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O pastor da Assembleia de Deus, Silas Malafaia, chamou a jornalista Eliane Brum de "vagabunda", em entrevista ao The New York Times, publicada na última sexta-feira (25).
Ele ofendeu Eliane em razão de um artigo no site de Época, em que a jornalista abordou a intolerância com pessoas ateístas por parte dos adeptos às "novas fés", referindo-se ao crescente número de fiéis às igrejas evangélicas, "em uma disputa cada vez mais agressiva por fatias no mercado entre as grandes igrejas".
Na entrevista ao NYT, que aconteceu em Fortaleza (CE), o líder evangélico insultou Eliane e disse que os "comunistas ateístas" na ex-União Soviética, Camboja e Vietnã foram responsáveis por "mais mortes" do que "qualquer guerra produzida por questões religiosas".
O artigo de Simon Romero, que menciona reportagens publicadas nas revistas Época e Piauí sobre o "personagem", fala da figura controversa e influente, religiosa e política do pastor dentro do contexto de crescimento das fés pentacostais e das igrejas que constroem "impérios" no País.
Malafaia se considera o "inimigo número um do movimento gay" e ataca as leis que visam a descriminalizar o aborto e as drogas.
Eliane respondeu à ofensa, com uma nota publicada nesta segunda-feira (28), junto com a coluna "Nossa Sociedade", na Época:
"Em minha coluna de 14/11, intitulada 'A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico', escrevi sobre o crescimento da intolerância religiosa na vida cotidiana brasileira, com a multiplicação das novas igrejas pentecostais nas últimas décadas. Indagado sobre o meu artigo em uma entrevista ao jornal The New York Times, o pastor Silas Malafaia me chamou de 'tramp'. A palavra de língua inglesa significa 'vagabunda'. A afirmação do pastor é autoexplicativa: ao atacar minha honra por discordar de minhas ideias, ele proporciona a maior prova do acerto e da relevância do meu artigo."
Malafaia se considera o "inimigo número um do movimento gay" e ataca as leis que visam a descriminalizar o aborto e as drogas.
Eliane respondeu à ofensa, com uma nota publicada nesta segunda-feira (28), junto com a coluna "Nossa Sociedade", na Época:
"Em minha coluna de 14/11, intitulada 'A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico', escrevi sobre o crescimento da intolerância religiosa na vida cotidiana brasileira, com a multiplicação das novas igrejas pentecostais nas últimas décadas. Indagado sobre o meu artigo em uma entrevista ao jornal The New York Times, o pastor Silas Malafaia me chamou de 'tramp'. A palavra de língua inglesa significa 'vagabunda'. A afirmação do pastor é autoexplicativa: ao atacar minha honra por discordar de minhas ideias, ele proporciona a maior prova do acerto e da relevância do meu artigo."
Atualizado em 29/11 às 14:54
Após a repercussão da entrevista ao The New York Times, na qual chamou Eliane Brum de "vagabunda", o pastor evangélico Silas Malafaia pediu desculpas à jornalista por meio de seu perfil no Twitter, afirmando ter sido um "mal-entendido".
O pastor disse que utilizou uma palavra "inapropriada" para se referir ao tipo de artigo que a jornalista escreveu, mas que não se referia ao caráter de Eliane. "Na verdade, mencionei a palavra 'vagabunda' para qualificar o caráter do artigo escrito por ela, o qual era preconceituoso. De forma nenhuma me referi ao caráter da jornalista".
Ele disse que "errar é humano" e que enviou um e-mail à Eliane. "Após o mal-entendido, enviei um e-mail para Eliane Brum, esclarecendo o fato e pedindo as devidas desculpas", escreveu, no microblog.
Malafaia lamentou a repercussão negativa da entrevista de quase uma página no periódico norte-americano. "Algo raríssimo de acontecer com um brasileiro; a mídia se focou apenas em uma palavra", reclamou. "É só isso que se pode aproveitar dessa reportagem?".
Ah Tá...
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