terça-feira, 29 de novembro de 2011

Em entrevista, o procurador-geral de Rio Preto acusado de participar de fraude em licitação no RN se diz inocente e nega ser amigo de João Faustino

Por Franco Ahmad


O procurador-geral de Rio Preto, Luiz Tavolaro (esq.), foi denunciado por suposta fraude em contrato de inspeção veicular no Rio Grande do Norte. Tavolaro, que está na prefeitura desde início do mandato do prefeito Valdomiro Lopes (PSB), em 2009, é acusado pelo Ministério Público do RN de participar de “quadrilha” em esquema que poderia movimentar R$ 1 bilhão em 20 anos. 

Doze pessoas foram presas acusadas de participar  do esquema, entre elas Alcides Fernandes Barbosa, que tem escritório no mesmo endereço de Tavolaro, em São Paulo. A suposta fraude ocorreu  em 2009 e 2010 quando Tavolaro já era procurador-geral.


A Justiça ainda determinou bloqueio de bens de Barbosa. 

Para o Ministério Público, Barbosa fez “sociedade oculta com Tavolaro”. O procurador do município teria participado da elaboração do projeto que permitiu ao Denatran de Natal abrir  uma licitação direcionada para a inspeção de veículos no estado, ao mesmo tempo em que teria auxiliado empresas a participar da concorrência.

Na denúncia de 189 páginas, Luiz Tavolaro é citado 17 vezes. 

Tavolaro pode ser denunciado por formação de quadrilha e corrupção, de acordo com a assessoria de imprensa do MP do Rio Grande do Norte. A Justiça também pode decretar apreensão de material eu seu escritório em São Paulo.

A investigação do Ministério Público durou nove meses. A Justiça autorizou escutas telefônicas e quebra de sigilo de e-mails, e Tavolaro é citado em alguns deles. “Foram feitas adequações, mas todas combinadas com Tavolaro”, consta em e-mail de George Olímpio, acusado de encabeçar a quadrilha. Olímpio teve prisão preventiva decretada na semana passada.

Diante as acusações, o procurador-geral se diz inocente. Provar inocência. Este ó único objetivo do procurador-geral de Rio Preto, Luiz Tavolaro.Ele nega ter participado neste esquema milionário e diz também desconhecer a maioria das 25 pessoas acusadas.

Provar inocência. Este ó único objetivo do procurador-geral de Rio Preto, Luiz Tavolaro. Acusado de participar de suposta  fraude de licitação bilionária no Rio Grande  Norte, Tavolaro já colocou o cargo a disposição do prefeito e agora quer se justificar. 

Confira abaixo a entrevista exclusiva ao Bom dia.

BOM DIA: O senhor pretende conversar com o prefeito na segunda-feira?
Luiz Tavolaro: Quero conversar com ele hoje [domingo] e pessoalmente apresentar minha defesa na segunda ou terça-feira. Eu quero ter oportunidade de me defender e provar inocência. Não participei de esquema, não conheço pessoas envolvidas, não sou réu em ação nenhuma, não desviei dinheiro. Fui até  Natal para reunir documentos e me defender.  Vou dar uma entrevista coletiva para mostrar todos documentos. Estou em São Paulo.

BOM DIA: Enquanto for se defender o senhor permanece no cargo?
Tavolaro: Não sei. Isso é o prefeito que decide o cargo pertence ao prefeito, não a mim. Estou absolutamente à vontade. O cargo é dele. Ele faz o que ele quiser. Ele me põe, ele me tira. 

BOM DIA: Diante do que o senhor disse, porque o senhor acha que o Ministério Público o colocou com tamanha convicção que sem o senhor não teria a fraude? O acusam de participar do edital, da licitação.
Tavolaro: Estou tentando entender. Não acho que tenha sido tão fundamental assim. Eu não combinei nada com ninguém. Não acho que tenha sido fundamental, absolutamente.

BOM DIA: Para quem o senhor deu consultoria?
Tavolaro: Eu vou explicar tudo isso na segunda ou terça-feira. Estou levantando tudo. Dei orientação faz mais de um ano não me lembro exatamente. Fui ao Rio do Grande do Norte. Se necessário volto, vou me apresentar à Justiça de lá. Não estou fugindo de ninguém. Se tiver de prestar esclarecimentos ao Sérgio Clementino estou absolutamente à vontade. Tenho muito respeito pelo Clementino.
 
BOM DIA: O Ministério Público afirma que o senhor tem sociedade com Alcides [preso na quinta-feira em São Paulo].
Tavolaro: Não sou sócio. Não tenho sociedade. Vou esclarecer tudo. Não sou sócio. Eu assustei, tem valores de R$ 35 milhões. Não sei disso, não conheço esquema. A maioria dos nomes que estão lá eu não conheço. Não conheço ex-governador.

BOM DIA: O senhor conhece João Faustino [ex-assessor da Casa Civil de São Paulo, que foi preso em Natal]?
Tavolaro: O João Faustino eu conheci da Casa Civil, que ia ao Palácio [dos Bandeirantes]. Mas eu só vi o João Faustino algumas vezes, só, que ele assessor do Aloysio [Nunes Ferreira, senador]. Não tenho contato com ele, não sou amigo dele. Não queria me estender, já disse o essencial.

Com informações de Vinícios Marques - Bom dia Rio Preto


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