Edir Macedo Bezerra: santo ou diabo?

por Franco Ahmad

Em seu  artigo no Brasil  247, Eder Fonseca Bezerra diz que nunca foi obrigado a dar um tostão na Igreja Universal do reino de Deus no período de sete anos que este por lá.

por Eder Fonseca

Freqüentei a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), por alguns anos. Quando era membro da mesma cansei de ver "Fogueiras Santas de Israel", "curas divinas", "possessões demoníacas" e etc.

Quando li que o procurador da República Luís Martins de Oliveira denunciou a Universal por lavagem de dinheiro,afirmando que "o oferecimento de falsas promessas e ameaças de que o socorro espiritual e econômico somente alcançaria aqueles que se sacrificassem economicamente pela igreja", notei que o excelentíssimo estava sendo acometido pela Síndrome do Pavão.

Caríssimos, a pessoa dá o seu dinheiro para quem quer, alguns gastam seus trocados ou fortunas na bebida, outros nas drogas, alguns nos jogos de azar, outros em suas religiões e alguns com belas prostitutas (não é mesmo senhores de Brasília!), é normal, moramos em um país livre. Eu nunca foi obrigado a dar um tostão na IURD, e olha que estive por lá durante sete anos, eu disse anos e não dias ou meses.

Se começarmos a achar,que o povo que vai na IURD ou em qualquer outra denominação evangélica, são simplesmente um bando de idiotas em transe como zumbis, o que dizer então de alguns políticos que fazem oferendas de 250 mil reais a umbandistas e esotéricos, para ganharem eleições, será que eles também são incautos? (os rombos públicos provam o contrário não é mesmo.....).

O negócio que temos que analisar é outro, e que têm haver com a disputa por espaços midiáticos. Não é estranho a denúncia aparecer,um dia depois da entrevista do bispo Edir Macedo ao programa 'Domingo Espetacular', onde ele rebate acusações da revista 'Veja', que entre outros fatos relata que a Rede Record perdeu audiência nos últimos tempos,que está atrasando o pagamento dos seus funcionários e que lá dentro existe um cenário de guerra? (nessa última eu acredito,pois é notório que Honorilton Gonçalves,homem forte da emissora,não bica Romualdo Panceiro,o sucessor de Edir Macedo no comando da IURD).

Se voltarmos em janeiro desse ano, lembraremos que a Rede Globo cortou a sua transmissão, na hora exata que Edir Macedo, e a alta cúpula da Record,cumprimentaria Dilma Rousseff em sua posse como presidenta.

Resta dizer que Macedo não é nenhum santo, é um empresário da mídia tupiniquim,e como tal, é um obcecado por audiência, e muitas vezes faz isso jogando o que prega em cima do altar,para o ralo da hipocrisia(aquela porcaria chamada 'A Fazenda' é o exemplo mais vistoso de toda uma série de tranqueiras que sua rede propaga).

Mas ele também não é o diabo em forma de gente, já que o que ele fez e ainda faz, é o mesmo com modus operandi diferente, de outros líderes evangélicos notórios, como o sumido Caio Fábio, o onipresente R.R Soares, o falastrão Silas Malafaia, o puxador do tapete alheio nos bastidores de emissoras de televisão Valdemiro Santigo e a decadente Sônia Hernandes, ou vocês acham que os seus jatinhos caem do céu?.

Fica claro que a briga está bem longe do campo dos dízimos e ofertas, o jogo é abaixo da linha de cintura e Macedo, apenas é a parte mais visível, por dirigir a igreja mais odiada entre os evangélicos e não evangélicos do nosso país,além de hoje ter livre acesso,às esferas mais altas do poder palaciano,coisa que causa inveja a muita gente,que outrora desfrutava sozinho dessa,digamos mordomia paralela do status quo.

Eder Fonseca é fundador e diretor-geral do portal Panorama Mercantil www.panoramamercantil.com ,email:eder@panoramamercantil.com ,www.twitter.com/_ederoficial

do Blog:  

O Ministério Público Federal em São Paulo denunciou o bispo Edir Macedo Bezerra, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, por montar, com mais três dirigentes da igreja: o ex-deputado federal João Batista Ramos da Silva, o bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição, e a diretora financeira Alba Maria Silva da Costa, uma quadrilha para lavar dinheiro da IURD, remetido ilegalmente do Brasil para os Estados Unidos por meio de uma casa de câmbio paulista, entre 1999 e 2005.

Segundo a denúncia, de autoria do procurador da República Sílvio Luís Martins de Oliveira, o dinheiro era obtido por meio de estelionato contra fiéis da IURD, por meio do “oferecimento de falsas promessas e ameaças de que o socorro espiritual e econômico somente alcançaria aqueles que se sacrificassem economicamente pela Igreja”.

Os quatro também são acusados do crime de falsidade ideológica por terem inserido nos contratos sociais de empresas do grupo da IURD composições societárias diversas das verdadeiras.

A Igreja Universal respondeu, por meio de nota enviada por sua assessoria jurídica, que “são as mesmas acusações de sempre”.