Essa é pra rir, tamanha a desfaçatez! A Folha de S. Paulo divulgou uma pesquisa “Datafolha”, portanto, feita em casa, na qual revela que “83% dos leitores acham a Folha imparcial”.
por Christiane Marcondes, no vermelho
Se essa moda pegar, corremos o risco de ter pesquisas na corrida eleitoral de 2012 nos seguintes termos: Fulano está na liderança com 83% dos votos segundo pesquisa Datafulano.
Também podemos questionar a pesquisa sob outro aspecto. Quem “lê” a folha acha que ela é um jornal imparcial. E "quem não lê", por que não lê e o que acha do jornal? Esta pesquisa é boa!
Minha proposta é que o jornal O Estado de S.Paulo, concorrente direto da Folha Imparcial, providencie urgentemente uma pesquisa igualmente própria e se autodefina igualmente “imparcial”. Repensando, não me parece possível, afinal, considerando-se ao pé da letra, fazer uma pesquisa com ferramentas e leitores próprios não indica, por si só, “parcialidade”?
E já que é para ser “parcial”, a pesquisa da Folha foi fundo: mostrou também que “86% dos leitores acreditam que o jornal é pluralista e 88%, equilibrado”.
Parece que as melhores agências de Relações Públicas do mercado estão ultrapassadas em seu conceito de construção de reputação: elas se dão ao trabalho de fazer um trabalho hercúleco junto com todos os públicos e as mídias para criar uma boa e crível imagem de seus clientes.
Essas agências podem encurtar caminho encomendando uma pesquisa própria que mostre que 83% dos consumidores ou clientes da empresa ou marca que representam estão “plenamente satisfeitos”. Esta atitude pode ser qualificada de parcial ou imparcial?
Agora tudo ficou muito confuso! Não sei se este é um caso dicionário ou de polícia.
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