O BBB12, comandado por Pedro Bial, colocou a emissora numa saia justa: ao expulsar Daniel, a empresa o rotulou como “estuprador”; agora, a mãe do modelo estuda processar a rede por racismo; patrocinadores estão preocupados e blogueiros pedem cassação da concessão da emissora
Por 247Ninguém definiu tão bem o Big Brother Brasil como o colunista Marcos Lucena, que colabora com o 247: é o “belo bacanal do Bial” (leia mais aqui). Numa televisão aberta que, a cada ano, testa os limites da vulgaridade, o BBB é o programa que mais aproxima o telespectador da pornografia. E como a televisão aberta é uma concessão pública, já se ouvem nas redes sociais pedidos até pela cassação da concessão da Rede Globo.
Ancorado em patrocínios de R$ 102 milhões, que incluem empresas como Fiat, Ambev e Schincariol, o BBB é um sucesso comercial. Mas os patrocinadores já demonstram preocupação com a exposição negativa de suas marcas desde o caso do suposto estupro, ocorrido no último dia 15. Monique Amin estava bêbada, supostamente desacordada, e teria sido violentada pelo modelo Daniel – o que as imagens não comprovam.
No início, a Globo tentou colocar panos quentes sobre o episódio dos – perdoem o trocadilho – panos quentes do BBB12. Não é a primeira vez que a Globo exibe, para o Brasil inteiro, cenas de sexo implícito nos edredons da casa mais espiada do Brasil. Só que depois que as redes sociais colocaram a Globo no paredão e até atrizes da casa, como Deborah Secco e Carolina Dieckmann denunciaram o abuso sexual, a empresa deu seu veredicto. Expulsou Daniel, o que equivale a uma condenação sumária por estupro. Monique Amin teve de sair da casa durante três horas para prestar depoimento à polícia.
Fim da concessão?
Bom, tomada a decisão, era de se esperar que o episódio fosse superado. A Globo, afinal, voltaria a ser a televisão da família brasileira, onde a moral e os bons costumes se encontram. Mas Aparecida Echaniz, mãe do modelo Daniel, pensa diferente. E diz que seu filho só foi expulso por ser negro. “Já houve outros casos de edredom e nada aconteceu”, disse ela. Aparecida, para quem a Globo “deve uma satisfação” a seu filho, estuda até processar a emissora por racismo. “Ele não é um estuprador”, diz ela.
Enquanto isso, blogueiros se valem do episódio para pregar algum tipo de punição à Globo. Luís Nassif defende a proibição do BBB 12. Paulo Henrique Amorim, que defende a Record, concorrente da Globo, defende a cassação da concessão da televisão para a qual trabalhou durante décadas.
O fato é que o BBB 12 colocou a Globo no paredão.
E as cervejas que patrocinam o programa deveriam colocar um novo alerta nos seus comerciais: se beber, não vá ao BBB.
Pode acabar mal.
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