Por Altamiro
Borges, no seu Blog
José Serra e Aécio Neves, que vivem se bicando no
ninho tucano, resolveram se unir para bombardear o PT no quesito política de
alianças. No bojo da crise gerada pelo apoio de Paulo Maluf a Fernando Haddad,
que resultou na desistência de Luiza Erundina de ser vice na chapa petista, os
dois criticaram as alianças “qualquer preço”. Ambos, porém, não tem moral para tratar
do assunto.
A choradeira dos "traídos"
O candidato do PSDB à prefeitura paulistana se
fingiu de puro. “Não vale tudo para aumentar isso [o tempo no horário eleitoral
de rádio e televisão]”, cutucou Serra. Ele só não disse que tentou até o último
minuto o apoio do PP à sua candidatura e que, irritadiço, culpou o governador
Geraldo Alckmin, “mui amigo”, pela fuga do potencial aliado.
Já o combalido presidenciável tucano afirmou que a
aliança com Maluf “desconstrói o discurso da faxina do governo Dilma”. Para o
senador mineiro, o episódio mostra que o discurso do PT “não é coerente com a
prática”. Puro cinismo! Aécio Neves é famoso por seu pragmatismo sem
princípios. É só lembrar o favor prestado ao ex-demo Demóstenes Torres num
cargo em Minas Gerais.
A vingança dos tucanos e da mídia
Na prática, o PSDB se sente traído por Maluf. O PP
já havia abocanhado um cargo graúdo no governo de São Paulo, no comando da
bilionária Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Na semana
passada, a legenda também conseguiu finalmente nomear Osvaldo Garcia para a
Secretaria de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, já comandado pelo
PP.
Conhecido por seu pragmatismo e fisiologismo, Paulo
Maluf decidiu, então, apoiar Fernando Haddad. Agora, os tucanos “traídos”
partem para a vingança. Segundo a Folha, o governador Geraldo Alckmin já
decidiu demitir Antonio Carlos Amaral da CDHU. O relato do jornal tucano sobre
a demissão revela bem a "pureza" do PSDB e o cinismo de Serra e
Aécio:
“A troca passou a ser pregada por
aliados do governador no Palácio dos Bandeirantes há dois dias, depois que
Maluf oficializou o apoio do PP a Fernando Haddad (PT), adversário de José
Serra (PSDB) na eleição municipal. A estatal paulista está sob controle de um
afilhado político de Maluf desde o ano passado. Com isso, Alckmin atraiu o
pepista para a órbita dos tucanos”.
Mas o plano eleitoral dos tucanos não deu certo e
Maluf, agora visto como “não confiável”, bandeou-se para o lado petista. Serra,
Aécio e a mídia demotucana estão irritados contra o pragmático líder do PP. O
mundo realmente dá muitas voltas!
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