terça-feira, 20 de dezembro de 2011

"Micotônico Neves" - O xarope de Aécio

do Minas sem Censura    

Kubitscheck , Niemeyer e Aéciuu


O texto desta segunda, dia 19/12, usa Niemeyer como mote para a promoção de Sua Excelência, o senador do Leblon.

      Tenta ele mostrar intimidade com o arquiteto comunista, tratando-o pelo primeiro nome. Aliás, diz ele do encontro entre Juscelino e Oscar: “Daí floresceria a profícua parceria que produziu outro monumento ao futuro: Brasília. Dois visionários, Juscelino e Niemeyer. De gente assim carece sempre uma nação que pretende ser grande.”

      Notaram a sutileza? Juscelino e Oscar, dois visionários: “De gente assim carece sempre uma nação que pretende ser grande.” De quem se fala, para garantir a sequência? Quem? Quem? Raimundo Nonato, o personagem de Chico Anysio? Não! Aécio Neves.

     Vivendo de um passado que não deu certo (a inauguração do centro administrativo de Minas Gerais), que pretendia ele e seus acólitos fosse um “evento” lacaniano, Aécio tenta estabelecer um nexo entre a importância histórica da construção da sede do governo federal, para o centro do Brasil, com a edificação da sede administrativa do governo mineiro. A arquitetura de Niemeyer está lá, na “brasilinha” de Aécio. A engenharia, por sua vez, ainda vai dar CPI: com suas trincas, superfaturamentos e custos do concreto protendido.

      O esforço dos seguidores de Aécio é resgatar uma obra de finalidade questionável e dotá-la de um estatuto histórico. Ridículo.

      Depois, o que temos na verborragia do texto é uma sucessão de frases soltas, sem nexo, com pretensões estilísticas, daquelas criadas para reunir textos que o façam ser indicado à Academia Brasileira de Letras. Se até o Merval está lá, por que  não o indigente “intelectual” Aécio Neves?

      Vejam algumas: “Nosso arquiteto-símbolo captou a essência do Brasil em seu desenho sinuoso, com citações de silhuetas femininas e de estruturas tão leves que parecem se equilibrar sob as nuvens – inimigo declarado que sempre foi da linearidade cartesiana.”

      A “essência” do Brasil por certo não é a das silhuetas femininas, com as quais Aécio farreia na noite carioca, paulista ou em Brasília. Modelos photoshop, siliconadas, lipo aspiradas e fúteis não são síntese do Brasil. A essência do Brasil merece estudo e respeito e não se fixa na estética pequeno-burguesa, que só atenta para os contornos e  superfícies.

      De resto, ele rouba de Niemeyer sua maior paixão, ao lhe impor “o povo brasileiro” como a principal. Não: a maior paixão do arquiteto tem sido a humanidade, da qual faz parte o povo brasileiro. Comunista, internacionalista, Oscar (para entrar no clima) é um crítico do estado mínimo, do neoliberalismo e da privataria. O playboy dista anos-luz do artista.

      Mas, o artigo não era sobre Niemeyer. Este foi apenas um pretexto.  O ghost writter queria, de fato, elogiar o chefe! Pífio. Xarope.


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