Vassil Oliveira _Goiás 247 – A deputada federal Iris
de Araújo (PMDB) já está em ação como integrante da CPI mista do
Cachoeira. E o primeiro alvo é o governador Marconi Perillo (PSDB),
velho adversário. Segundo informação do colunista Lauro Jardim, da Veja,
ela solicitou requerimento para solicitar ao ministro da Fazenda,Guido
Mantega, que coloque o Coaf para investigar a existência de possíveis
contas bancárias do governador no exterior. Diz ainda a nota: “O pedido
de Iris também inclui Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres. A
deputada goiana faz o mesmo pedido a Alexandre Tombini no Banco
Central.”
Para entender a rivalidade entre o casal Iris e Marconi é preciso atentar para alguns fatos.
Antes de ser candidato a governador, em 1998, Marconi tentou ser vice
de Iris, na época um mito tido como invencível. Não conseguiu. Acabou,
por obra do destino – uma oposição unida em busca de alguém disposto a
ser candidato –, como nome escolhido para enfrentar o peemedebista. Na
campanha,focou seu discurso na crítica dura ao PMDB e a Iris, e deu vida
ao que foi considerado o mote vencedor: a familiocracia.
Vencida a eleição, Marconi manteve o tom duro contra Iris. Em nome da
moralidade, elegeu Iris como seu antagonista. E veio um episódio
pessoal que consolidou os sentimentos.
O suplente de senador Otoniel Machado, responsável pela coordenação
da campanha da coligação Goiás Rumo ao Futuro e irmão de Iris, foi preso
no início de 1999 como o principal envolvido no desvio de 7,45 milhões
da extinta Caixa Econômica de Goiás (Caixego). A decretação de sua
prisão foi assinado pelo juiz federal Alderico Rocha dos Santos, da 5ª
Vara da Justiça Federal.
Primeiro, Otoniel foi informado apenas que deveria prestar depoimento
ao Ministério Público Federal. Quando ouviu que estava preso, passou
mal e teve de ser internado às pressas no Instituto Neurológico, no
Setor Bueno. Diagnóstico: crise de hipertensão. Ali o suplente de
senador passou o final de semana, sempre vigiado por um forte aparato da
Polícia Federal. E ali começou um calvário que resultaria em uma saúde
debilitada indefinidamente.
De lá para cá, Iris e Marconi passaram a significar embate, disputa,
guerra eleitoral – para se dizer o mínimo. Iris, depois daquela derrota,
foi ao fundo do poço. Perdeu uma eleição para o Senado e viu seu PMDB,
com Maguito Vilela, ser derrotado de novo pelo tucano em 2002. Desde
então os peemedebistas claudicam. Um partido que era símbolo de força, e
que ficou 16anos no poder, passou a andar sem rumo.
A recuperação de Iris veio com a vitória para a Prefeitura de
Goiânia, em 2004. Ele derrotou o PT e o candidato de Marconi, Sandes
Júnior(PP). E então se aliou ao PT, para novamente derrotar o candidato
do governo, de novo Sandes Júnior, em 2008. Aí renunciou ao mandato para
disputar o governo contra mais uma vez Marconi. Foi derrotado.
Os últimos acontecimento, portanto, mexem com Goiás em vários
sentidos. Um deles é porque coloca mais uma vez frente a frente os Iris e
Marconi. O desgaste do tucano, as denúncias contra ele, soam como
música aos ouvidos da família irista. E a presença de Iris de Araújo na
CPI é sinal de vingança no ar. Iris, o marido, tem convivido em tom
ameno com Marconi – vez ou outra, o tom sobe, mas no geral estão sempre
para pegar um na mão do outro. Já dona Iris, esta não esconde o que
sente de Marconi. E não é compaixão.
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