domingo, 25 de dezembro de 2011

O que é que há com a TV?


Por Leila Cordeiro
Direto da redação



Neste meu último artigo do ano,  queria  escolher um assunto que fosse destaque neste 2011 e, disparado, escolhi a televisão, seus filhotes e nuances. Nunca a audiência de todas as emissoras esteve tão mal das pernas. Cada uma, à sua maneira, fez por onde para causar essa derrocada dos números.

A Record que vinha insistindo na sua programação “a caminho da liderança” acabou perdendo o bonde e começou a trocar os pés pelas mãos resgatando um perfil do SBT dos velhos tempos, ao tirar programas do ar da noite para o dia, desrespeitando telespectadores e patrocinadores , em nome de conseguir recuperar alguns míseros pontinhos que nem de longe podem levá-la a confortável e almejada posição de líder, obssessivamente batalhada por seus bispos-diretores.

Até porque o SBT, que acabou amargando um terceiro lugar na época das vacas gordas da emissora do Bispo Macedo, vem agora recuperando posição no ranking correndo por fora.

Agora “sob nova direção”,  a emissora do homem do baú, Silvio Santos, está deixando cair a ficha e correndo atrás do prejuízo respeitando, pelo menos, os horários e dando chance de programas se firmarem na programação. Assim mesmo, o SBT ainda deixa a desejar no jornalismo que parece sempre uma promessa de credibilidade na emissora, mas acaba morrendo na praia da obviedade.

A Rede TV!, que parece aquele  irmão pobre que faz tudo para parecer rico diante da família, vive alardeando que vai fazer e acontecer, mas não consegue realizar seus projetos. Vive da fama do Pânico que também já está precisando ser reformulado. Haja criatividade quando a baixaria dá o tom do programa, porque acaba caindo na grosseria e o resultado são os números descendo cada vez mais a ladeira, mesmo com todos os peitos e bundas de fora disponíveis e talhados a silicone. Um horror só!

E a Band? Essa é até digna de pena. Dizem os maldosos de plantão que ali no Morumbi deve ter caveira de burro enterrada porque nada dá certo naquelas paragens. Também diz a maledicência que a Band deveria ser chamada de Ponto Frio, tamanha a fila de profissionais que estão na geladeira. É eles entrarem no ar e a audiência cair vertiginosamente. E a Band vai congelando um a um, pagando caro por eles sem saber onde colocá-los. Puro desperdício!

E,  finalmente,  chegamos à Globo,  ainda ponto de referência quando se quer falar de TV no Brasil. Mas até ela anda amargando noites insones por causa da despencada dos números praticamente em todos os seus horários,  daí nunca mais  aquele slogan “vem aí mais um campeão de audiência”  jargão tão conhecido nas telas do famigerado plim-plim.

Até a Globo está sentindo na pele o que é investir e perder audiência, até em horários considerados nobres. Ela mesma está tendo que adotar medidas estratégicas para tentar salvar seus números que já não são os mesmos há muito tempo.

Mas se todas estão na corda bamba da preferência do controle remoto o que estaria causando essa diminuição de audiência? Eu aqui tenho uma tese que até pode ser absurda, mas acredito que seja bem viável.
Minha gente, televisão é mágica, é sonho, ilusão e ultimamente os reality shows que começaram com força total acabaram por destruir os mitos televisivos transformando todo mundo em iguais, ou seja, o telespectador não tem mais aquela fantasia de criar ídolos. Agora são todos iguais ao público que os assiste.

Mas não vejo essa banalização da TV só nos reality shows, vejo também na mesmice dos programas de auditório e  no roteiro das novelas, tanto que a Globo, até então campeã dos folhetins, está recorrendo a remakes de seus antigos sucessos que chegavam a dar muito mais de 50% de audiência.

Uma pena, viu? A desglamurização da TV é uma perda inestimável para o público que sempre recorreu a telinha para esquecer problemas, afogar mágoas e principalmente sonhar.

Nessa disputa pelo poder e pela liderança de horários,  uma das maiores invenções dos tempos modernos vem perdendo o charme e o encanto, entrando para a lista dos equipamentos obsoletos. Smart phones, computadores, tablets e todos os gadgets estão aí, à disposição do telespectador, que precisa de mitos, sonhos e fantasia para alimentar seu tão difícil dia a dia.

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