quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Alô Tucanos! Ministério Público investiga lotação no metrô de SP

 Promotor de justiça Saad Mazloum pretende saber da companhia responsável as medidas que estão sendo adotadas contra a precária prestação do serviço


Foto: PAULO PINTO/AGÊNCIA ESTADO

por Fernando Porfírio no Brasil 247

 O Ministério Público abriu inquérito civil para apurar a superlotação nas linhas do metrô, entre elas a linhas Amarela e Verde. A investigação foi instaurada pelo promotor de justiça Saad Mazloum. Ele pretende saber da companhia as medidas que estão sendo adotadas contra a precária prestação do serviço e apurar eventual omissão por parte dos diretores da estatal.

O MP apurou que nos últimos meses passageiros da Linha 2 - Verde têm cada vez menos conforto e se espremem nos trens. A linha que serve a Avenida Paulista já tem 6,5 passageiros de pé por metro quadrado em horário de pico, superando o nível máximo de desconforto adotado internacionalmente, que é de seis passageiros.

A companhia do metrô se defende alegando que o número de usuários do transporte nos dias úteis cresceu de 2,4 milhões em abril de 2004 para 3,7 milhões em abril deste ano. Ainda de acordo com o metrô esse crescimento é resultado da qualidade do transporte, da inauguração de novas linhas e estações, da aceitação do bilhete único e do aquecimento da economia na região metropolitana.

O quadro mais crítico é o da Linha 3 – Vermelha, que nos horários de pico chega a apresentar demanda superior a 10 passageiros por metro quadrado. Com isso cresce o número de reclamações e representações que chegam semanalmente na Promotoria.

Em documento de nove páginas enviado à Promotoria, o metrô informou que está em instalação nas linhas Verde, Azul e Vermelha o CBTC, sistema que permite reduzir o intervalo entre composições, ampliando a capacidade de transporte. A expectativa é de aumentar a oferta de lugares.

O promotor de justiça Saad Mazloum reconheceu que o sistema de transporte deve se estender por toda a cidade, de forma capilar, com linhas alimentares como as do metrô e três e linhas complementares como corredores de ônibus.

Ainda de acordo com Mazloum, a falta de eficiência e a péssima qualidade do transporte de ônibus tem como efeito a migração de passageiros para as linhas do metropolitano de São Paulo, sobrecarregando esse sistema de transporte, mas destaca que esse fato não afasta da responsabilidade do metrô de adotar providência para melhorar a qualidade do serviço oferecido aos usuários.


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