quinta-feira, 30 de junho de 2011

Com nova falha de Ceni, São Paulo perde do Bota e deixa liderança

Por Everton Araújo
Eq. Fatos e versões
 
Quando o São Paulo parecia ter se recuperado em campo da goleada sofrida diante do Corinthians, Rogério Ceni falhou. E deu início à segunda derrota seguida do São Paulo, desta vez por 2 a 0, para o Botafogo, no Morumbi, que custou a liderança do Campeonato Brasileiro.
Aos 36 minutos do primeiro tempo, o goleiro do Tricolor aceitou um chute fraco de Elkeson, que abriu o placar na fria noite desta quarta-feira. Aos sete minutos da etapa final, coube ao jovem zagueiro Luiz Eduardo cometendo em Maicosuel um pênalti que Herrera converteu para definir o marcador.
Sob intensas vaias e gritos de burro para Paulo César Carpegiani, o São Paulo termina a sétima rodada estacionado nos 15 pontos conquistados com cinco vitórias nos primeiros jogos. Já os cariocas reforçam sua posição dentro da zona de classificação para a Libertadores, de olho na ponta, agora ocupada pelo Corinthians.
 
O jogo - Quando o sistema de som anunciou a escalação do São Paulo, a esperança era de que o intensamente vaiado Paulo César Carpegiani tinha achado como solução à goleada sofrida no domingo, contra o Corinthians, um time mais solto na frente, com Ilsinho, Marlos e Fernandinho se mexendo com o também pouco paralisado Willian José como referência. Tudo isso sem a inexperiência de Rodrigo Caio na cabeça de área.
O treinador que sofre críticas por inventar demais, porém, justificou as contestações nesta quarta-feira. Em vez de dar mobilidade na frente, escalou Ilsinho como lateral direito, posição que o jogador não executa há muito tempo, e pôs Jean ao lado de Rodrigo Souto para proteger Xandão e Luiz Eduardo. Na prática, deu um presente ao Botafogo.
Toda a leveza e toque de bola esperados do lado do Tricolor nem puderam ser vistos. Com cinco homes no meio-campo, o time carioca logo percebeu que não precisava se retrair e usou a superioridade no setor para abrir seu jogo, aproveitando-se da confusa marcação dos laterais Ilsinho e Juan.
Por quase 25 minutos, os alvinegros chegaram a deixar o anfitrião com seus 11 atletas atrás do meio-campo, trocando passes com tranquilidade. Herrera, solto na frente e centralizado entre Xandão e Luiz Eduardo, criou três oportunidades de abrir o placar, mas ambas pararam nas mãos de Rogério Ceni. O goleiro foi pelo menos duas vezes ao banco para discutir o posicionamento do time com Carpegiani.
O São Paulo, então, resolveu deixar para trás o baque ainda existente pela goleada. Ilsinho cansou de se preocupar tanto e em vão na proteção da lateral direita e passou a carregar a bola até o ataque. Mesmo sem muitos acertos, o camisa 77 acabou incentivando os colegas, chamando Casemiro, Marlos e Fernandinho para a partida.
Com o quarteto imaginado pelo torcedor para ficar na frente, os donos da casa fizeram valer sua condição. Casemiro se posicionou no meio-campo como o armador que a equipe não tinha em campo e tinha Marlos e Fernandinho sempre como opções em busca do ainda escondido Willian José.
O domínio dos anfitriões estava tão claro que o Botafogo já deixava somente Herrera em seu campo de ataque. O São Paulo até chegou a balançar as redes, aos 29 minutos, quando jogada puxada por Marlos passou por Fernandinho que cruzou para Casemiro, sem marcação, empurrar para as redes em posição de impedimento.
Parecia que o Tricolor estava finalmente reerguido. Até que o seu maior ídolo falhou. Aos 36 minutos, Elkeson dominou no bico esquerdo da grande área são-paulina e chutou sem força. Nem o meia do Botafogo nem o próprio Rogério Ceni acreditou quando o goleiro foi com a mão mole e deixou a bola entrar.
Toda a evolução do São Paulo na partida se perdeu com o segundo gol seguido nascido por erro de seu capitão. A bola de novo estava por muito mais tempo nos pés do Botafogo, em supremacia que continuou mesmo depois do intervalo. Sem Rivaldo que tanto pediu, a torcida ainda viu Luiz Eduardo cometer pênalti em Maicosuel aos sete minutos. Herrera converteu, ampliando no placar a superioridade carioca.
Carpegiani, enfim, atendeu à torcida e colocou Rivaldo ao lado de Henrique nos lugares de Ilsinho e Fernandinho. Mas o time não ganhou nada além que alguns lançamentos que nem levaram perigo ao goleiro Renan. O Botafogo levou susto só em jogada individual de Marlos, um chute de Rivaldo e uma cobrança de falta de Rogério Ceni.
Com 2 a 0 a favor, a equipe carioca já não precisava de muito. Posicionou-se com dez jogadores atrás do meio-campo, sem tanto ímpeto para buscar a bola. Bastava assistir ao intensamente nervoso São Paulo tocá-la sem saber o que fazer e, rapidamente, entregá-la no pé de um adversário. Foram quase 40 minutos de frio e raiva para os são-paulinos e de sorriso antecipado e até gritando "olé" para os botafoguenses, à espera do final de um jogo já decidido.



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