segunda-feira, 27 de junho de 2011

Parada Gay leva 4 milhões para a Paulista

Por Rodrigo Cavalcante
Eq. Fatos e Versões


Rivaldo Gomes/Folhapress
Parada Gay leva 4 milhões de pessoas para a avenida Paulista
Parada Gay leva 4 milhões de pessoas para a avenida Paulista
A 15ª edição da Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), realizada neste domingo (26) em São Paulo, levou cerca de 4 milhões de pessoas para a avenida Paulista, região central, segundo estimativas da organização.

A parada deste ano teve como tema a frase "Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia" e ganhou um aspecto comemorativo depois que o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu a validade da união estável homoafetiva no Brasil
A festa começou por volta das 13h30 com uma valsa dançada em frente ao Masp, que logo se transformou em música eletrônica e deu início ao desfile de uma sequência de 16 trios elétricos que animaram a multidão fantasiada e colorida que chegava.
O último trio passou por volta das 18h30 na praça Roosevelt, levando uma mensagem da organização para os participantes: "Pecado é ser intolerante! Contra a homofobia, a luta é todo dia!".
PARADA
A Parada Gay de São Paulo é considerada a maior do mundo. A passeata teve início após discursos da senadora Marta Suplicy (PT-SP) e do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ).
O evento é muito mais heterogêneo do que o nome sugere. Ao lado de drag queens com perucas gigantes e transsexuais de seios expostos se encontram pais com filhos pequenos, casais de namorados heterossexuais e idosos.
"É um dia gostoso para se divertir com a mistura de raças e sexo", afirmou a auxiliar administrativa Ana Carolina Oliveira, 34, ao lado do filho de três anos e da filha de 15. Esse é o quinto ano que ela participa do evento.
O casal de empresários Bete Paiva, 48, e Roger Camargo, 55, também marcaram presença e destacaram a importância da luta contra o preconceito. "Vamos até o final. A chuva não desanima" disse ele. "A gente vem dar apoio contra qualquer tipo de preconceito", afirmou Bete.
Até mesmo grupos normalmente associados a atitudes homofóbicas demonstraram seu apoio.
Integrantes da Igreja Cristã Evangelho para Todos distribuíam panfletos com a frase: "Para Deus somos todos iguais. Amor não é pecado".
Um grupo de punks e skinheads, chamados Ação Antifascista, também participou da Parada Gay. Cerca de 40 integrantes apareceram na Paulista com uma faixa dizendo "punks e skinheads contra a homofobia".
Mas o show é mesmo dos LGBT's. Com roupas e fantasias confeccionadas especialmente para o evento, travestis, gays, lésbicas, bissexuais e transformistas ignoraram a chuva que caía e dançaram ao som de clássicos como "It's Raining Man" e hits da artista-fetiche do mundo gay, Lady Gaga.
O grande sucesso foi o estilo moicano Neymar. Eram muitos os gays que usavam o cabelo espetado, tingido nas pontas. "Foi o Neymar quem copiou os gays, e não nós que copiamos ele", disse o cabeleireiro Gustavo Cley, 19.
COMÉRCIO
Apesar da proibição da prefeitura da circulação dos vendedores ambulantes durante a Parada Gay, eles invadiram a avenida Paulista e comercializaram desde bebidas até chocolates em formato de pênis e tiaras de diabinho.

Fonte: Folha Online

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