Que os editoriais de O Globo
ataquem o Governo, nenhuma novidade. Que se apresente como paladino da moral e
dos bons costumes políticos, também nenhuma novidade, porque não lhes cora o
rosto terem crescido sob o manto de uma ditadura que cobriu a Globo como quem
sombreia um cogumelo para que este viceje .
Mas hoje, a pretexto de apoiar as
manifestação anticorrupção como efeito da inflação, do aumento de impostos
(quais?) e, claro, do governo eleito pelo povo, baixa-lhe o espírito de James
Brown (que sua memória me perdoe) e saca uma explicação para a
esqualidez destas atos, que são – malgrado boas intenções de alguns de seus
participantes – nitidamente insuflados pela oposição e pela mídia.
Diz que é o “feel good factor”.
Ou seja, o povo não vai porque está se
sentindo bem, porque “país continua crescendo, o desemprego está em níveis
ainda suportáveis, os programas assistenciais atenuam a miséria”.
Claro, bom mesmo era no governo FHC,
que O Globo apoiou de forma militante, quando a máxima era mais para o
“I’m bad” do Michael Jackson, e o país não estava crescendo, o desemprego
estava nas alturas e os programas sociais eram de dimensão muitíssimo menor.
Vejam que tipo de credibilidade pode
ter um jornal que diz que”o desemprego está em níveis ainda suportáveis” quando
o último dado do IBGE mostra o menor desemprego da
história? Um jornal que vibra a cada má notícia e que até as cria,
quando elas não existem?
Mas sejamos justos, não age assim
contra o governo brasileiro, apenas. Na mesma edição, outro editorial só falta
chamar os argentinos de “otários” por estarem dando esmagadora maioria para
Cristina Kirchner nas pesquisas eleitorais.
Seria, dizem, resultado do clima de
ficção construído por uma mídia oficialista e alerta que com a nacionalização
de uma fábrica de papel, a presidenta argentina teria “a faca e o queijo na mão
para arroxar ( sic, com xis mesmo, ai, ai…) a imprensa crítica e
premiar os amigos”.
Quem sabe la Kirchner vai distribuir também umas emissoras de
televisão para os amigos do regime, não é? Poderia perguntar às Organizações
Globo como isso se faz e aproveitar a experiencia que tiveram com a ditadura
brasileira.
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