terça-feira, 13 de março de 2012

Mônica Bergamo reforça coro de ‘volta, Marta’


Por Marco Damiani _ 247 

A socialite Tereza Collor, ao encontrar a senadora Marta Suplicy, ontem à noite, em recepção na sede da Fiesp, foi a primeira a fazer a abordagem direta. “E então, Marta, quando é que você volta?” A pergunta pegou a senadora de surpresa, ela que não quer dizer uma palavra sobre o movimento que vai se adensando no PT e fora dele para que o candidato Fernando Haddad abra mão de concorrer e a própria Marta volte ao páreo da eleição para a Prefeitura de São Paulo. Após Tereza, outros convidados se aproximaram da senadora com a mesma dúvida, e todos receberam dela sorrisos tímidos e comentários evasivos. “Obrigado, mas esse assunto, se existe como questão política, não está nas minhas mãos”.

Pois existe sim. Na edição de hoje da Folha de S. Paulo, a bem informada colunista Mônica Bergamo dedica nada menos que as quatro notas de abertura de sua coluna para tratar do crescimento do movimento ‘volta, Marta’, noticiado em primeira mão, no mês passado, por 247.

“Marta na cabeça” é o título da primeira nota da coluna Mônica Bergamo. “Já passa pela cabeça de empedernidos lulistas a ideia de Marta Suplicy (PT) voltar a ser candidata a prefeita de São Paulo”, afirma a colunista. “O tema, no entanto, é tabu, dada a resistência do próprio Lula em relação à senadora”. 247 apurou, no entanto, que o ex-presidente, decepcionado com os baixos índices de intenção de votos de Haddad, já está “reavaliando” a sua posição. Nos próximos dias devem ocorrer, com ele, conversas mais abertas sobre a possibilidade da troca de candidatos em nome do melhor desempenho do partido. “Haddad é suicídio político”, disse ontem ao 247 um militante de base do PT.

“Eu penso nisso todos os dias, mas não falo para ninguém”, disse a fonte lulista para a colunista Mônica Bergamo. O sigilo é compreensível. Haddad, pela desistência dos demais candidatos às prévias do partido, que não se realizaram, tornou-se o candidato oficial da agremiação. Neste momento, manifestações pontuais pela substituição dele por Marta podem ser interpretadas como quebra da disciplina partidária, o que geraria processos internos que incluem, como punição, até mesmo a expulsão da agremiação. Segundo Monica, sua fonte é um dos principais interlocutores de Lula, “que mantém com ele contato permanente”. Esta nota tem o título “Boca fechada”.

Na terceira nota, “Tabela”, a coluna da Folha trata dos números que já vão circulando amplamente dentro do PT. “Quando ainda era pré-candidata, lembra a nota, Marta Suplicy tinha 29% no Datafolha, contra 18% de José Serra. A rejeição dela, de 30%, era menor que a dele, de 32%. Já contra Fernando Haddad, o tucano vai a 30%, contra 3% do petista”.

O quarto e último registro sobre o assunto dá voz ao vereador José Americo, que ocupou lugar de destaque na administração municipal de Marta. "Não há em São Paulo quem aposte que o Haddad não estará no segundo turno desta eleição", disse ele. O título é "Haddad na cabeça".

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