terça-feira, 20 de março de 2012

A insegurança de Aécio


Em caráter preventivo, Aécio escreve hoje sobre segurança (FSP, 19/03). Como de costume, publicamos abaixo, seu texto.
Ele escreveu de Washington (que chique), já que estaria em “missão” solicitada por Anastasia, buscando recursos para a área de segurança em Minas.
Melhorou um pouco: jornais mineiros noticiaram, semana passada, o pseudo fato político, excluindo Anastasia da citada transação. Agora, ele pelo menos diz que foi lá por solicitação do governador mineiro. Menos mal. Permanece uma contradição: ele diz que os recursos que foi buscar (nunca diz que foi empréstimo) são para a promoção da segurança para a juventude; a imprensa local divulgou matéria, enviada por sua assessoria, falando da aplicação de tais recursos no sistema prisional.
Quem conhece a máquina de promoção pessoal de Aécio Neves sabe que seus integrantes não conhecem limites políticos e morais. Tentam, agora, mostrar o senador mineiro de nascença como interlocutor de órgãos financeiros internacionais.
Pura balela: ele “atropelou” o governador Anastasia e foi lá negociar a partir da autorização da presidenta Dilma, dada ao governo mineiro, ampliando as possibilidades de novos empréstimos no exterior. Como o factóide não prosperou, nem mesmo na imprensa mineira, ele agora usa o espaço do jornal paulista para repercutir o que não conseguiu antes.
Eis um contraexemplo de responsabilidade fiscal: Minas deve mais de 70 bilhões de Reais, e ele ainda corre para pegar mais empréstimos. Tranquilo. Não é ele quem vai pagar.
Além do mais, seu factóide é noticiado quando é exonerado o secretário de Defesa Social do governo Anastasia, Lafayette Andrada, em meio a um escândalo de maquiagem de dados sobre a violência em Minas. A fraude foi revelada agora, mas desde quando isso vem ocorrendo? Sem falar dessa conduta fraudulenta, que contamina as estatísticas sobre a criminalidade no país, isso só revela o quão sério é o “modelito” de gestão tucana.
Evidentemente, para fazer sua crítica ao governo federal, ele, mais uma vez, usa números aleatórios: “Pelos dados disponíveis, em 2009, 83% dos investimentos neste campo foram feitos por Estados e municípios.” Mesmo que esse número cabalístico fosse correto, uma análise séria teria de decompor responsabilidades dos entes federados, e, dentro deles, as respectivas correlações. Exemplo: em Minas Gerais as prefeituras custeiam combustível e manutenção de viaturas policiais, cessão de funcionários municipais em auxílio às atividades de segurança, aluguel de imóvel para a instalação das delegacias (às vezes, até mesmo de moradia de policiais). Segundo prefeitos, até mesmo papel higiênico tem de ser comprado com recursos municipais.
Fora que esse dado que ele apresenta fala de cifras supostamente gastas. E não das estatísticas de criminalidade, que seu governo em Minas maquia.
A sua desfaçatez se completa com um autoelogio: ao seu próprio programa “Fica Vivo”, que seria uma referência internacional, segundo ele. Por obrigação, ele cita as UPP´s, no Rio de Janeiro. Este é Aécio Factóide Neves.

Anexo, veja artigo de Aécio Never


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