Paulo Moreira Leite, que foi redator chefe da Veja e diretor de redação da Época e do Diário de S. Paulo, não se intimidou em classificar em seu blog como inverdade notícia do jornal carioca que afirma que o brasileiro gasta mais com saúde do que o governo. "Falso", diz ele
"A inverdade do dia na Saúde". Com esse título, o blogueiro da revista Época Paulo Moreira Leite classificou como inverdade a notícia publicada pelo O Globo : "Saúde pesa mais no bolso do cidadão do que do governo". "Falso", afirma o jornalista que foi diretor de redação de ÉPOCA e do Diário de S. Paulo, redator chefe da Veja e correspondente em Paris e em Washington.
A manchete do jornal é baseada na Pesquisa Conta Satélite de Saúde – Brasil, realizada pelo IBGE, que revelou que o brasileiro gasta 29,5% a mais do que o governo para ter acesso a bens e serviços de saúde. Enquanto o Estado tem um dispêndio de R$ 645,27 por pessoa, o gasto per capita fica em R$ 835,65. No país, 55,4% das despesas são arcadas pelas famílias enquanto 43,6% cobertas pela administração pública.
Leia na íntegra a opinião de Moreira Leite sobre o assunto :
"Cada centavo que o brasileiro gasta com saúde pode ser deduzido do imposto de renda. Isso vale para plano de saúde, consulta fora do convenio e até remédios. A condição é ter comprovantes para incluir na declaração. Isso quer dizer o seguinte: você gasta hoje e deduz a despesa a amanhã. Quanto mais você gasta, mais diminui seu imposto.
Se você ficar internado num hospital cinco estrelas de São Paulo, assina a cheque na hora de ir embora e deduz na próxima declaração de renda. Idem para o médico fora do convenio que cobra R$ 900 por consulta.
É um sistema que beneficia quem tem mais e pode pagar na frente.
Também prejudica aqueles assalariados que vivem na informalidade e não têm como justificar rendimentos.
A turma de cima que vive no Caixa 2 também não pode abater o que nunca paga mas dessa gente não é preciso sentir pena.
Outra distorção: você paga o médico privado e deduz a receita no IR. Mas sua cirurgia — quando grave e complicada — é feita pelo SUS. Resultado: você deduz o plano no IR e ainda recebe o serviço do Estado.
Na pura contabilidade, é como se tivesse recebido dinheiro para ser operado.
Quem paga a conta?
O Estado brasileiro, que fica sem recursos para investir em escolas, em infraestrutura e na própria saúde pública.
Isso quer dizer que o dinheiro que falta no posto de saúde do seu bairro pode ter voltado, antes, para o bolso de quem ficou internado num hospital muitas estrelas."
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário