quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Daria uma perna para trabalhar na Globo



Dia desses um colega veterano, que eu muito respeito, e que o público consagra por seu  comprovado talento, afirmou em entrevista o seguinte: “Tem muito ator que fala mal da Globo mas dá uma perna pra entrar” .

Eu, com  meu humor, pensei logo no ator perneta sendo aproveitado para o papel de Saci.

Mas a  chamada do provedor que o entrevistou oportuniza suas palavras para afirmar que ele “ironiza quem critica a Globo”. Enfim, transformou uma declaração parcial em generalizada.

Claro que o provedor faz parte do PIG, sigla popularizada  por Paulo Henrique Amorim  e que significa Partido da Imprensa Golpista.

Uma das características do PIG foi atacar o governo de Lula e agora de Dilma; os Partidos populares; a Rede Record; os blogueiros – chamados de “sujos” - , e tudo e todos mais que não rezarem pela cartilha destes que há décadas vinham tratando o Brasil como o quintal de casa.

Não desmereço a declaração do colega. Conheço este tipo de “quem desdenha quer comprar”.


Mas saio em defesa daqueles que criticam a Rede Globo e nem pensam em perder uma perna, sequer um dedo mindinho para poder trabalhar lá.

Nossa profissão é formada por milhares de atores e atrizes. Alguns foram e são capazes de vender a alma para o Diabo pela vaidade, e pela aparente segurança de um emprego.

É humano. É compreensível. Mas há muitos, e não são poucos , que possuem caráter, discernimento,
escolhas, que não passam pelo mesmo prisma dos acima mencionados.

Estes podem escolher trabalhar ou não na Globo. E se o fazem, fazem por profissão e não por servilismo.

Fazem porque estão vendendo para lá sua força de trabalho. São trabalhadores. Não sao capachos.

Antes da existência da Record chegava a ser curioso, senão divertido, ver a reação dos produtores globais quando um desses atores recusava a oferta de trabalhar na Vênus Platinada. Era como se fosse impossível alguém negar tão honroso convite. Era inadmissível que alguém não desse uma perna para estar lá. Era como se não fosse possível haver vida - e vida inteligente, criativa - fora da Rede Globo.

Pois creiam, os que me leem, esta gente existe.

Sabem o valor  e a dignidade da sua força de  trabalho, sacrificaram e sacrificam muitas coisas na vida para manter a face limpa e o rabo intacto. (risos finais)

Extraído do Doladodelá

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