Surpreendidos pela informação de que o prefeito de São Paulo buscou o ex-presidente Lula para lhe propor a indicação de um vice do PSD para a chapa de Fernando Haddad, membros do partido dizem desconhecer o assunto e rechaçam acordo
Agência EstadoFoto: ADRIANO LIMA/AGÊNCIA ESTADO |
Na ausência do presidente do diretório municipal, vereador Antonio Donato, Macena falou em nome da sigla e disse não acreditar que essa conversa tenha acontecido. "Não acredito nisso. Em São Paulo, temos um projeto diferente do Kassab", ressaltou. "Eu nem acredito nessa intenção do prefeito de indicar alguém. A intenção do Kassab é indicar um candidato dele", emendou. A assessoria de imprensa do ex-presidente Lula disse que ele não irá comentar o assunto.
Em abril de 2011, um documento lançado pelo diretório municipal deixou claro que, mesmo com a aproximação de Kassab à base da presidente Dilma Rousseff, o PT seria oposição ao PSD na cidade de São Paulo por representar um projeto antagônico. Os petistas rechaçam a possibilidade de Lula levar a proposta de Kassab em consideração e impor um vice do PSD. "O Lula não tem essa intenção. Ele não faria isso", acrescentou Macena.
A aproximação com o partido de Kassab está fora de negociação, garantiu o vereador paulistano José Américo, que integra o conselho político da pré-candidatura de Haddad. "Isso não está em cogitação", reforçou.
Uma liderança do PT vê na movimentação de Kassab o interesse em pressionar o PSDB por uma aliança, seja em torno do nome do vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD) ou do lançamento da candidatura do ex-governador José Serra (PSDB). "Ele pode ter jogado essa para se valorizar com o PSDB. Acho que não é para valer", avaliou. Kassab também se dispôs a uma aliança com os tucanos, os quais ainda avaliam a proposta. "Acho que ele está dando um cheque mate do outro lado", concluiu o petista.
O presidente do diretório estadual do PT, deputado estadual Edinho Silva, disse desconhecer a proposta de Kassab. Incomodado com os rumores sobre a conversa entre Lula e Kassab, o deputado afirmou que só pretende se posicionar sobre o assunto quando houver uma formalização da negociação. "Esse negócio está muito estranho, não vou opinar sobre isso", ponderou.
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