Escândalo do mensalão, que trincou o governo Lula, começou com denúncias de um parlamentar, do PTB; agora, o deputado Roque Barbieri, do mesmo partido, diz que a base do governador Alckmin, em SP, é corrupta; como Jeff, “Roquinho” diz ter levado o assunto ao governo
Agência Estado
Foi a partir das denúncias de um
deputado – Roberto Jefferson, do PTB --, em 2005, que o Brasil assistiu ao
escândalo do mensalão, conjunto de acusações sobre relações promíscuas entre
políticos e financiadores privados, que abalou os alicerces do governo Lula.
Agora, em São Paulo, um roteiro semelhante, mas com outros personagens, pode
estar apenas no início. O deputado estadual Roque Barbieri, do mesmo PTB de
Jefferson, tem afirmado e reafirmado a existência de um amplo esquema de
corrupção, por meio da venda de emendas no orçamento estadual, na maior parte
da base do governo de Geraldo Alckmin, do PSDB. "Isso é igual camelô, cada
um vende de um jeito", tem dito Barbiere nas entrevistas que vai
concedendo. "Cada um tem uma maneira, cada um tem um preço".
A exemplo de Jefferson, que teria
levado o assunto mensalão ao exame de autoridades do governo de Lula, Barbieri
igualmente diz já ter discutido o assunto com o secretário estadual de
Planejamento, Emanuel Fernandes, e a subsecretária de assuntos parlamentares da
Casa Civil, Rosmary Corrêa. Se isso é verdade, será que eles, por sua vez,
trataram do delicado tema com o governador Alckmin? Ao seu tempo, Lula disse
que não sabia de nada. O governador tucano está indo pelo mesmo caminho.
O governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), informou nesta quarta-feira 5, registra a Agência Estado, que a
Corregedoria Geral da Administração (CGA) encaminhará ao Ministério Público as
conclusões da investigação sobre suposto esquema de recebimento de propina
envolvendo o ex-deputado estadual José Antonio Bruno (DEM). Uma testemunha
afirmou à corregedoria que presenciou pagamento de propina em troca de emendas
parlamentares no gabinete do então deputado, conhecido como Zé Bruno, na
Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O caso teria origem no suposto
esquema de venda de emendas parlamentares que foi denunciado pelo deputado
Roque Barbiere (PTB).
"O caso do ex-deputado José
Bruno já está sendo averiguado pela Corregedoria do Estado antes da convocação
do deputado Roque Barbiere", afirmou. "O caso está sendo averiguado
com rapidez e rigor e será encaminhado ao Ministério Público", disse o
governador, sem dar um prazo para a conclusão das investigações.
Alckmin participou hoje da solenidade
de entrega de 21 veículos à Polícia Militar Rodoviária para o patrulhamento do
trecho Sul do Rodoanel Mário Covas. No evento, voltou a cobrar de Barbiere que
aponte "aquilo que sabe". Ontem, o parlamentar comparou a atividade
da Assembleia Legislativa à de um camelódromo e alegou que teria alertado o
secretário de Planejamento, Emanuel Fernandes, e a subsecretária de Assuntos
Parlamentares da Casa Civil, identificada como "delegada Rose", sobre
possíveis irregularidades na destinação das verbas liberadas por emendas.
"Ele não citou um caso para
ninguém. Pode entrevistar a delegada Rose ou o secretário Emanuel
Fernandes", disse Alckmin. "E eu entendo que ele (Barbiere) tem o
dever, como homem público, de apontar o que sabe."
O governador reafirmou que as
informações sobre as emendas liberadas já foram publicadas na internet. "E
tudo está transparente", garantiu.
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