Se fosse comercial dos produtos das Organizações Tabajara, do extinto programa Casseta e Planeta, poderia ser assim: "Você já completou 18 anos e gostaria de disputar um cargo político? Acabaram os seus problemas".
Reprovado nas ruas, Indio da Costa pode sofrer suspeitas de ter faltado ao próprio curso,
não ter feito dever de casa... (Foto: Brizza Cavalcanti/Agência Câmara - arquivo)
|
Mas é sério. Segundo o jornal O Dia, os maiores de idade alfabetizados – entenda-se: que sabem escrever o próprio nome – estão aptos a se inscrever no curso "Seja um vereador", idealizado pelo ex-deputado federal, ex-genro de Salvatore Cacciola, e candidato derrotado a vice-presidente da República na chapa de José Serra (PSDB) em 2010, Indio da Costa.
Ele é coordenador para o Rio de Janeiro do Partido Social Democrata (PSD), legenda ainda em fase de organização, articulada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab – ambos são oriundos do DEM. Indio garante: não é milagre nem tecnologia, mas basta uma aula de três horas, a módicos R$ 10, para o aluno aprender a angariar votos e se eleger.Candidato da frente derrotada na eleição que consagrou Dilma Rousseff como presidenta e enfraquecido dentro do DEM do Rio de Janeiro, o currículo recente pode não facilitar na hora de atrair candidatos. A julgar pela forma como ele tem manobrado, alguém pode achar que Indio faltou na sua própria escolinha, não fez dever de casa... Pelo menos em 2010, ele foi reprovado nas urnas.
O valor é explicado como "simbólico". Indio nega ainda que o objetivo seja cooptar candidatos a ingressar no PSD quando o partido estiver estruturado e legalizado. Mas lembra que, completadas as três horas de curso, quem quiser se filiar será bem-vindo.
Todos os interessados, com qualquer nível de escolaridade, podem começar a sonhar com a vida pública.
Sem aula sobre...
O histórico de Indio mostra que o ex-deputado tem algumas restrições de conteúdos a lecionar. Sobre beber e dirigir e dirigir, por exemplo, vale lembrar que ele chegou a ter a carteira de motorista apreendida em junho ao se recusar a fazer o teste do bafômetro em uma blitz da Lei Seca no Leblon, na zona sul do Rio. Ele alegou que tinha bebido vinho na hora do almoço e não sabia se o consumo seria detectado no bafômetro. Apesar de temer o resultado, ele não temeu os efeitos do álcool na hora de assumir a condução do carro.Indio também pode encontrar problemas para oferecer merenda escolar a sua turma. Quando era secretário da administração municipal, ele foi um dos protagonistas de um escândalo com o fornecimento de alimentação no Rio de Janeiro. À época, falava-se em prejuízo de R$ 11 milhões para os cofres públicos, segundo relatora do processo na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB). O relatório ainda consta na página da vereadora na internet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário