sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

PSDB travou mas não é efeito da Cracolândia



A PM invadiu a Cracolândia mas quem está travado é o PSDB. Piadinha…
Falando sério. A sucessão paulistana já ensaia os primeiros movimentos e o PSDB não consegue dar um passo na cidade que é seu berço político.

É um problema, em princípio, de incompatibilidade de interesses. José Serra não quer a prefeitura. Quer disputar o Planalto em 2014. Seu artigo sobre os males da desindustrialização brasileira, publicado ontem no Estadão, mostra isso.  Seu comportamento também.
Mas como ninguém lhe dá essa chance, Serra não sái da frente. Tem uma imensa rejeição mas é o único que o eleitor já conhece.

Também tem um aliado poderoso, Gilberto Kassab, que hipnotiza os adversários com seus movimentos.
Geraldo Alckmin só pensa na reeleição em 2014. Mas como não sabe quem irá apoiá-lo,
não se mexe. Por enquanto, atrapalha todo mundo e não ajuda ninguém. Desconfiados de que o verdadeiro candidato do governador é o adversário Gabriel Chalita, alguns secretários já tem receio de seu anuncio de que pretende segurar gastos, o que atrapalharia os planos de todos eles.

– Mas o governo está cheio de dinheiro, observa um candidato a candidato.
Como fazem todos os tucanos depois que FHC deu o exemplo, Alckmin também flerta com
a adversária, Dilma Rousseff. José Anibal, que foi amigo dela no movimento estudantil
em Belo Horizonte, também conversa muito e dá conselhos quando é perguntado.
A impressão é que os tucanos vivem um casamento tão ruim que só ficam à vontade quando conversam com pessoas de fora.

O resultado é que há uma imensa filas de candidatos a candidato, mas ninguém se
viabiliza.

Uma visão simplória diria: falta um líder. Sim. Aécio terminou o ano de 2011 menor do que
encontrou mas a rejeição a Serra ainda lhe garante alguma primazia. Aécio pode até
virar candidato presidencial mas não parece ter cara de líder, aquele que fala pela maioria em assuntos de interesse geral e não em seu caso pessoal.

FHC é a única referencia que une a todos porque se encontra fora do jogo. Não disputa nada
mais do que a própria biografia e o direito de viver os 80 anos e dizer o que pensa. No momento em que tomar uma posição firme, a favor de um dos muitos lados em conflito, o encanto se quebra.

Mas falta outra mercadoria aos tucanos: um discurso político.  Nem antes nem depois de 2010 o partido conseguiu oferecer para a maioria da população — que ainda recolhe os benefícios do prolongado crescimento iniciado pelo governo Lula — um bom motivo para olhar de lado e pensar num legenda alternativa.

Os partidos se fazem com idéias, interesses e líderes. Também precisam de uma boa oportunidade, a fortuna de que falava o grande Machiavel. O PSDB de São Paulo, onde deve ocorrer a mais politizada eleição do país, está carente de tudo isso.

Vive uma espécie de fissura. Piadinha…



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