Minas 247 -
As Organizações Globo acabam de fazer um movimento que interessa, em tudo, à
possível candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência da
República em 2014. Depois de apoiar a produção e investir na divulgação do
documentário “Tancredo, a Travessia” e de produzir uma minissérie própria na
qual muita gente viu uma propaganda disfarçada de Aécio, chamada O Brado
Retumbante, a Globo agora contratou para o seu time de primeiro escalão de
executivos o assessor Mozart Vianna.
Ele
tem 20 anos de experiência como secretário da Mesa da Câmara dos Deputados, mas
passou os últimos 14 meses trabalhando numa sala do 11º andar do prédio mais
alto do Senado brasileiro. Lá, era o principal assessor de Aécio Neves. Agora,
na Globo, Mozart será o gerente de relações institucionais das Organizações
Globo. Cuidará das negociações do maior grupo de comunicações do país com o
poder público.
É mais
um sinal positivo que a empresa da família Marinho dá para o neto de Tancredo Neves
em sua caminhada para chegar ao Palácio do Planalto. Em novembro do ano
passado, o caríssimo intervalo comercial do Jornal Nacional foi usado para
divulgar o documentário “Tancredo, a Travessia”. A película, dirigida pelo
cineasta Silvio Tedler, responsável por filmes políticos como “Jango”, foi
exibido nos cinemas com o apoio da Globo Filmes. No comercial do JN, Aécio
apareceu fazendo referência a Tancredo, chamando-o de “meu avô”.
As
relações do ex-governador de Minas e a Vênus Platinada ganharam ainda mais
interesse depois da apresentação da minissérie Brado Retumbante, em janeiro
passado. Escrita por Euclydes Marinho, Nelsonn Motta, Guilherme Fiuza e Denise
Bandeira, ela foi acusada por muita gente de estar fazendo campanha subliminar
para o senador mineiro. O protagonista de O Brado era o presidente da República
Paulo Ventura, que lutava, a seu modo, contra os vícios de Brasília,
principalmente a corrupção.
A
ligação com Aécio vinha sobretudo de três fatores: a idade de Ventura, mais
novo para os padrões de um presidente - assim como o presidenciável do PSDB -;
o fato de o protagonista ser um mulherengo convicto; e a semelhança física
entre o ator Domingos Montagner - que fez o papel do presidente Paulo Ventura -
e o político mineiro. Na época, Aécio chegou a reconhecer a semelhança com o
personagem, mas apenas física. Para ele, tudo foi uma grande coincidência. Em
entrevista ao 247, o jornalista Guilheme Fiuza também negou qualquer ligação
entre Ventura e Neves.
Não se
discute, porém, a competência de Mozart Vianna. Poucas pessoas conhecem tão bem
quanto ele as filigranas do Congresso Nacional. Há duas décadas ele trabalhou
como secretário da Mesa da Câmara dos Deputados. No tempo, atendendo a demanda
dos mais de 500 deputados, tornou-se um especialista em regimento. Tão
respeitado que Aécio o levou para trabalhar em seu gabinete no início do ano
passado. O convite e o aceite despertaram certa inveja em alguns parlamantares
- meses antes, por exemplo, Mozart declinara de um convite semelhante feito pelo
então deputado federal Michel Temer (PMDB-SP).
Agora,
ele, que é mineiro de Corinto, no coração de Minas Gerais, tenta mais um passo
na carreira, em cargo importante na poderosa Globo.
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