem reiterado que não teria como não apoiar Serra, de quem herdou a prefeitura, caso ele se candidatasse. Kassab vê a segunda semana de março como prazo-limite para que Serra tome uma decisão.
O maior entrave a um consenso pela candidatura de Serra são os quatro pré-candidatos tucanos -Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo Trípoli.
Desses, os mais resistentes a abrir mão das prévias seriam Aníbal e Trípoli. Para dissuadi-los, aliados de Serra avaliam que seria necessária ação direta de Alckmin.
Isso levaria para o governador, dizem os céticos quanto à possibilidade de acordo, o ônus de ter tratorado o partido no momento em que o processo já foi deflagrado.
Alckmin, no entanto, deu garantias de que está disposto a comandar a operação, por acreditar que Serra é, hoje, o nome mais competitivo para vencer as eleições.
Nenhum comentário:
Postar um comentário