terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Marília Gabriela parada no tempo? - "Imprensa é o que imprime", disse a jornalista

"Imprensa é o que imprime", disse a jornalista ao Pânico na TV, da RedeTV!, desqualificando a internet; se a rede não tem valor, o que será das entrevistas de Gabi no futuro?


Por Diego Iraheta _247

A apresentadora Marília Gabriela, uma das maiores entrevistadoras do Brasil, deveria mudar o nome de guerra. Seria mais apropriado chamá-la de Marília Gutenberg, depois da anacrônica declaração exibida no domingo, 11, pelo programa Pânico na TV, da RedeTV!. Em um desses raros momentos em que Marília estava no papel de entrevistada, ela foi questionada sobre o passado de farpas entre Boni (ex-todo poderoso da TV Globo) e Jô Soares. Em vez de responder, ela prontamente questionou a repórter Amanda Ramalho:
- Você soube isso por onde?

- Pela imprensa.

- Pela imprensa, não. Pela internet.

- Pela imprensa de internet.

- Imprensa é o que imprime, desferiu Marília Gutenberg Gabriela.

A jornalista que é referência no Brasil parou no tempo? A prensa é, de fato, o equipamento inventado no século 15 para imprimir livros e jornais. Mas reduzir a imprensa a um aparelho é démodé, Gabi!
Imprensa é uma instituição representada pelos diversos canais de comunicação. Os jornais, as revistas, o rádio, a televisão – onde você trabalha, inclusive – e, sim, a internet.

O jornalismo de internet, que vem crescendo vertiginosamente desde a segunda metade da década de 90, é muitas vezes a principal fonte de informações de uma parcela significativa da população brasileira - especialmente jovens. A moçada troca o papel pela tela, pelo mouse ou pelo tablet. Não é que tenha menos interesse em ler, mas os tempos são outros, Gabi.

Neste fim de semana mesmo, o Brasil 247 cobriu o 1º Encontro Nacional de Twitteiros Culturais. Em debate, a difusão da cultura pelas redes sociais. “Por meio da mídia digital, a gente pode cutucar mais gente em prol da leitura”, disse o organizador do evento, Jose Luiz Goldfarb. Livreiro há 18 anos, ele mantém os vínculos com o passado, com as páginas de livros. Mas sua visão se modernizou, atento às mudanças nas plataformas de acesso à literatura.

Ao contrário de Goldfarb, Marília Gutenberg ainda vê notícias e reportagens como produtos exclusivos da mídia impressa – a imprensa que imprime. Ao desqualificar a internet – na entrevista à RedeTV!, ela dá a entender que a rede é celeiro de boatos, mentiras, informações que não devem ser confiáveis.
Que tem tudo isso na Web, não dá pra negar, Gabi.

Mas, desde quando os jornais do mainstream, a imprensa que imprime e na qual você acredita, não mente ou, pelo menos, não omite?

Está na hora de uma virada 2.0 na sua vida, Gabi! Suas entrevistas ganham vida eterna ao serem compartilhadas na internet. Do contrário, vão repousar como artigos empoeirados nos Cedocs (centros de documentação) das emissoras. Um desperdício, certo? Para frente, Gabi!

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