sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Collor quer impeachment de jornalistas: “São analfabetos funcionais"”


O velho Fernando Collor de Mello continua o mesmo. O senador do PTB de Alagoas, mais uma vez, deu mostras de sua truculência e intolerância com a imprensa, durante a votação, nesta quarta-feira (30), da PEC 33, que estabelece a exigência de diploma para o exercício do jornalismo.

Ao manifestar seu voto, o ex-presidente começou argumentando que a PEC impede a "total liberdade da expressão" da sociedade. O senador também criticou os cursos de jornalismo, que estariam formando "analfabetos funcionais" profissionais que não conhecem a Língua Portuguesa, nem cumprem as regras básicas do jornalismo, como apurar bem uma notícia.

É lógico que o tom do breve voto de Collor foi marcado pelo rancor, voz alterada e os olhos esbugalhados de sempre. Ele começa com uma tese tresloucada, chamando a atenção para o "risco" da PEC 33 ser o "embrião" do projeto de controle dos veículos de comunicação, mas termina se rendendo mesmo ao seu desabafo pessoal contra a imprensa de um modo geral.

Leia, abaixo, a íntegra do pronunciamento do ex-presidente cassado por corrupção e que sempre teve na imprensa tricheiras de combate ao seu governo sob a sombra de PC Farias e outros mafiosos ocultos:

"Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores. Faço parte de uma família que, pela quarta geração, tem jornalistas. Disso muito me honro, e eu próprio sou jornalista.

A despeito do bom trabalho realizado, do esforçado trabalho do Senador Valadares, essa emenda nº 1 – talvez o Senador Valadares não tenha se apercebido disso –, é, em primeiro lugar, a semente, o embrião para aquilo que começa a se tentar construir no País, que é o controle social dos meios de comunicação. Contra isso temos de nos insurgir. Não podemos permitir que essa emenda venha a ser a gênese do controle social dos meios de comunicação que, no nosso entender e de muitos companheiros aqui do Senado da República, têm de ter a total liberdade para exprimir a sua opinião, exprimir o seu sentimento e refletir nas suas páginas o que ouvem nas ruas, o que escutam nas esquinas.

É bem verdade também que, além disso, esses cursos de jornalismo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nos últimos anos, nada mais têm feito do que formar jornalistas analfabetos, analfabetos funcionais, que além de não saberem português, não conhecerem o vernáculo, não cumprem as regras mínimas exigidas pelo bom jornalismo, a começar por saberem apurar a notícia, pois não apuram. Eles estão aprendendo nessas universidades aquilo que nós outros jornalistas, que não tivemos que passar por esses bancos universitários para exercermos livremente a nossa profissão, aprendemos no dia a dia e na labuta das redações.

Querer exigir esse diploma é a mesma coisa que querer exigir diploma para que os fotógrafos jornalísticos, os fotógrafos que trabalham em jornais e em outros veículos de comunicação também tenham esse diploma. E fotografia, como a grafia, é uma arte, é uma arte que não pode ser aprisionada pela exigência de qualquer tipo de diploma, nem de qualquer tipo de curso que venha se impor. Mas, fundamentalmente, além da criação desses cursos que geraram muitos analfabetos que pululam nas redações desses hebdomadários que andam por aí, Sr. Presidente.

Mais importante do que a presença desses analfabetos, muito mais importante é que essa emenda constitui-se no embrião daquilo que será, em algum momento, se nós daqui do Senado não tomarmos conta e cuidado, o controle social dos meios de comunicação, o que é um atentado aos princípios e aos fundamentos democráticos brasileiros".  

As informações são do PB Agora

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