quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

De volta a Brasília, mesmo doente, Lula rouba a cena


O Palácio do Planalto montou cerimônia para marcar a substituição de Fernando Haddad por Aloizio Mercadante no Ministério da Educação, mas quem chamou a atenção mesmo foi o ex-presidente Lula; de bom humor, ele mostrou que está com o carisma em dia e monopolizou as atenções


Foto: Ueslei Marcelino/ REUTERS
por Brasil 247  - A cerimônia foi montada para marcar a substituição de Fernando Haddad por Aloizio Mercadante no Ministério da Educação, mas quem chamou a atenção mesmo foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula foi tema dos discursos do ministro que saiu e do ministro que entrou, além de receber elogios da presidente Dilma Rousseff. Foi a primeira vez que o ex-presidente voltou ao Palácio do Planalto depois de deixar o poder, no dia 1º de janeiro de 2011, e até os funcionários do Palácio e juntaram para tietar Lula.

Imposto por Lula ao PT de São Paulo, o agora ex-ministro Fernando Haddad fez questão de relembrar o governo passado em sua despedida. “Foi uma honra iniciar os trabalhos na Educação sob comando de um metalúrgico”, disse um Haddad emocionado, que inicia no sábado sua campanha à Prefeitura de São Paulo. “O senhor plantou sementes por esse Brasil inteiro. Semente de esperança, de dignidade do povo”, elogiou Mercadante, que também se emocionou ao falar sobre o ex-presidente.

Os elogios mais intensos, contudo, foram feitos pela presidente Dilma. “Eu queria fazer uma saudação especial ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dizer a todos vocês que para mim é uma honra que seja neste momento a primeira vez que nosso querido presidente volta ao Palácio do Planalto”, discursou a presidente, que atribuiu a Lula uma mudança na trajetória e na história da educação brasileira.

A presidente destacou o clima de comoção gerado pela presença do ex-presidente. “Sabe, Raupp, com o passar do tempo a gente fica um bando de chorões. Haddad praticamente chorou, Mercadante também. Eu também posso ser obrigada, por não conter as lágrimas, a chorar. Lula sempre dizia ‘Pode chorar que não faz mal nenhum’”, disse, referindo-se ao novo ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp.

O impacto causado pela presença de Lula foi apenas uma amostra do estrago que o ex-presidente pode causar na condução da candidatura Haddad em São Paulo. Aparentemente, o câncer na laringe que Lula vem tratando com sessões diárias de radioterapia não apenas não o enfraqueceu, como aumentou a comoção em torno da sua figura, agora sem a barba característica.

Talvez por isso Haddad não esteja com tanta pressa de iniciar sua pré-campanha à prefeitura de São Paulo, que começaria nesta quarta-feira, em cerimônia de homenagem à presidente Dilma na capital paulista. O ex-ministro preferiu cuidar de sua mudança para São Paulo e seu primeiro compromisso enquanto pré-candidato está marcado apenas para sábado.


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