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Polemizamos com o ilustre senador carioca (que tem domicílio eleitoral em Minas) em face de dois pronunciamentos. Seu segundeiro artigo no jornal Folha de São Paulo (“Nossas tragédias” 09/01) e uma resposta dele a um comentário de Josias de Souza, no respectivo blog, que ressaltava sua nulidade política, como senador e líder frustrante da oposição.
O primeiro texto fala das chuvas e de suas vítimas. O segundo reage à acusação de que foi um fracasso como líder da oposição. Esta última resposta veio na forma de uma espada. Cortante? Não. Longa e chata.
Em ambos a arenga é a mesma: não confundo adversário com inimigo; nem governo com o país; não defendo o “quanto pior, melhor” e dá-lhe blá-blá-blá. Depois temos as insinuações “elegantes”: desvio de verbas, corrupção, apadrinhamento eleitoral, incompetência na gestão. E dá-lhe tró-ló-ló.
Josias de Souza, por mais de uma vez, questionou a vacuidade do senador carioca radicado em Minas. Eliane Cantanhede também. Parece que o jornal paulista está cobrando pelo espaço a ele cedido.
Relembramos à Folha de São Paulo o porquê de Aécio Neves não cumprir seu papel:
1) Ele foi “poder” por 16 anos, como deputado federal: com Sarney, com Collor (se alguém encontrar algum registro oposicionista de Aécio a Collor, que publique) e com FHC. Foi líder no governo FHC e presidente da Câmara de Deputados. Nada há que o distinga como líder de qualquer Projeto (com” P” maiúsculo) de nação, nesses quatro mandatos de deputado federal.
2) Foi governador mineiro. E o que Minas tem a oferecer de exemplo para o Brasil? A não ser gastos excedentes com uma inominável máquina de propaganda e de projeção pessoal, nada daqui foi aproveitado positivamente, nem nos outros estados governados por tucanos: vide Rio Grande do Sul e Alagoas. De resto, de tudo que ele critica (aparelhamento, corrupção, problemas de gestão, apadrinhamento etc) Minas está cheia.
3) O ideário neoliberal fracassou no mundo. E ele só poderia ser líder de uma oposição neoliberal. A versão mineira de tal ideário teve como referência o farsesco “Choque de Gestão”, como tentativa ridícula de levar ao extremo a gestão pública com a primazia no uso de ferramentas gerenciais privadas. Não havendo possibilidade de reciclar o ideário privatizante e do “estado mínimo”, Aécio fica mesmo como uma barata tonta no senado.
Suas articulações “silenciosas” (termo usado por ele para responder a Josias de Souza) não passam de frases truncadas e artifícios para não bater de frente com possíveis aliados no seu incerto futuro: Sarney, Eduardo Campos, Cabral etc.
Não é por outro motivo que seus poucos pronunciamentos são prenhes de referências a um passado mítico e a um futuro que não se realizou: o da presidência da República sob a titularidade do avô. Ou seja, o passado de seus delírios políticos é mito. E o “futuro” que não se realizou é o que lhe resta para tentar encantar o povo. Aí o papel se inverte: é a serpente querendo encantar o encantador!
Como nem todas as opiniões publicadas no citado jornal paulista são entulho, destacamos abaixo o parágrafo final de artigo escrito por Vladimir Safatle, nesta terça (10/10), no qual ele trata do fracasso neoliberal de Piñera no Chile:
“Nesse vínculo ao passado e nessa inabilidade diante do presente, evidencia-se claramente como a nova direita latino-americana não conseguiu renovar seu guarda-roupa.”
Aécio é uma tentativa de nova direita. Como ele mesmo assume: silenciosa.
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