POR MARINA DIAS - O presidente estadual do PP em São Paulo, deputado
federal Paulo Maluf, anunciou no início da tarde desta segunda-feira (18) o
apoio oficial de seu partido à candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura da
capital paulista.
Enquanto petistas comemoram a aliança, que trará 1 minuto e
35 segundos a mais ao programa eleitoral gratuito do PT, o tucano José Serra
culpa Geraldo Alckmin por ter, nas palavras de interlocutores, "deixado
Maluf escapar".
Segundo aliados, que pedem reserva quanto a seus
nomes, Serra está "muito irritado" com o governador, que havia
garantido o apoio do PP à candidatura tucana. "Serra acha que Alckmin
acertou com Maluf para 2014 e não se esforçou muito, digamos assim, para este
ano", explica um cardeal do PSDB. "Ele (Serra) acredita que Alckmin
deixou Maluf escapar, não segurou o PSB, e ainda teve a história do PR… o PR
foi Kassab que trouxe", completa.
O grupo paulista do PP estava muito próximo de
fechar com Serra, já que integra a base de Alckmin. Essas negociações, porém,
começaram a azedar nas últimas semanas, depois que o governador se recusou a
ceder a Secretaria de Habitação do Estado ao PP. Por outro lado, Maluf
conseguiu emplacar um de seus aliados na Secretaria Nacional de Saneamento
Ambiental do Ministério das Cidades, cargo negociado com a presidente Dilma
pelo ministro da pasta, Aguinaldo Ribeiro (PP), como informou o jornal Folha
de S.Paulo.
Além disso, Alckmin afirmava aos mais próximos e a
Serra, inclusive, que o PSB poderia fechar com o PSDB, já que o presidente
estadual do partido, Márcio França, era seu secretário do Turismo. No entanto,
não foi isso que aconteceu. O presidente nacional do PSB, o governador de
Pernambuco, Eduardo Campos, acertou com o ex-presidente Lula o apoio a Haddad,
mediante a algumas concessões do PT em importantes cidades do Brasil.
Chapão
Serra precisará de Alckmin para ajudar a convencer
os vereadores do PSDB contrários à ideia do "chapão" de que esta é a
melhor opção para o partido nas eleições municipais em São Paulo.
Dirigentes do partido já ameaçaram destituir a
Executiva Municipal da sigla, caso esta mostre disposição em apoiar o
"chapão", em que tucanos teriam que dividir com as siglas
aliadas o número de candidatos que podem inscrever na disputa por uma cadeira
na Câmara Municipal, o tempo de propaganda eleitoral e os votos de legenda.
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