Por Leila Cordeiro, no Direto da Redação
Impressionante a capacidade do ser humano de destruir o que é bom. Talvez inconscientemente, na tentativa de modernizar as coisas, as pessoas partem para a banalidade e aí o que era proveitoso vira desnecessário.
Começamos pela TV. Quando ela foi criada, seu
objetivo era o entretenimento, mas sem esquecer o lado educativo. No início, lá
atrás, foram muitas as tentativas de programas educacionais, até com
emissoras dedicadas exclusivamente a isso, mas o tempo foi implacável e o gosto
dos telespectadores foi ficando mais ousado. Queriam ver, mais e mais, na
telinha sonhos que gostariam de ver realizados na vida real.
Surgiram as novelas, teatros ao vivo. Super
louváveis as produções, pois com a falta de tecnologia da época conseguiam
reproduzir histórias incríveis e talvez muito mais verdadeiras do que as de
hoje, forçadas e exageradamente realistas, beirando a vulgaridade.
Chegou-se, infelizmente, a esse denominador
comum de popularizar mais a TV, de buscar e de influenciar o gosto do
público, e o resultado foi exagerado. Por causa da concorrência, as TVs
optaram pelo caminho da baixaria, do mundo cão e da apelação sexual para
conquistarem o ranking dos preciosos pontinhos a mais. E os patrocinadores que
se virem, gostem ou não do mau gosto.
Será que a internet foi um divisor de águas também
nesse sentido? Dizem as pesquisas que sim. Tudo ficou mais banal, e TV
acabou entrando nessa também.
Esta semana, uma delas ressaltou que, com as
facilidades da web, as pessoas já não precisam mais se lembrar de várias
informações ou compromissos como datas relevantes ou encontros de trabalho,
basta lembrar do lugar onde as armazenou.
Com isso, a preguiça cerebral tomou conta da
humanidade e tudo ficou mais fácil e consequentemente nivelado, na maioria das
vezes por baixo.
Muita gente pode achar que tudo isso é bobagem,
pois o que vale é a modernização dos serviços, deixando a qualidade em
segundo plano. O negócio para muitos é fazer e não como fazer. O
imediatismo, para eles, não compromete a objetivo final.
Diante dessa fatalidade moderna, os especialistas no
assunto e psicólogos dizem que estão preocupados com os caminhos da
espécie humana, robotizada pela própria natureza da tecnologia e por isso mais
afeita à depressão, filha dileta da solidão e das amizades e amores
virtuais. O que tinha o sabor da conquista, com direito ao
friozinho na barriga e borboletas no estômago, virou um frio navegar pelas
ondas internéticas, em busca do site de relacionamento ideal.
Até as redes sociais, que começaram com a boa
intenção de promover reencontros entre amigos e amores ou de realizar contatos
profissionais interessantes, virou um centro de vaidades exacerbadas onde
as pessoas acham-se tão importantes que põem em público assuntos, fotos e
momentos que só interessam a elas mesmas.
E assim, quando se olha para trás e se constata que
a qualidade de valores, limites, educação, respeito mútuo e até de amizades
verdadeiras despencou no tempo, desceu a ladeira do bom senso e da dignidade.
Agora é o vale-tudo, desde a tela da TV à do computador, passando pelos iPads, iPods, iPhones e o “iMeu deus do céu”! Porque está difícil aturar tanta leviandade e decadência nos chamados meios de comunicação de massa... que massa?
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