A
possibilidade de o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles disputar a
sucessão municipal em São Paulo por seu novo partido, o PSD, do prefeito
Gilberto Kassab, foi recebida com desdém por dirigentes do PT. "Eu
pergunto qual é a chance do Meirelles na periferia de São Paulo?", desafia
o secretário geral do PT, Elói Pietá (foto). "Na periferia tem que ter
enraizamento para ter confiança lá. E o Meirelles não conhece muito esse mundo,
ele conhece muito o mundo da administração financeira."
A
hipótese de Meirelles como rival nas urnas em 2012 repercutiu em ato da
Mensagem ao Partido, corrente do PT que ontem declarou apoio à candidatura do
ministro Fernando Haddad, da Educação, na corrida para a maior prefeitura do
País. O próprio Haddad, porém, foi cauteloso ao comentar o deslocamento do
ex-presidente do BC do PMDB para a nova agremiação. "Ele (Meirelles) é
qualificado, participou do governo Lula. É do jogo democrático. Vamos discutir
a cidade em alto nível."
O
ministro, preferido de Lula para disputar o comando de São Paulo, reconheceu
que seu partido "se deixou fragmentar muito na cidade de São Paulo nos
últimos anos". Ele defendeu um "processo de sintonia fina por uma
mudança responsável".
Para
o deputado Adriano Diogo (PT), o ministro da Educação tem como principal
característica "a capacidade de agregar apoios e não nega a tradição da
esquerda, da luta popular".
O
ministro José Eduardo Martins Cardozo, da Justiça, disse que, a partir do
momento em que um novo partido (PSD) é reconhecido pela Justiça eleitoral, é
natural que as pessoas migrem para ele. "Não sei nem se é intenção, se é
vontade dele (Meirelles sair candidato a prefeito). Tenho de me preocupar é com
a escolha do candidato do meu partido e buscar alianças. Sinceramente, gostaria
que não tivesse prévias. Meu desejo pessoal é que unificássemos uma candidatura
forte."
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