O prefeito de Guarulhos (SP), na região metropolitana da capital, Sebastião Almeida (PT), roubou a cena durante breves minutos na última terça-feira (13) ao advertir o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sobre a necessidade de que sua cidade receba ligação com a rede da Companhia do Metropolitano (Metrô). Ele ainda mostrou preocupação com desapropriações relativas às obras do trecho norte do Rodoanel.
A cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, residência oficial do governador, tratava da liberação de recursos federais para a construção da última parte do anel viário que irá interligar rodovias que servem à cidade de São Paulo. Dilma Rousseff também participou da solenidade, mas escapou das cobranças do prefeito.
Almeida admitiu que se trata de um passo importante para sua cidade, que deve receber mais da metade dos 43 quilômetros da obra, responsável por conectar os trechos Leste e Oeste, além de passar pelo aeroporto de Cumbica, sediado em Guarulhos.
“Evidentemente o trecho norte resolve o problema de cargas e de caminhões, mas gostaria de aproveitar a presença da presidenta e do governador para dizer que Guarulhos, que tem o maior aeroporto da América Latina, precisa ter ligação com o metrô”, queixou-se. “Cada vez mais as ruas da cidade estão ficando tomadas de carros. Só existe uma maneira de resolver isso. É investir em trem e metrô.”
O novo Plano Plurianual do governo paulista, lançado no início do semestre por Alckmin, prevê para Guarulhos apenas o que já estava previsto durante a gestão anterior, também do PSDB e encabeçada por José Serra. Desde 2007, portanto, está prometida para a cidade a construção de uma linha de trem com a serventia de fazer uma ligação mais rápida entre o centro da capital paulista e Cumbica. Antes disso, durante muitos anos esteve em suspenso a construção de um corredor expresso de ônibus para promover esta mesma conexão.
Moradias
Ainda no tom de cobranças, embora em tom mais leve e entremeadas por elogios, Almeida enfatizou que a construção do Rodoanel não deve ser sinônimo de remoção injusta de pessoas. Desde o começo das obras, ainda na década de 1990, o anel rodoviário ficou famoso pela saída forçada de moradores e pelos fortes impactos ambientais sobre áreas de mananciais e de preservação ambiental.
“Quando tem o diálogo, quando tem o entendimento se têm as melhores soluções para o povo. Não podemos permitir que qualquer obra importante para o país deixe uma pessoa sem moradia”, destacou o prefeito, neste caso celebrando o sucesso nas negociações com o governo estadual. De acordo com a companhia Desenvolvimento Rodoviário (Dersa), empresa estadual responsável pela construção, estão previstos investimentos de R$ 155 milhões para as duas mil famílias que terão de deixar suas casas. Elas, garante o departamento, poderão optar por receber uma unidade habitacional ou serem indenizadas.
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