
Doze pessoas foram presas acusadas de participar do esquema, entre elas Alcides Fernandes Barbosa, que tem escritório no mesmo endereço de Tavolaro, em São Paulo. A suposta fraude ocorreu em 2009 e 2010 quando Tavolaro já era procurador-geral.
A Justiça ainda determinou bloqueio de bens de Barbosa.
Para o Ministério Público, Barbosa fez “sociedade oculta com Tavolaro”. O procurador do município teria participado da elaboração do projeto que permitiu ao Denatran de Natal abrir uma licitação direcionada para a inspeção de veículos no estado, ao mesmo tempo em que teria auxiliado empresas a participar da concorrência.
Na denúncia de 189 páginas, Luiz Tavolaro é citado 17 vezes.
Tavolaro pode ser denunciado por formação de quadrilha e corrupção, de acordo com a assessoria de imprensa do MP do Rio Grande do Norte. A Justiça também pode decretar apreensão de material eu seu escritório em São Paulo.
A investigação do Ministério Público durou nove meses. A Justiça autorizou escutas telefônicas e quebra de sigilo de e-mails, e Tavolaro é citado em alguns deles. “Foram feitas adequações, mas todas combinadas com Tavolaro”, consta em e-mail de George Olímpio, acusado de encabeçar a quadrilha. Olímpio teve prisão preventiva decretada na semana passada.
Diante as acusações, o procurador-geral se diz inocente. Provar inocência. Este ó único objetivo do procurador-geral de Rio Preto, Luiz Tavolaro.Ele nega ter participado neste esquema milionário e diz também desconhecer a maioria das 25 pessoas acusadas.
Provar inocência. Este ó único objetivo do procurador-geral de Rio Preto, Luiz Tavolaro. Acusado de participar de suposta fraude de licitação bilionária no Rio Grande Norte, Tavolaro já colocou o cargo a disposição do prefeito e agora quer se justificar.
Confira abaixo a entrevista exclusiva ao Bom dia.
BOM DIA: O senhor pretende conversar com o prefeito na segunda-feira?
Luiz Tavolaro: Quero conversar com ele hoje [domingo] e pessoalmente apresentar minha defesa na segunda ou terça-feira. Eu quero ter oportunidade de me defender e provar inocência. Não participei de esquema, não conheço pessoas envolvidas, não sou réu em ação nenhuma, não desviei dinheiro. Fui até Natal para reunir documentos e me defender. Vou dar uma entrevista coletiva para mostrar todos documentos. Estou em São Paulo.
Luiz Tavolaro: Quero conversar com ele hoje [domingo] e pessoalmente apresentar minha defesa na segunda ou terça-feira. Eu quero ter oportunidade de me defender e provar inocência. Não participei de esquema, não conheço pessoas envolvidas, não sou réu em ação nenhuma, não desviei dinheiro. Fui até Natal para reunir documentos e me defender. Vou dar uma entrevista coletiva para mostrar todos documentos. Estou em São Paulo.
BOM DIA: Enquanto for se defender o senhor permanece no cargo?
Tavolaro: Não sei. Isso é o prefeito que decide o cargo pertence ao prefeito, não a mim. Estou absolutamente à vontade. O cargo é dele. Ele faz o que ele quiser. Ele me põe, ele me tira.
BOM DIA: Diante do que o senhor disse, porque o senhor acha que o Ministério Público o colocou com tamanha convicção que sem o senhor não teria a fraude? O acusam de participar do edital, da licitação.
Tavolaro: Estou tentando entender. Não acho que tenha sido tão fundamental assim. Eu não combinei nada com ninguém. Não acho que tenha sido fundamental, absolutamente.
Tavolaro: Estou tentando entender. Não acho que tenha sido tão fundamental assim. Eu não combinei nada com ninguém. Não acho que tenha sido fundamental, absolutamente.
BOM DIA: Para quem o senhor deu consultoria?
Tavolaro: Eu vou explicar tudo isso na segunda ou terça-feira. Estou levantando tudo. Dei orientação faz mais de um ano não me lembro exatamente. Fui ao Rio do Grande do Norte. Se necessário volto, vou me apresentar à Justiça de lá. Não estou fugindo de ninguém. Se tiver de prestar esclarecimentos ao Sérgio Clementino estou absolutamente à vontade. Tenho muito respeito pelo Clementino.
BOM DIA: O Ministério Público afirma que o senhor tem sociedade com Alcides [preso na quinta-feira em São Paulo].
Tavolaro: Não sou sócio. Não tenho sociedade. Vou esclarecer tudo. Não sou sócio. Eu assustei, tem valores de R$ 35 milhões. Não sei disso, não conheço esquema. A maioria dos nomes que estão lá eu não conheço. Não conheço ex-governador.
BOM DIA: O senhor conhece João Faustino [ex-assessor da Casa Civil de São Paulo, que foi preso em Natal]?
Tavolaro: O João Faustino eu conheci da Casa Civil, que ia ao Palácio [dos Bandeirantes]. Mas eu só vi o João Faustino algumas vezes, só, que ele assessor do Aloysio [Nunes Ferreira, senador]. Não tenho contato com ele, não sou amigo dele. Não queria me estender, já disse o essencial.
Com informações de Vinícios Marques - Bom dia Rio Preto