A pesquisa publicada pelo Datafolha no último domingo traz o inegável quadro de favoritismo do candidato do PT, o Ministro da Educação, Fernando Haddad.
Ilustração do Observatório |
O Ministro Fernando Haddad está, na maioria dos cenários, com 4% das intenções de voto, índice muito semelhante aos dos demais pré-candidatos que nunca estiveram liderando uma disputa majoritária na capital. Portanto, o eleitor pesquisado opinou muito mais pela lembrança dos nomes citados do que por convicção, o chamado “recall” eleitoral.
O destaque na pesquisa é a capacidade do ex-presidente Lula de influir na decisão do voto: 48%. Claro que temos um longo caminho até as eleições. Muito debate ainda vai ocorrer, o que certamente vai influenciar na formação do voto. Mas, esse “arranque” é algo fundamental para entendermos o quadro pré-eleitoral. A capacidade de influir no voto hoje é muito próxima dos 50% mais 1, ou seja, do necessário para a construção de uma vitória no primeiro turno de um candidato identificado com Lula. Repito, o caminho é longo e eleição é marcada sempre por imprevistos. Ganha a eleição quem erra menos e não quem persegue os “acertos” a todo custo. Mas ninguém tenha dúvidas que um índice como esse define uma boa parte da tática eleitoral.
Outro fato não menos importante é a capacidade de a Presidenta Dilma influenciar no voto. Na pior das hipóteses, ela “joga igual ao governador Alckmin” no processo eleitoral da capital dos paulistas. Penso que a Presidenta poderá melhorar ainda mais a sua influência sobre o eleitor paulistano. O eleitor está analisando o seu primeiro ano de governo, marcado por uma conjuntura política turbulenta (mesmo ela, Presidenta, tendo dado as melhores respostas possíveis), e por ajustes que precisaram ser feitos na economia e na execução orçamentária. Mesmo com a crise econômica internacional e por conta dela, os sinais são de um governo que irá ter mais desenvoltura já no segundo ano do mandato.
Outra informação que a pesquisa Datafolha não traz, mas que é relevante para análise, é a aprovação de imagem do PT (todas as pesquisas internas que realizamos, no pior dos cenários, o Partido tem 30% de aceitação). Essa informação, junto com a aprovação de imagem do ex-presidente Lula e com a aprovação de imagem da Presidenta Dilma, nos coloca em um cenário muito provável de segundo turno com uma candidatura petista (isso em um quadro de bom desempenho dos demais candidatos).
Hoje, com os dados que temos para análise, seria muito difícil um cenário de segundo turno sem uma candidatura do PT em uma condição de muito favoritismo. Não estou aqui fazendo nenhuma afirmação precoce, mas analisando o cenário construído pela pesquisa divulgada no último domingo.
Outra informação importante para análise é a baixa rejeição de Fernando Haddad. Claro que com a vinculação dele ao PT, o que deve ocorrer no próximo período, deve haver um crescimento de sua candidatura junto ao eleitorado petista. Mas deve esse fenômeno trazer junto uma parte da rejeição direcionada ao Partido. Mesmo assim, o cruzamento das informações (dele e dos prováveis adversários), mostra um espaço imenso para o crescimento de Haddad na corrida eleitoral.
Uma pesquisa em período pré-eleitoral demonstra as condições objetivas em que se dará a disputa e o “cenário em que o enredo” vai se desenvolver, o que nesse caso, são muito favoráveis para o crescimento de Fernando Haddad. Mas, o que decide em uma eleição municipal é a capacidade do candidato em oferecer respostas concretas aos problemas enfrentados pela sociedade local. O eleitor vai querer saber o que acontecerá com a saúde, educação, trânsito, transporte urbano, enchentes, moradia, entre outros. A capacidade de se mostrar preparado ao enfrentamento dos principais problemas do município consolida ou não a pré-disposição do eleitor.
No quesito preparo para governar Haddad sai na frente também. É um quadro excepcional. Bom gestor, bom planejador, intelectual bem formado e traz consigo o fato de ser um Ministro exitoso, de uma área muito bem avaliada nos Governos Lula e Dilma. Nenhum outro pré-candidato consegue aglutinar tantas possibilidades de crescimento eleitoral e preparo para dialogar com a sociedade paulistana, inclusive com setores resistentes ao PT como Haddad.
O processo eleitoral nem começou, mas nunca tivemos um cenário tão favorável para a vitória de uma candidatura petista. Muito ainda tem que ser feito. É preciso construir uma boa política de alianças, ter um bom programa de governo, ampliar nas alianças sociais e algo tão importante quanto as demais tarefas elencadas: acertar na linha política da campanha. Temos que construir “pontes”, afinal, vitória política está na arte de aglutinar forças e não de espalhar.
do Blog do Edinho
Presidente do PT no estado e São Paulo e Deputado Estadual.
Presidente do PT no estado e São Paulo e Deputado Estadual.
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