Por João Paulo Dell Santo, RD1
Por
mais que a Globo e Fátima Bernardes digam a quem interessar
possa que o projeto da ex-apresentadora do “Jornal Nacional”
estava nos planos do canal desde 2009, há algo nessa história que não convence.
O quebra-cabeça está incompleto.
Antes
de anunciar sua saída do telejornal de maior audiência do país, a esposa de
William Bonner disse em coletiva no Rio que sonhava com tal projeto desde 2008.
Um esboço, então, foi entregue à direção da emissora no ano seguinte. A Globo
solicitou ajustes no projeto, e pediu para que a jornalista esperasse até as
eleições de 2010, pois necessitaria de sua colaboração no pleito. No início de
2011, Bernardes se reuniu novamente com Octávio Florisbal, o todo-poderoso do
canal, ficando decidido que naquele mesmo ano seria encontrada a oportunidade
ideal para anunciar a sua saída da bancada do “JN”.
Em dezembro, o anúncio foi feito, pegando a todos de
surpresa. Várias teorias surgiram. Crise no casamento?
Puxada de tapete? Em busca de um sonho profissional? E logo em seguida veio o
espanto, Patrícia Poeta, então no “Fantástico”, foi escolhida para a vaga de
substituta. A imprensa, em polvorosa, atira até hoje para todos os lados,
tentando desvendar o sigiloso projeto da senhora Bonner. Até aqui ninguém
passou perto. Não pelo fato de a Globo esconder a sete chaves o formato, pelo
contrário, não existe formato.
E
a questão parte daí. Em declarações recentes, componentes da direção do
programa falaram que não há um formato certo. Não há pressa também. A estreia,
programada para abril, junto com a nova programação da emissora, foi adiada
para junho, e, agora, para “meados do segundo semestre”. Um demonstrativo de
que não existia projeto algum, apenas uma vontade de alçar voo solo, no máximo.
Para
tentar calar a imprensa, a emissora montou uma redação do programa em seus
estúdios no Rio. Bernardes chega cedo e sai à noite. Pilotos e mais pilotos são
gravados. Um formato é buscado. E a teoria da puxada de tapete volta a
incomodar. Teria sido Fátima mais uma vítima do clássico “manda quem pode,
obedece quem tem juízo”? Se o programa ficaria para “meados do segundo
semestre” porque não deixar a jornalista no “JN” até junho, por exemplo? E por
que Patrícia Poeta? Por que outras opções sequer foram cogitadas?
Poeta,
linda e competente profissional, mas uma criança na profissão perto do
“monstro” Fátima Bernardes, é apenas mulher de Amaury Soares, ex-diretor de
jornalismo da Globo em São Paulo e Nova York e atual pretendente à vaga
de Ali Kamel, chefão do jornalismo das Organizações Globo. Um resumo que
explicaria a inexplicável saída de Bernardes do “Jornal Nacional” sem ao menos
esta ter um projeto pronto. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
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