terça-feira, 17 de abril de 2012

A vulgarização dos costumes


Por Leila Cordeiro, no Direto da Redação
 
Impressionante a capacidade do ser humano de destruir o que é bom. Talvez inconscientemente, na tentativa de modernizar as coisas, as pessoas partem para a banalidade  e aí o que era proveitoso vira desnecessário.

Começamos pela TV. Quando ela foi criada,  seu objetivo era o entretenimento, mas sem esquecer o lado educativo. No início, lá atrás,  foram muitas as tentativas de programas educacionais, até com emissoras dedicadas exclusivamente a isso, mas o tempo foi implacável e o gosto dos telespectadores foi ficando mais ousado. Queriam ver, mais e mais, na telinha sonhos que gostariam de ver realizados na vida real.

Surgiram as novelas, teatros ao vivo. Super louváveis as produções, pois com a falta de tecnologia da época conseguiam reproduzir histórias incríveis e talvez muito mais verdadeiras do que as de hoje,  forçadas e exageradamente realistas, beirando a vulgaridade.

Chegou-se, infelizmente,  a esse denominador comum de popularizar mais a TV, de buscar e de influenciar o gosto do público, e o resultado foi exagerado. Por causa da concorrência,  as TVs optaram pelo caminho da baixaria, do mundo cão  e da apelação sexual para conquistarem o ranking dos preciosos pontinhos a mais. E os patrocinadores que se virem, gostem ou não do mau gosto.

Será que a internet foi um divisor de águas também nesse sentido? Dizem as pesquisas que sim. Tudo ficou mais banal,  e TV acabou entrando nessa também.

Esta semana, uma delas ressaltou que, com as facilidades da web,  as pessoas já não precisam mais se lembrar de várias informações ou compromissos como datas relevantes ou encontros de trabalho, basta lembrar do lugar onde as armazenou.

Com isso, a preguiça cerebral tomou conta da humanidade e tudo ficou mais fácil e consequentemente nivelado, na maioria das vezes por baixo.

Muita gente pode achar que tudo isso é bobagem,  pois o que vale é a modernização dos serviços, deixando a qualidade em segundo plano. O negócio para muitos é fazer e não como fazer. O imediatismo, para eles, não compromete a objetivo final.

Diante dessa fatalidade moderna, os especialistas no assunto  e psicólogos dizem que estão preocupados com os caminhos da espécie humana, robotizada pela própria natureza da tecnologia e por isso mais afeita à depressão, filha dileta da solidão e das amizades e amores virtuais.   O que tinha o sabor da conquista, com direito ao friozinho na barriga e borboletas no estômago, virou um frio navegar pelas ondas internéticas, em busca do site de relacionamento ideal.

Até as redes sociais, que começaram com a boa intenção de promover reencontros entre amigos e amores ou de realizar contatos profissionais interessantes,  virou um centro de vaidades exacerbadas onde as pessoas acham-se tão importantes que põem em público assuntos, fotos e momentos que só interessam a elas mesmas.

E assim, quando se olha para trás e se constata que a qualidade de valores, limites, educação, respeito mútuo e até de amizades verdadeiras despencou no tempo, desceu a ladeira do bom senso e da dignidade. 

Agora é o vale-tudo, desde a tela da TV à do computador,  passando pelos iPads, iPods, iPhones e o “iMeu deus do céu”! Porque está difícil aturar tanta leviandade  e decadência nos chamados meios de comunicação de massa... que massa?


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